Clientes da Tia Augusta Turismo, quesuspendeu suas atividades na terça-feira (4), afirmam que foram informados pelos atendentes da operadora de que não vão poder fazer a viagem contratada e também não terão o dinheiro devolvido.
Eles dizem ainda que estão sendo orientados pela própria empresa a pedir seus direitos na Justiça.
Reunidos em um grupo do Facebook, alguns deles estão marcando uma reunião para este fim de semana. A ideia é entrar com uma ação conjunta na Justiça contra a operadora.
O G1 conversou com ao menos seis pessoas que relatam terem sido informadas de que sua viagem não vai sair e que o dinheiro pago não será devolvido. A Tia Augusta afirma que "está fazendo tudo o que está ao seu alcance" para orientar e acomodar os clientes em outras operadoras "da melhor maneira e com o menor prejuízo possível".
Em nota, a operadora afirmou, ainda, que não está orientando as pessoas a entrarem na Justiça para garantir seus direitos, "mas sim a estornar o cartão de crédito ou sustar os cheques para serem realocadas com descontos significativos em pacotes iguais ou similares” oferecidos por outras operadoras.
De acordo com a Fundação Procon-SP, não há até o momento recuperação judicial autorizada ou falência decretada para a Tia Augusta, e por isso a empresa permanece responsável pelo cumprimento dos contratos e pela realização das viagens. A fundação afirma que os consumidores têm o direito de receber tudo o que foi pago, corrigido monetariamente, caso a empresa não cumpra com os contratos.
PrejuízoO administrador Eduardo Lourenço, de 26 anos, afirma que desembolsou cerca de R$ 5.700 como parte do pagamento de um pacote para Nova York e Orlando, e que foi informado por uma atendente da Tia Augusta que o dinheiro não será devolvido.
Ele iria viajar em agosto de 2013 com a namorada, Thainá Santos, de 22 anos. Eduardo relata que, após ligar para o telefone divulgado pela Tia Augusta, uma atendente informou que ele não iria conseguir um reembolso do valor pago. "Ela disse que, se eu quisesse, deveria buscar meus direitos na Justiça", afirma.
Eduardo fez um boletim de ocorrência na Delegacia do Consumidor. Também pediu a suspensão do pagamento de outras parcelas que estavam previstas no cartão de crédito. Sua namorada, que havia pago com cheque, sustou os próximos que iriam cair.
O administrador acha que não vai mais conseguir viajar. “A principio não tenho condições. Eu tinha economizado um valor para isso, troquei dólares. Todo o meu planejamento se complicou”, diz.
A bióloga Camilla di Nizo, de 24 anos, adquiriu um pacote para a Disney com tudo incluso para ela e mais três membros da família. Após tentar contato com a Tia Augusta de várias maneiras – inclusive pessoalmente, em três agências diferentes –, ela conseguiu falar com uma atendente pelo telefone.
Eduardo fez um boletim de ocorrência na Delegacia do Consumidor. Também pediu a suspensão do pagamento de outras parcelas que estavam previstas no cartão de crédito. Sua namorada, que havia pago com cheque, sustou os próximos que iriam cair.
O administrador acha que não vai mais conseguir viajar. “A principio não tenho condições. Eu tinha economizado um valor para isso, troquei dólares. Todo o meu planejamento se complicou”, diz.
A bióloga Camilla di Nizo, de 24 anos, adquiriu um pacote para a Disney com tudo incluso para ela e mais três membros da família. Após tentar contato com a Tia Augusta de várias maneiras – inclusive pessoalmente, em três agências diferentes –, ela conseguiu falar com uma atendente pelo telefone.
“Disseram que a empresa faliu, que não tem como pagar os cheques que já caíram e que é para eu sustar os outros. A própria atendente me orientou a entrar na Justiça porque só assim conseguiríamos o dinheiro”, diz.
Ela também recebeu a indicação de outra operadora que poderia realizar a viagem. Mas sua família teria que pagar novamente pelo pacote, com um desconto de 15% sobre o preço normal.
A advogada Ana Paula Garcia Santos, de 44 anos, desconfiou que algo estava errado antes que a Tia Augusta anunciasse o fechamento.
Ela comprou uma viagem para ir a Orlando com a filha de 15 anos em janeiro e ficou preocupada depois que soube que uma colega sua havia viajado em setembro pela agência e, ao chegar ao destino, descobriu que as reservas estavam canceladas.
“Fiquei com a pulga atrás da orelha. Comecei a cobrar meus ‘vouchers’ e eles não me entregavam. Optei por entrar com uma ação”, diz ela, que pagou quase R$ 20 mil pela viagem.
A juíza concedeu uma liminar que obriga a Tia Augusta e a agência de viagens que intermediou a operação a entregar o comprovante das reservas. O prazo de dez dias dado pela Justiça vence no dia 12 deste mês. Segundo a determinação, as empresas terão que pagar multa de R$ 1.000 por cada dia de demora. “Se eles não me entregarem, vou tentar uma ordem de prisão pelo descumprimento da decisão judicial”, afirma Ana Paula.
A advogada diz que está se comunicando com uma das diretoras da Tia Augusta e que hoje foi aconselhada a buscar outro pacote para conseguir viajar. “Ela foi muito sincera e clara. Disse que não era para eu esperar nada da Tia Augusta, que eles não vão conseguir pagar”, diz.
Com viagem marcada também para Orlando, o industrial Paulo Martinez, de 39 anos, afirma que um pacote semelhante está saindo agora R$ 1.500 mais caro em outra operadora.
“Fiquei com a pulga atrás da orelha. Comecei a cobrar meus ‘vouchers’ e eles não me entregavam. Optei por entrar com uma ação”, diz ela, que pagou quase R$ 20 mil pela viagem.
A juíza concedeu uma liminar que obriga a Tia Augusta e a agência de viagens que intermediou a operação a entregar o comprovante das reservas. O prazo de dez dias dado pela Justiça vence no dia 12 deste mês. Segundo a determinação, as empresas terão que pagar multa de R$ 1.000 por cada dia de demora. “Se eles não me entregarem, vou tentar uma ordem de prisão pelo descumprimento da decisão judicial”, afirma Ana Paula.
A advogada diz que está se comunicando com uma das diretoras da Tia Augusta e que hoje foi aconselhada a buscar outro pacote para conseguir viajar. “Ela foi muito sincera e clara. Disse que não era para eu esperar nada da Tia Augusta, que eles não vão conseguir pagar”, diz.
Com viagem marcada também para Orlando, o industrial Paulo Martinez, de 39 anos, afirma que um pacote semelhante está saindo agora R$ 1.500 mais caro em outra operadora.
Ele pesquisou o preço depois que foi informado de que sua viagem pela Tia Augusta não vai sair. “O atendente me disse que infelizmente a Tia Augusta não vai cumprir com as obrigações dela. Pedi que ele me mandasse essa informação por e-mail e ele disse que não estava autorizado a documentar nada.” Paulo diz que vai entrar na Justiça.
O que fazerSegundo o Procon-SP, o consumidor que tem viagem para os próximos dias total ou quase totalmente quitada e não recebeu os "vouchers" dos serviços deve buscar ajuda no Juizado Especial Cível, para conseguir liminar e garantir o cumprimento da oferta ou receber seu dinheiro de volta.
A fundação afirma que enviou ofício à Associação Brasileira de Cartões de Crédito para tentar facilitar o processo de cancelamento dos pagamentos futuros dos clientes. "Os cheques pré-datados também podem ser bloqueados no banco de origem para evitar prejuízos, porém, neste caso a medida não impede que o consumidor seja protestado por terceiros, com os quais a agência Tia Augusta tenha negociado os títulos", afirmou a nota da entidade.
O diretor do Procon-SP lembra que, caso o consumidor tenha adquirido pacotes da operadora Tia Augusta em outra agência de turismo, esta última é solidariamente responsável por embarcá-lo ou ressarci-lo dos prejuízos.
A fundação afirma que fez uma reunião com um representante do setor jurídico da empresa Tia Augusta Turismo, que recebeu uma notificação com um pedido de esclarecimento sobre as providências tomadas. Segundo o Procon, a operadora tem até a próxima terça-feira para providenciar as informações. Participaram também sindicatos e associações representantes de operadoras e agências de viagens.
globo.com