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Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta
quinta-feira (10) a liberação comercial de um mosquito transgênico
criado para controlar a população do Aedes aegypti selvagem, que
transmite a dengue.
O mosquito ainda não estará no mercado imediatamente. Segundo nota da
CTNBio, um parecer será publicado no Diário Oficial da União e, a partir
daí, órgãos de registro e fiscalização terão 30 dias para se
manifestar.
Após esse período, caberá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) emitir autorizações e registros para o uso em campanhas de
saúde pública. Segundo o órgão, ligado ao Ministério da Ciência, é o
primeiro inseto geneticamente modificado a obter licença no Brasil.
Os integrantes do órgão aprovaram por 16 votos a 1 a produção da
linhagem OX513A, desenvolvida pela empresa britânica Oxitec, que já
realiza ensaios no país desde 2011, na cidade de Jacobina (BA). Os
testes são aplicados pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria
com a organização social Moscamed.
A tecnologia consiste em produzir em laboratório mosquitos machos com
dois genes diferentes do Aedes aegypti original. Fêmeas que vivem na
natureza e cruzam com esses espécimes modificados geram filhotes que não
conseguem chegar à fase adulta.
Além disso, as crias do OX513A herdam um marcador que os torna visíveis
sob uma luz específica, o que, segundo a Oxitec, facilita o
monitoramento e assegura o controle dos insetos.
Testes feitos na Bahia
Os experimentos consistiram em liberar os insetos transgênicos em
comunidades de Jacobina (BA). De acordo com a Moscamed, em ao menos dois
bairros houve redução de 81% e 100% no registro de casos de dengue.
Após os testes, a Oxitec protocolou a solicitação de liberação comercial
na CTNBio.
A empresa abriu uma biofábrica com capacidade de produzir 500 mil mosquitos transgênicos por semana.
Além da liberação comercial, a comissão definiu também a necessidade de
monitorar a população do mosquito Aedes albopictus, outro vetor do
vírus da dengue, devido ao risco de a espécie ocupar o nicho ecológico
deixado pela supressão do Aedes aegypti original.
G1/circuitomt