O Ministério Público Federal (MPF) obteve nesta sexta-feira, 28 de novembro, a sentença com julgamento do mérito, determinando que a União e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberem a importação da substância Cannabidiol e o uso por pacientes paraibanos que sofrem com síndromes convulsivas. A decisão atende pedido do MPF em ação civil pública ajuizada em 31 de julho de 2014.
Uma decisão liminar favorável já havia sido dada em agosto deste ano, condicionando a importação do medicamento às receitas e requisições médicas, devidamente individualizadas. Agora, a sentença é definitiva na primeira instância.
Ao fundamentar a decisão do mérito, o juiz João Bosco Medeiros de Sousa entendeu que a Anvisa não desconstituiu devidamente a argumentação do MPF e que a União tampouco produziu prova de que medicamentos que têm o cannabidiol em sua fórmula não possam favorecer terapeuticamente quem precisa deles. “A relutância das rés à importação e ministração do cannabidiol, neste caso, não têm sustentação, pelo que deduzo dos trabalhos científicos que estão nestes autos”, argumentou.
Para o juiz, “não faz sentido impedir que os substituídos processuais do autor MPF possam ganhar melhores condições de saúde unicamente porque as rés debatem interminavelmente sobre a "conveniência", ou não, da liberação de tal substância medicamentosa, deixando os cidadãos reféns da burocracia estatal”, de tal modo que a “exacerbação do "poder de polícia sanitária no tocante às importações", da ré Anvisa, lamentavelmente compatível com o estado-policial em que o Brasil vem se transformando, não pode chegar ao extremo de colocar em risco a vida/saúde da população”.
Sobre a ação
Na ação, o MPF argumenta que a situação dos pacientes é urgente, explicando que os mesmos não apresentam resultados satisfatórios ao tratamento medicamentoso tradicional. A substância, cujo uso está proibido no Brasil, é derivada da cannabis sativa, mais conhecida como maconha. Para todos os casos, há a prescrição médica específica para uso do Cannabidiol.
pb agora
"O paciente Edson Arantes do Nascimento (Pelé) apresenta boa evolução e segue sob cuidados na unidade de terapia intensiva em tratamento temporário de suporte renal (hemodiafiltração veno-venosa contínua)", diz a nota, acrescentando que Pelé está lúcido, conversando e estável do ponto de vista hemodinâmico e respiratório.
"Não houve alteração da antibioticoterapia. Todas as culturas colhidas (sangue e urina) estão negativas", completa o boletim. Pelé, de 74 anos, foi internado na segunda-feira, com exames detectando infecção urinária.
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