Fernando Baiano disse à Polícia Federal que começou a fazer negócios com
a Petrobrás no governo Fernando Henrique Cardoso. “Por volta do ano de
2000, ainda durante a gestão Fernando Henrique, celebrou um contrato com
uma empresa espanhola, de nome Union Fenosa, visando a gestão de
manutenção de termelétricas”, escreveu a PF ao reproduzir as declarações
de Baiano. Segundo o operador, a empresa acabou sendo contratada.
O
homem apontado como operador do PMDB afirmou que quando intermediou seu
primeiro contrato com a Petrobrás, no governo FHC, o País vivia “o
apagão da energia” e a estatal buscava parceiros internacionais “na área
de produção de energia e gás”. Segundo ele, técnicos brasileiros foram à
Espanha na época para conhecer a tecnologia da empresa que ele
representava.
A PF suspeita que o reduto de ação de Fernando
Baiano na Petrobrás era a área Internacional, que foi comandada por
Nestor Cerveró. Ele disse que conheceu Cerveró “ainda no governo
Fernando Henrique”. Na ocasião, segundo ele, Cerveró era gerente da
Petrobrás.
Declarou que “soube recentemente” que Cerveró foi uma
“indicação política” do PMDB, mas que achava que o ex-diretor de
Internacional “sempre fosse vinculado ao PT”. Fernando Baiano disse que
“soube que o diretor que assumiu o cargo no lugar de Cerveró era
indicação do PMDB”.
Ele declarou que recebeu o doleiro Alberto
Youssef no Rio de Janeiro “a pedido” do então diretor de Abastecimento
da Petrobrás, Paulo Roberto Costa. O encontro, segundo Fernando Baiano,
ocorreu “logo após a morte do deputado José Janene”.
Sobre o
doleiro Alberto Youssef - alvo central da Operação Lava Jato - Fernando
Baiano disse que ele lhe pediu que “fizesse doações para campanhas
políticas”.
O doleiro, segundo Fernando Baiano, teria sugerido
que “alguma empresa” por ele representada também fizesse doações. O
operador do PMDB negou que tivesse repassado valores para Youssef.
A reportagem tentou contato com o Instituto Fernando Henrique Cardoso às 18h41 de ontem, mas não houve resposta.
diariodepernambuco.com
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