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terça-feira, 18 de junho de 2013

Brasil tem novos protestos e Dilma promete ouvir as ruas "Meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança. Meu governo está empenhado e comprometido com a transformação social", afirmou Dilma em discurso


REUTERS/Ueslei Marcelino
A presidente Dilma Rousseff
"Esta mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público. As vozes das ruas querem mais cidadania, melhores escolas, melhores hospitais, postos de saúde, direito à participação", acrescentou a presidente
A presidente Dilma Rousseff se comprometeu nesta terça-feira a ouvir os milhares de brasileiros que saírem às ruas contra os altos custos do Mundial 2014 e da Copa das Confederações, em mais um dia de manifestações em São Paulo e em outras cidades brasileiras. 
"Meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança. Meu governo está empenhado e comprometido com a transformação social", afirmou Dilma em um discurso no Palácio do Planalto, ao comentar o movimento que levou mais de 250 mil pessoas às ruas das principais cidades do país na véspera.
"Essas vozes das ruas precisam ser ouvidas", afirmou Dilma em um discurso no Palácio do Planalto.
"Esta mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público. As vozes das ruas querem mais cidadania, melhores escolas, melhores hospitais, postos de saúde, direito à participação", acrescentou.
Milhares de manifestantes ocuparam nesta terça-feira a Praça da Sé, no centro de São Paulo, para mais um protesto contra o aumento dos preços das passagens do transporte público.
Segundo a polícia, o protesto na Praça da Sé mobilizou mais de 10 mil pessoas.
"Estou aqui porque quero reclamar por todo este dinheiro usado nos estádios. Quero educação, hospitais, e ao menos ter uma cidade mais limpa", disse à AFP a estudante Alina Castro, 18 anos, na Praça da Sé.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, aceitou rever o preço das passagens de ônibus na capital paulista, após uma reunião com integrantes do Movimento Passe Livre, que prometem manter a mobilização até a anulação efetiva do aumento, de R$ 3,00 para R$ 3,20. 
exame.abril

Ministério diz que vacina contra H1N1 terá produção 100% nacional Saúde também firmou acordos para produzir 14 medicamentos biológicos


Foto: AFP
Vacina contra o vírus H1N1, que causou pandemia em 2009
Vacina contra o vírus H1N1, que causou pandemia em 2009
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (18), em Brasília, que a vacina contra a gripe H1N1 terá produção 100% nacional. A medida foi possível por meio da transferência tecnológica do laboratório francês Sanofi Pasteur para o Instituto Butantan, em São Paulo.
Segundo o governo, até 2015, o Butantan atenderá toda a demanda nacional de doses da vacina contra o vírus influenza. Até hoje, o instituto distribuiu 6,5 milhões de doses, e a meta para os próximos dois anos é chegar a 44 milhões de unidades.
"Quando o Brasil tem tecnologia própria, nenhuma crise econômica, nenhuma variação do dólar, nenhuma decisão unilateral de empresas coloca em risco o tratamento dos pacientes aqui. Hoje, só conseguimos ampliar o calendário de vacinação contra a gripe porque mais de 90% das doses já são produzidas no Brasil", destacou o ministro Alexandre Padilha.
Ele reforçou, ainda, que essas parcerias representam mais autonomia ao país, pois, se houver alguma pandemia de gripe, haverá uma maior segurança para aumentar a produção da vacina.
Medicamentos biológicos
Nesta terça, também foram anunciadas 27 novas parcerias com oito laboratórios públicos e 17 privados para a fabricação nacional de 14 medicamentos biológicos – produtos feitos a partir de células vivas, mais eficazes e com menos efeitos colaterais, por não conterem conservantes. Esses remédios são geralmente indicados para o tratamento de doenças crônicas.
Entre os medicamentos biológicos que serão produzidos, estão seis para câncer (como de mama e leucemia), quatro para artrite reumatoide, um para diabetes, um cicatrizante, um hormônio do crescimento e uma vacina para alergia.
Com a medida, o Brasil passa a fabricar 25 drogas desse tipo, que representam 43% dos gastos do Ministério da Saúde. De acordo com Padilha, um único tratamento com medicamento biológico custa até R$ 20 mil por mês, mas o governo tem oferecido os produtos à população de forma gratuita.
"Há dois anos, o país não produzia insulina nem fazia parte do grupo de menos de dez países que produzem algum medicamento biológico para câncer e doenças inflamatórias", disse Padilha. De acordo com o ministro, em dois anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) também passou de 500 para mais de 800 remédios oferecidos à população.
Para impulsionar a área dos biológicos, o governo anunciou a instalação de uma fábrica no Ceará para produção de medicamentos com base vegetal, já aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela FDA, que regula remédios e alimentos nos EUA.
Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, vários outros estados – como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais – estão montando parques tecnológicos próprios. A aposta nesse mercado, que movimenta R$ 90 milhões no país, poderá reduzir preços, afirmou Gadelha.
"As parcerias refletem essa fase moderna, competitiva, de focar no futuro e não apenas pagar nossas dívidas com o passado", ressaltou.
O secretário também afirmou que, até 2014, haverá um investimento de R$ 2 bilhões em infraestrutura de laboratórios públicos, o dobro dos últimos dez anos. Gadelha explicou que essas ações cooperativas envolvem 15 ministérios e agências, como os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Também participam a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), entre outros. 
tribunahoje.com

Mulher mata o marido, decepa o pênis e dorme com o corpo por 19 dias; ela foi presa Luzinete Silva disse que teve uma crise de ciúmes


Um crime com requintes de crueldade foi desvendado por policiais da 58ª DP (Posse): uma mulher matou o marido a facadas, decepou o pênis dele e dormiu ao lado do corpo durante 19 dias. O assassinato aconteceu no bairro Cerâmica, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Luzinete Silva de Paula, de 50 anos, foi presa nesta segunda-feira.
Levada para a delegacia, ela chorou, confessou o crime e disse estar arrependida. Alegou que teve uma crise de ciúmes e, por isso, assassinou Antônio Joaquim de Carvalho, de 78 anos, em 28 de maio.
- Achei que ele tinha um caso com outra mulher. Depois, fiquei esse tempo com o corpo porque a minha mente estava bloqueada. Durante esses dias, não comi. Só tomei café e fumei - contou ela.
Os policiais chegaram até Luzinete depois de receberem uma denúncia de vizinhos. Eles sentiram um forte cheiro saindo da residência onde o casal morava. Na cama, eles encontraram o corpo de Antônio, em avançado estado de decomposição. Ao lado, um colchonete onde a acusada dormia.
Segundo policiais da 58ª DP, Luzinete passará por avaliação psicológica. Os agentes disseram ainda que ela já foi presa por roubo, furto e uso de drogas
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Extraonline
OPIPOCO

Portal da UFCG é invadido por crackers


Portal da UFCG é invadido por crackers
 O Portal da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) foi invadido por crackers no início da tarde desta segunda, dia 17. Ao ser acessada, a página apresentava uma bandeira nacional cercada por "hashtags" com referências aos protestos de rua que acontecem em várias cidades do país.


O reitor Edilson Amorim repudiou o que considera "um ato de vandalismo", ressaltando que o conteúdo da página é "estritamente institucional, sem nenhum posicionamento de ordem política ou pessoal", e que serão tomadas todas as providências necessárias para a identificação e responsabilização dos culpados.


"As demonstrações de protesto são ações inerentes à democracia e legítimos instrumentos de provocação para uma reflexão da situação social. No entanto, é necessário preservar os direitos individuais e institucionais", ressaltou Edilson Amorim.


Tão logo foi constatada a invasão, a página da UFCG foi retirada do ar. No momento, o sistema passa por uma avaliação dos danos e, segundo o gerente do Serviço de Tecnologia da Informação (STI), Oscar William, tão logo seja possível, o acesso será normalizado.


Nos últimos dias, ocorreram invasões a sites de vários órgãos governamentais e institucionais, a exemplo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Assembleia Legislativa da Bahia.


Em abril, entrou em vigor a Lei Federal 12.737, que tipifica como crime uma série de condutas no ambiente virtual. No caso da interrupção intencional do serviço de internet, como a que ocorreu no Portal da UFCG, a pena dos culpados pode variar de um a três anos de detenção, além de multa. 
pb agora

Inconformado com a separação, homem decepa orelha e dedos da mão da ex-mulher Dez dias após o crime, o acusado se apresentou na delegacia de Mamanguape com um advogado, onde prestou depoimento e foi solto


Jaceline Marques
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Vítima teve os dedos da mão decepados pelo ex-marido
Um homem decepou os quatro dedos da mão direita da ex-mulher e ainda cortou sua orelha esquerda porque estava inconformado com a separação. A agressão aconteceu no dia 20 de maio, mas veio à tona apenas nesta segunda-feira (17), quando a doméstica Maria dos Santos Silva, 35 anos, procurou a delegacia para denunciar o ex-companheiro.
Segundo a denúncia, a vítima estava em um dos quartos de sua residência, localizada no bairro Areial no município de Mamanguape (distante 62 quilômetros de João Pessoa), quando foi surpreendida pelo ex-companheiro, o mototaxista José de Arimatéia Vicente Rodrigues, que desferiu vários goles de facão contra ela.
O motivo seria a separação do casal. Além de receber vários cortes na orelha esquerda, rosto e costas, Maria teve os quatro dedos da mão direita mutilados e o braço esquerdo quase decepado. Segundo Maria, antes de atacá-la, o acusado disse que ela iria embora, mas levaria uma lembrança para o resto de sua vida.
Após o crime, a vítima foi socorrida pelo patrão e levada ao hospital da cidade de Rio Tinto. Em seguida, Maria dos Santos foi encaminhada ao Hospital de Emergência e Trauma da Capital, onde passou oito dias internada e realizou diversas cirurgias de reconstituição.
Ainda segundo relato da vítima, ela só escapou porque a filha de 13 anos (enteada do acusado), agarrou-se com ele e pediu que não a matasse. Em entrevista a repórter Jaceline Marques, da TV Correio, o mototaxista disse que estava arrependido e que a culpa seria de sua ex-mulher. "Ela procurou, me maltratou por três dias. Eu não sou de ferro", disse.
Dez dias após o crime, o acusado se apresentou na delegacia de Mamanguape com um advogado, onde prestou depoimento e foi solto. A reportagem completa você confere no programa Correio Verdade desta terça-feira (18), com Samuka Duarte. 
portal correio

Mulher admite aborto de feto achado em lixo no ES, diz polícia Embrião de seis meses foi encontrado por gari no dia 4 de junho. A mulher pode pegar de um a três anos de prisão, após julgamento.


Uma universitária de 25 anos confessou ter provocado o aborto do feto de seis meses encontrado no lixo, na noite do dia 4 de junho, em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, segundo informações divulgadas pela polícia, na tarde desta segunda-feira (17). De acordo com o delegado, um amigo do pai da criança comprou o remédio para aborto pela internet. A mulher vai responder pelo crime de aborto e pode pegar de um a três anos de prisão. O pai da criança e o amigo serão indiciados por terem colaborado e, após julgamento, podem pegar até quatro anos de detenção. Eles vão responder em liberdade.
Segundo o responsável pela Delegacia de Crimes Contra a Vida, Guilherme Eugênio, durante as investigações foram procuradas mulheres em idade reprodutiva da região e informações em meio a notificações em clínicas de ultrassonografia. “Na primeira tentativa, foram localizadas três mulheres e uma delas, quando inquirida, acabou por admitir a prática. Num primeiro momento ela negou, mas, posteriormente, ao ser convidada a se submeter a exames de DNA e exames médicos legais, ela acabou admitindo que houvesse cometido o aborto”, disse.
A universitária informou à polícia que tomou remédio para abortar, porque o bebê poderia atrapalhar o emprego e a faculdade e ainda foi fruto de um relacionamento casual. O delegado ainda informou que um amigo do pai da criança comprou o remédio pela internet. O medicamento veio dos Estados Unidos e custou R$700.
O feto foi encontrado pelo gari Cleidson Sandes de Oliveira, 28 anos, dentro de uma caixa, em meio ao lixo, na Rua Gonçalves Crespo, no bairro Paraíso. Ele abriu a caixa de sapato por acaso. "Estava recolhendo o lixo, quando vi a caixa de sapato e senti um cheiro estranho. Pensei que tivesse algum animal dentro, por isso abri e vi que era um bebê e que estava morto. Foi um susto", diz. Os lixeiros acionaram a polícia. 
globo.com

Queda na popularidade de Dilma é alerta para 2014 Lutando contra a inflação e acelerar o crescimento do PIB, a presidente se vê em meio a problemas com a base e ainda precisa neutralizar adversários


Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento dos Planos Setoriais na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, em Brasília
Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento dos Planos Setoriais na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
A presidente Dilma Rousseff chegou ao poder na primeira eleição que disputou e manteve a popularidade a despeito de seguidos escândalos de corrupção e demonstrações de ineficiência administrativa. Agora, no 30º mês de governo, um elemento novo passou a afetar diretamente o seu apoio entre a população: a inflação. Dos assuntos que levam alguém a decidir se dá ou não sua confiança a um político, a economia costuma ser o número um. E dentre os temas econômicos, a inflação está entre os que mais diretamente influenciam a avaliação de um governo. 

Pesquisa divulgada na última semana pelo Instituto Datafolha mostra que a avaliação do governo piorou: a aprovação caiu de 65% para 57% em três meses. E que, no cenário eleitoral de 2014, a vantagem de Dilma Rousseff não é incontestável. Isso está longe de significar um cenário apocalíptico. Dilma ainda desfruta de índices de aprovação superiores aos dos dois antecessores no mesmo período do governo. Ela também tem ampla vantagem na intenção de voto. Mas o cenário de incertezas na economia e a ausência de perspectiva de grandes realizações nos próximos meses tornam o cenário nebuloso. Além disso, na eleição de 2014 Dilma deve ter três adversários competitivos: Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, tem potencial para tirar votos da petista no Nordeste. Marina Silva (Rede) é popular em grandes centros urbanos. E o senador Aécio Neves (PSDB) é o favorito para levar os dois maiores colégios eleitorais do país, Minas Gerais e São Paulo.

Economia se torna mico de governo - Desde que assumiu o poder, em 2011, Dilma, graduada em Economia, não conseguiu colher os louros de um crescimento robusto, tal como seu antecessor. O melhor desempenho registrado até o momento foi em seu primeiro ano de mandato, quando o Produto Interno Bruto (PIB) expandiu 2,7% - número considerado decepcionante à época. De lá para cá, a cada divulgação do PIB, surge uma nova frustração. No ano passado, o crescimento não passou de 0,9%. E, dado o ‘pibinho’ do primeiro trimestre de 2013 (avanço de 0,6%), as expectativas para o acumulado deste ano não são as mais animadoras. 

Contudo, como o baixo crescimento (ainda) não afetou o avanço do mercado de trabalho, seus efeitos não pesam tanto sobre a avaliação positiva da presidente como o antigo vilão conhecido dos brasileiros: a inflação. Ela tem sido, nos últimos meses, um pesadelo de Dilma e da equipe econômica. Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, tocou o teto da meta no acumulado de 12 meses, de 6,5%, apesar de ter apresentado leve desaceleração na comparação com o mês anterior. No início do ano, o IPCA chegou a estourar a meta. 

O problema, que vem sendo apontado desde 2010, último ano do governo Lula, e negligenciado pelo governo Dilma, só ganhou importância no seio do Palácio do Planalto depois que uma emblemática escalada no preço do tomate devolveu a inflação ao repertório de assuntos das famílias, no primeiro trimestre deste ano. “A inflação está trazendo desconforto para a população”, diz o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola. “Esse é um flagelo que a sociedade brasileira não tolera mais.”

Contudo, a subida de juros – remédio necessário para conter a inflação, mas impopular porque afeta diretamente o consumo – veio em momento tardio. Conforme argumentou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em evento nesta semana, apenas a subida da Selic não será suficiente para deter o avanço do IPCA. “É preciso um ajuste fiscal”, disse FHC. Para o economista e ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman, o remédio tardio terá de vir em doses mais fortes - e nocivas politicamente. “A alta da Selic para 9,0% ou 9,25% até o final do ano não vai mexer na inflação. O governo não fez a lição de casa”, diz.

Retomar o tripé macroeconômico, contudo, não será tarefa fácil – sobretudo porque a presidente não reconhece as decisões erradas tomadas ao longo do governo e relega ao cenário externo a culpa pelos males que atingem a economia do país. Segundo Gustavo Loyola, a combinação da política de juros, câmbio flutuante e ajuste fiscal se mostrou vencedora no governo FHC e deve voltar a ditar os rumos econômicos. “Foi o que levou o Brasil para um patamar melhor nos anos 1990 e 2000. O país precisa ainda retomar a agenda de reformas”, comenta.

A política fiscal é outro assunto que tem afetado a credibilidade de Dilma e da equipe econômica – sobretudo para o mercado internacional. Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s reduziu a perspectiva da nota de crédito do país de “estável” para “negativa”, o que pode implicar em rebaixamento do rating de crédito. Ainda que essa decisão não tenha grande peso para o eleitorado de Dilma, ela afeta diretamente a imagem do país em relação aos investidores. Com a imagem arranhada, ficará cada vez mais difícil para o governo atrair investimentos privados necessários para que a economia retome fôlego e volte a crescer em breve.

Para o ex-secretário-executivo da Fazenda Bernard Appy, a popularidade de Dilma não foi mais afetada porque o nível de emprego ainda é alto. “O baixo crescimento ainda não afetou na taxa de emprego, porque o setor de serviços ainda continua contratando, mas isso pode ser mudar”, explica.

Sobre a questão fiscal, Appy indica que o erro do governo é a falta de transparência. “Há uma perda de transparência na forma como a política fiscal vem sendo gerida, devido aos ajustes do superávit primário”, pontua. “Nos últimos anos viu-se também um uso muito grande de recursos do Tesouro para financiar os custos correntes. A medida não é de todo ruim e pode ser defensável em casos de desaceleração da economia. Mas é preciso indicar qual será a trajetória da dívida bruta do país, ou seja, é preciso ser transparente.”
Política - Além dos percalços na economia, a presidente tem enfrentado problemas com o Congresso. Por razões diversas, mas todas ligadas à falta de articulação política do Planalto, partidos aliados passaram a se comportar de maneira cada vez menos fiel. Indiretamente, esses atritos prejudicam a popularidade da presidente porque atrapalham a aprovação de propostas que o Planalto considera importantes. Foi o que ocorreu, por exemplo, com a MP dos Portos e o Orçamento de 2013 - aprovado apenas em fevereiro deste ano.

Variações de popularidade são comuns ao longo dos mandatos. Também é comum a colheita de dividendos eleitorais no último ano de gestão, com a inaguração de obras e a consolidação de programas importantes. A presidente, entretanto, parece não ter cartas na manga para 2014. "A gente sabe que ela não tem tempo de inaugurar obras porque as obras não estão sendo realizadas. Não há tempo de ela inaugurar empreendimentos como a transposição do rio São Francisco", diz o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). 

O cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília, afirma que o governo ainda não tem uma marca que conquiste o eleitorado - apesar de programas como o Brasil Sem Miséria. "Dilma vai ter de inventar uma outra bandeira", afirma. Um sinal de que o eleitor, embora aprove a presidente não se entregou incondicionalmente a ela vem da já mencionada pesquisa Datafolha: 73% da população diz ainda não ter escolhido seu candidato pra 2014.

Reação - A queda de popularidade não pode ser atribuída ao desleixo da presidente com sua imagem. Pelo contrário: desde o começo do ano, ela intensificou o anúncio de medidas de apelo popular, passou a viajar mais pelo país, aumentou sua exposição nas cadeias de rádio e TV e passou a discursar mais vezes, e por mais tempo, em eventos da Presidência - o que garante exibição no noticiário.

A estratégia de Dilma, moralmente questionável, é comum na política brasileira. Ao mesmo tempo em que ela embarcava na campanha antecipada, Aécio Neves e Eduardo Campos, também ocupantes de cargos públicos, faziam o mesmo. E por isso a queda na popularidade da presidente pode servir como um alerta importante: o recuo ocorreu exatamente no período em que Dilma crescia em exposição nos meios de comunicação.
Os petistas dizem que tudo está sob controle. "Em 2009 o PIB diminuiu, a presidente tinha 4% nas pesquisas e José Serra tinha 45%. Isso não significa nada", diz o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também faz pouco da queda de popularidade: "Pesquisa sobe e desce. É da vida. O mais importante é o trabalho e o resultado do trabalho frente à situação que temos no mundo e no Brasil."

Mas são claros os sinais de que o governo recebeu os números com preocupação. Já na primeira aparição pública depois da divulgação das pesquisas, Dilma Rousseff usou uma obviedade para enfatizar sua disposição em impedir o avanço da inflação: "Não há a menor hipótese de que o meu governo não tenha uma política de controle, de combate à inflação", disse ela, que também criticou duramente o que acredita serem "Velhos do Restelo" - pessimistas que torceriam contra sua gestão. 

De qualquer forma, como mostram as pesquisas de popularidade, o jogo eleitoral é uma guerra defensiva em que a política é apenas parte do campo de batalha enfrentada por Dilma Rousseff. Em 2014, quanto mais incertezas houver na economia, mais difícil vai ser convencer o eleitor a dar mais quatro anos de mandato à chefe do Executivo. 
veja.abril

Protestos pelo Brasil ocupam noticiário internacional Aumento das tarifas e Copa do Mundo foram alguns dos motivos apontados para a mobilização popular que é vista como histórica

O dia em que 12 capitais brasileiras viraram palcos de protestos e mais de 230 mil pessoas foram às ruas pedirem mudanças no país ganhou destaque em alguns dos principais portais jornalísticos estrangeiros — El País, The Guardian, BBC e New York Times. Os veículos procuraram falar sobre as causas dos protestos e apontaram, quase sempre, a insatisfação com problemas sociais e com o alto custo das obras da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.

BBC destacou que protestos se espalharam por várias das principais cidades do Brasil - Reprodução/Internet
Reprodução/Internet
BBC destacou que protestos se espalharam por várias das principais cidades do Brasil
O El País, da Espanha, disse que o Brasil vive as manifestações com maior adesão popular em décadas. Em uma longa reportagem, o periódico tentou explicar o que está acontecendo no país com base em entrevistas com manifestantes.
"Dez dias, mais de 100 feridos e 230 detidos depois da primeira marcha, dezenas de milhares de pessoas se somaram às convocatórias do Movimento Passe Livre, que reclama acesso gratuito a transporte público. Mas agora as razões do protesto são mais amplas e ambiciosas", diz o El País.
O New York Times, dos Estados Unidos, disse que os manifestantes demonstraram força. Segundo a publicação, os protestos evoluíram para um movimento amplo por grupos e indivíduos por uma variedade de assuntos incluindo o alto custo de vida. Também é dito que existe um paralelo entre os protestos brasileiros e os da Turquia.
"Os crescentes protestos estão entre os maires e mais ressonantes desde o fim da Ditadura Militar em 1985", diz o New York Times.
O Guardian, da Inglaterra, com o título "Protestos no Brasil entram em erupção em enorme escala", disse que o país viveu uma das maiores noites de protesto em décadas enquanto mais de 100 mil pessoas tomaram as ruas pelo país. Os motivos, de acordo com a matéria, seriam a frustração contra a repressão policial, maus serviços públicos e altos custos para a Copa do Mundo de futebol.
The Guardian (E) e El País (D) discutiram causas da insatisfação (Foto: Reprodução)
"Coincidindo com o início da Copa das Confederações - evento teste da Copa do Mundo - os comícios reúnem uma ampla coalizão de pessoas frustradas com a escalada dos custos e a persistente má qualidade dos serviços públicos, investimento em eventos esportivos internacionais, baixos padrões de saúde e uma maior inquietação com a desigualdade e a corrupção", diz o Guardian.
A BBC, de Londres, contabilizou 10 capitais com manifestação. A imagem de manifestantes escalando a cúpula do Congresso foi destacada. O conflito com a polícia no Rio de Janeiro foi enfatizado, além da lembrança feita quanto à quinta-feira 13 de junho, dia do quarto protesto em São Paulo, o mais violento da capital paulista até aqui.
A reportagem, com menos detalhes que a dos outros portais, teve uma imprecisão quanto à data de início dos protestos: diz que eles começaram na semana passada. O veículo pediu que leitores enviassem imagens e relatos para publicação. 
estadao.com

ONU pede moderação em protestos no Brasil

A ONU pediu nesta terça-feira ao governo brasileiro que garanta o direito às manifestações pacíficas e evite o uso desproporcional da força, e cobrou que seja realizada uma investigação independente sobre relatos de excessos policiais na repressão aos manifestantes, após os maiores protestos populares no país em mais de 20 anos.
Reuters
ONU pede moderação a autoridades e manifestantes em protestos no Brasil
Rupert Colville, porta-voz para a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, também pediu moderação aos manifestantes, depois de ataques contra a Assembleia Legislativa e alguns prédios históricos e uma agência bancária durante os protestos no Rio de Janeiro.
"Nós pedimos que as autoridades brasileiras tenham contenção ao lidar com os crescentes protestos sociais no país e também apelamos aos manifestantes que não recorram a atos de violência na reivindicação de suas demandas", disse o porta-voz a jornalistas em Genebra.
Mais de 200 mil pessoas tomaram as ruas de diversas capitais do Brasil na segunda-feira para reivindicar melhores serviços públicos, combate à corrupção e protestar contra os gastos com a Copa do Mundo de 2014.
Apesar de a manifestação ter ocorrido de forma pacífica na maioria das cidades, no Rio manifestantes mais exaltados depredaram uma agência bancária, lojas e restaurantes e atearem fogo a ao menos dois carros. Em Brasília, manifestantes invadiram a área externa do Congresso Nacional e a segurança do Palácio do Planalto foi reforçada.
Nesta terça-feira de manhã, funcionários da prefeitura do Rio limpavam as ruas e recuperavam as calçadas danificadas no entorno do Assembleia, enquanto as carcaças de dois carros incinerados eram removidos por reboques.
Segundo o porta-voz, o órgão da ONU está particularmente preocupado com o uso excessivo da força policial, que inclui relatos de pessoas feridas e presas, entre as quais jornalistas cobrindo as manifestações, o que "não deve se repetir".
Ele elogiou o acordo em São Paulo para que a polícia não use mais balas de borracha contra manifestantes, e pediu que as autoridades negociem com os manifestantes.
Colville ainda elogiou o posicionamento da presidente Dilma Rousseff, que na segunda-feira disse considerar legítimas as manifestações pacíficas, "próprias da democracia". 

jcnet.com