Joaquim
Santos Rodrigues, o "Seu Lunga", morreu por volta das 9 horas deste
sábado (22) na cidade de Barbalha, no Cariri cearense. "Seu Lunga"
tinha 87 anos e estava internado no Hospital São Vicente de Paulo há
três dias, em Barbalha, por causa de um câncer de esôfago. O
sepultamento será neste domingo(23) no Cemitério do Socorro, em Juazeiro
do Norte. Comerciante, poeta e repentista ganhou fama no Nordeste pelos
causos que citavam seu mau-humor.
"Seu
Lunga" nasceu no dia 18 de agosto de 1927, no Sítio Gravatá, na zona
rural do município de Caririaçu, na Região do Cariri. Viveu a infância
com os pais e sete irmãos no município de Assaré, e com 16 anos foi
morar em Juazeiro do Norte.
O
cearense é um dos mais folclóricos nomes da cultura popular nordestina.
Tornou-se personagem de inúmeras anedotas por suas respostas ao ''pé da
letra'', diretas e intempestivas.
O
apelido, recebeu de uma vizinha que passou a chamá-lo de Calunga que,
com o tempo foi reduzido para "Lunga". Casado com dona Carmelita
Rodrigues Camilo, era pai de 13 filhos, dos quais, dois morreram.
"Causos"
Em entrevista veiculada na TV Verdes Mares em abril de 1996, um morador conta que o prefeito de Juazeiro do Norte precisou construir uma praça e avisou aos moradores das casas que retirassem os veículos, já que a praça fecharia o acesso às garagens. “Seu Lunga” cismou e disse que não retirava. O resultado é que o carro ficou “preso” na garagem, segundo o morador.
Em entrevista veiculada na TV Verdes Mares em abril de 1996, um morador conta que o prefeito de Juazeiro do Norte precisou construir uma praça e avisou aos moradores das casas que retirassem os veículos, já que a praça fecharia o acesso às garagens. “Seu Lunga” cismou e disse que não retirava. O resultado é que o carro ficou “preso” na garagem, segundo o morador.
Perguntado
pela repórter se o cometário era verdadeiro, ele respondeu: “Tudo no
mundo tem jeito. O que não tem jeito é esse bando de desocupado que fica
inventando estória e fazendo pergunta imbecil”. "O senhor é popular na
cidade", pergunta o repórter? "Não. É que eu não gosto de pergunta
imbecil e o povo gosta de fazer pergunta imbecil. Tem de pensar antes de
falar. Eu não tenho esse jeito de falar bobagem e de ouvir besteira". A
entrevista continua: "O senhor vende tudo aqui, não é, “Seu Lunga”?". O
comerciante reponde de pronto: "Não. O mundo não tem tudo, como é que
você quer que eu venda tudo aqui na minha mercearia?"
Sobre
os políticos, “Seu Lunga” também tinha opinião formada é não era das
melhores. “No nosso Brasil tá faltando homem de fibra, de caráter, homem
que faça as coisas de maneira honesta. Esse povo que está aí no poder,
mandando, é de fazer vergonha”.
olhardireto.com
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