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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Silas Malafaia quer abrir uma igreja em cada cidade do País


Silas Malafaia quer abrir uma igreja em cada cidade do País
Mais de 30 mil pessoas concorreram a uma vaga e você chegou até aqui!" O rosto confiante do pastor Silas Malafaia é capturado pelas câmeras e projetado em tempo real em quatro telões espalhados por uma gigantesca tenda branca montada no centro da cidade de Águas de Lindoia (SP), estância turística localizada a 160 quilômetros da capital paulista. Atrás do discreto púlpito de vidro colocado no meio do palco iluminado por 28 holofotes coloridos, Malafaia prega para milhares de crentes sentados e atentos, numa abafada noite de dezembro. "Eu sei que Deus está falando com as pessoas. Sei que aqui tem corações generosos e discernimento espiritual", profetiza.  

A sua semente vai multiplicar
"Eu não te chamei aqui para você pagar a conta. Você é meu convidado", prossegue Malafaia. Mas existe um problema de ordem financeira nessa afirmação: os custos do evento ficaram em R$ 4 milhões. E, até aquele momento, o pastor só havia conseguido arrecadar R$ 1,25 milhão em "ofertas", como ele prefere chamar as doações. Portanto, era preciso levantar o que falta. O staff de Malafaia rapidamente distribui para cada ouvinte um envelope com os seguintes dizeres: "A sua semente vai multiplicar (2 Coríntios 9.6b)". Dentro dele é possível colocar dinheiro ou cheque para 30 dias. Ofertas acima de R$ 100 são facilitadas em até dez vezes no cartão. Malafaia, então, dá a sua cartada mais arrojada e pede que uma dezena de pessoas semeie R$ 100 mil. A alta cifra não produz qualquer expressão de espanto ou desaprovação na plateia. Em seguida, ele convida mil participantes a contribuírem com R$ 1 mil.  Malafaia não exige doações. O pastor apenas alerta que, se alguém hesitar em colaborar, "Deus vai fazer outro levantar e a benção que ia para você vai para outro". Logo em seguida, contemporiza: "Se R$ 100 é tudo o que você precisa, é seu sonho, não dê! Se não for, é a sua semente". O raciocínio segue em progressão geométrica até a casa dos milhares de reais. Ele encerra o pedido com uma oração em forma de ditado, repetido em uníssono pela plateia. "A oferta é boa/ a terra é boa/ e haverá/ uma grande colheita". 


Culto com mais de duas mil pessoas (Foto: Marizilda Cruppe)

Uma igreja em cada cidade
Apesar de ser figura carimbada na mídia há décadas, seu "ministério" próprio - a Assembleia de Deus Vitória em Cristo - tem menos de três anos de existência. Nesse pouco tempo já contabiliza 130 igrejas e 40 mil fiéis, a maior parte no estado do Rio de Janeiro. Antes, Malafaia pregava no templo comandado pelo falecido sogro, o pastor José Santos, presidente da Assembléia de Deus da Penha, no Rio de Janeiro. Malafaia era o vice-presidente. Com a morte de Santos, no começo de 2010, ele abriu sua própria congregação. Agora, seu sonho mais ambicioso é abrir uma igreja em cada uma das 5.568 cidades do país, arrebanhando assim milhões e milhões de almas. "Eu acredito que, em dez anos, eu possa ter duas mil igrejas", ele me confidencia durante conversa realizada uma semana após o término do congresso em Águas de Lindóia. 

"Eu não tenho uma igreja de babacas"
Malafaia afirma que rege seu ministério pela "lei da semeadura", uma metáfora bíblica para o bom e velho "é dando que se recebe". "E como você semeia na Teologia da Prosperidade? Você semeia ofertando", analisa Figueredo. É difícil saber quando Malafaia está nervoso. Debatedor nato, ele é daqueles que raramente ouvem o que interlocutor está dizendo. Mas sua voz atinge um volume irritado quando questionado sobre as ofertas que chegam até sua igreja, entidade isenta de imposto pela Constituição. "Minha igreja tem desembargador, tem procurador, tem mais de dez caras com doutorado, professores de universidade. Eu não tenho uma igreja de babacas, que tem um malandro lá tomando deles", rebate. "Como é que pode um cara passar 20 anos dando dinheiro? É um imbecil? 20 anos dando dinheiro e não aconteceu nada na vida dele?", questiona. 

Pastor fundamentalista
Malafaia jura que jamais vai se candidatar a um cargo eletivo, mas não nega que deseja ver sua igreja influenciando todos os ramos da sociedade, inclusive a política. Seu irmão, Samuel, já é deputado estadual no Rio de Janeiro. Nas últimas eleições municipais, em outubro do ano passado, o pastor apoiou 18 candidatos a vereador em todo o país e só dois perderam. Na capital fluminense, turbinou a campanha de Alexandre Isquierdo (PMDB) - o terceiro mais votado - com R$ 80 mil do próprio bolso e outros R$ 194 mil de sua editora. Malafaia afirma que, nos debates de que participa, jamais apela para dogmas da Bíblia para embasar sua argumentação, mas somente à ciência. Psicólogo de formação, garante que mulheres que abortam têm mais propensão a cometer suicídio e que é o bebê o agente ativo da gravidez, e não a mãe. Ele se opõe ao casamento entre pessoas do mesmo sexo porque "casamento é um homem, uma mulher para preservação da espécie, para procriação". Quando questionado se esse conceito não é estritamente religioso, ele nega com ar de desdém: "É sociológico, é antropológico". Entre seus gurus científicos, cita George Gilder, expoente da extrema-direita do Partido Republicano dos Estados Unidos.  

Sua guerra declarada aos ativistas do movimento LGBT mira o projeto de lei 122, que transforma a homofobia - assim como o preconceito por religião ou cor da pele - em crime. Apesar de haver um parágrafo no texto que diz claramente que, nos cultos religiosos, a condenação "pacífica" da homossexualidade é permitida, Malafaia argumenta que o PL é a tentativa de colocar uma mordaça nos cristãos e uma afronta à liberdade de expressão. "Quer dizer que se um cara se beijar (sic) no pátio da minha igreja e eu impedir eu vou pra cadeia? É isso que eles querem? Chegar no pátio da minha igreja para vir me afrontar?", protesta. 

"O Malafaia cresce na polêmica", define o pastor batista Valdemar Figueredo. De fato, o pastor mais comentado do país gosta de comprar briga. E sequer se melindra em ser chamado de "fundamentalista". "Fundamentalista? Obrigado. Significa que você é o quê? Superficial? Pelo menos, eu tenho fundamento. Pelo menos, eu tenho uma estrutura para defender minhas ideias. Eu encarno, eu levo na onda", finaliza. 

opipoco

Paraná já registra 602 casos de dengue


Peabiru é a cidade com maior número de casos

O informe da dengue divulgado na segunda-feira pela Secretaria da Saúde traz a confirmação de mais 602 casos de dengue no Paraná. De agosto de 2012 até hoje foram confirmados 2.595 casos da doença. A maioria dos casos (1.958) se concentra nos municípios com situação de epidemia: Peabiru, Paranavaí, São Carlos do Ivaí, Fênix e Japurá.

“Estamos enfrentando um período crítico da doença com o acompanhamento em todos os municípios, com ações mais intensas nos municípios com o maior número de casos confirmados”, afirma o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.

De acordo com o último boletim, neste período, 57 municípios já registraram casos autóctones (quando a infecção ocorreu no próprio município), nove a mais que no informe da semana passada. O coordenador da Sala de Situação da Dengue, Ronaldo Trevisan, reforça que o vírus da dengue circula em diversas regiões e que o número de casos nestes municípios pode aumentar se não houver a diminuição dos focos do mosquito transmissor da doença. “Assim como municípios que estão em situação epidêmica, os demais também podem chegar a esta condição, inclusive com mortes, se não diminuírem os índices de infestação predial”, disse.

Os municípios com maior número de casos confirmados são: Peabiru (751), Paranavaí (664) e São Carlos do Ivaí (308). 
jornale

Inflação dos bens de consumo e das matérias-primas sobe em ritmo menor em janeiro IGP-DI marcou alta de 0,31% perante 0,66% em dezembro


 
A inflação dos bens de consumo e das matérias-primas, calculada pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) subiu 0,31% em janeiro, ante elevação de 0,66% em dezembro, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta terça-feira (5).

Em janeiro de 2012, a variação foi semelhante, de 0,30%. Em 12 meses, o IGP-DI variou 8,11%.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que calcula os preços na porta da fábrica, manteve a variação de dezembro, de 0,74%.
Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) acelerou e registrou variação de 1,01%, em janeiro, ante 0,66%, no mês anterior.

O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) também subiu em ritmo maior e registrou, em janeiro, taxa de variação de 0,65%, acima do resultado do mês anterior, de 0,16%. 

O índice é formado pelo IPA-DI (Índice de Preços por Atacado - Disponibilidade Interna), IPC-DI (Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna) e INCC-DI (Índice Nacional do Custo da Construção - Disponibilidade Interna), com pesos de 60%, 30% e 10%, respectivamente.

O IGP-DI é usado como referência para correções de preços de tarifas públicas e reajustes de contratos de aluguéis e de planos de saúde, sendo também o indexador das dívidas dos Estados com a União.

O índice também é diretamente empregado no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto) e das contas nacionais em geral. 

r7

Dívida pública sobe 7,5% em 2012 e chega à marca dos R$ 2 trilhões


 Dívida pública sobe 7,5% em 2012 e chega à marca dos R$ 2 trilhões
No ano passado, dívida pública subiu R$ 141 bilhões, diz Tesouro. (Foto divulgação)


No ano passado, dívida pública subiu R$ 141 bilhões, diz Tesouro.
R$ 66,1 bilhões se devem a recursos para bancos públicos.


A dívida pública federal, o que inclui os endividamentos interno e externo, subiu 7,55% em 2012, para R$ 2 trilhões, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (5) pela Secretaria do Tesouro Nacional.

O crescimento da dívida pública no ano passado foi de R$ 141 bilhões. Em 2011, a dívida pública havia registrado o crescimento de 10,17%, ou R$ 172,3 bilhões, para R$ 1,86 trilhão.

Fatores para o crescimento
O crescimento da dívida pública no ano passado está relacionado, principalmente, com a apropriação de juros no valor de R$ 207,9 bilhões.

Mas a injeção de recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 45 bilhões em 2012 (incluído dentro das emissões totais de títulos da dívida), além da emissão de R$ 21,1 bilhões para capitalizar o Banco do Brasil (R$ 8,1 bilhões) e a Caixa Econômica Federal (R$ 13 bilhões), também influenciaram o crescimento da dívida no ano passado.

Somente a injeção de recursos nos bancos públicos, por meio da emissão de títulos da dívida do governo, somou R$ 66,1 bilhões em 2012 - o que equivale a 46,8% de todo o crescimento da dívida pública no período - que somou R$ 141 bilhões.

A dívida líquida só não cresceu mais em 2012 porque houve um resgate líquido de papéis (resgates superando as emissões de títulos públicos) no valor de R$ 66,3 bilhões no ano passado, informou o Tesouro Nacional.

Plano Anual de Financiamento
No começo do ano passado, o Tesouro Nacional informou que, para 2012, sua expectativa era de que a dívida pública avançasse entre R$ 83,6 bilhões e R$ 183,6 bilhões, atingindo um patamar entre R$ 1,95 trilhão e R$ 2,05 trilhões. Deste modo, o crescimento ficaria entre 4,48% a 9,84%. Essa previsão consta no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2012. Deste modo, os números do Tesouro mostram que as previsões do PAF foram atingidas.

Dívidas interna e externa
No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional, foi registrado um aumento de 7,45% em 2012, para R$ 1,91 trilhão. Em dezembro de 2011, a dívida interna somava R$ 1,78 trilhão. No ano passado, o crescimento foi de R$ 133 bilhões.

Já no caso da dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, o governo contabilizou um aumento de 9,6% no ano passado, para R$ 91,2 bilhões, contra R$ 83,2 bilhões no fechamento de 2011. Neste caso, o crescimento foi de R$ 7,99 bilhões.

Perfil da dívida
No ano passado, o governo continou sua estratégia de tentar emitir mais títulos prefixados, ou seja, com correção fixa determinada no momento do leilão, o que aumentou seu percentual no total da dívida. 

Em dezembro de 2012, o percentual de papéis prefixados somou 41,18% do total, ou R$ 789 bilhões, contra 38,28% no fechamento de 2011, ou R$ 682 bilhões. Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial".

Os títulos atrelados aos juros básicos da economia (os pós-fixados), por sua vez, tiveram sua participação reduzida em 2012 - seguindo também uma estratégia do Tesouro Nacional. No fim do ano passado, representaram 22,55% do total (R$ 432 bilhões), em comparação com 31,71% no fechamento de 2011 (R$ 565 bilhões).

A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação) somou 35,48% no fim de 2012, o equivalente a R$ 680 bilhões, contra 29,6% no fechamento de 2011, ou R$ 527 bilhões. Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 0,79% do total no fim de 2012, ou R$ 15,16 bilhões, contra 0,4% no fim de 2011, ou R$ 7,2 bilhões.


Fonte: Portal G1/midiacon

Google Street View ‘flagra’ casal namorando atrás de cortina


Este é mais um caso de “fail” do Google Street View que começou a circular na rede nesta sexta-feira (01/02). No flagrante, um casal aparece “dando uns amassos” em um provador de uma loja de roupas. O momento foi clicado em uma loja de esportes chamada Krakatoa, no sul da cidade de Briançon, na França.

Casal foi flagrado namorando em provador (Foto: Reprodução-Google Street View)Casal foi flagrado namorando em provador (Foto: Reprodução/Google Street View)
A foto é bastante curiosa e mostra as duas pessoas claramente com as “roupas de baixo” abaixadas e os corpos bem próximos um do outro dentro do provador. Ainda não houve nenhum tipo de comunicado oficial sobre o ocorrido. Resta saber se o flagra foi intencional ou acidental, e se ele ficará mesmo online.
A imagem viralizou na web após ser publicada no Reddit. Depois de um usuário postá-la no diretório “funny” da rede social, a mesma passou a ser compartilhada por diversas outras pessoas e ganhou destaque também nos sites de notícias. 
globo.com

Saúde investiga 3 mortes por suspeita de dengue no Estado Destes, 27 foram confirmados como dengue clássica, dois na forma hemorrágica e outros dois com complicação. Outros 177 ainda estão sendo apurados



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Três mortes ocorridas este ano estão sendo investigadas pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) por suspeita de dengue. Os dados foram divulgados ontem pela SES e constam no primeiro boletim epidemiológico do ano, o qual revela ainda que, em janeiro, foram 208 notificações de casos suspeitos, mesma quantidade registrada no mesmo período do ano passado.
Destes, 27 foram confirmados como dengue clássica, dois na forma hemorrágica e outros dois com complicação. Outros 177 ainda estão sendo apurados.
Dos 223 municípios, João Pessoa é o que teve mais ocorrências notificadas (75), seguido de Cabedelo (19), Santana de Mangueira (16), Esperança (13) e Arara (11), onde morreu um garoto com suspeita de dengue hemorrágica, na semana passada. Em 186 cidades, não houve notificação. 

PMJP faz ação

Hoje, 50 agentes de saúde da prefeitura de João Pessoa participam de uma ação de combate ao Aedes aegypti, entre 8h e 12h, no Varadouro. O objetivo é preparar a população para o período chuvoso e alertar sobre as áreas que oferecem risco de proliferação do mosquito transmissor da doença.

Recomendações 

Dentre as recomendações para combater o mosquito, as mais comuns são: não deixar água parada em pneus fora de uso; não deixar água acumulada sobre a laje e as calhas da casa, removendo folhas, galhos ou qualquer material que impeça a circulação da água; e jogar fora a água que fica na vasilha que apara os vasos de plantas – esses recipientes devem sempre estar secos ou cobertos com areia.

Outras orientações importantes no combate à dengue são: caixas de água limpas e mantidas sempre fechadas e bem vedadas, como também os poços artesianos ou qualquer outro tipo de reservatório de água; vasilhas que servem para animais (gatos, cachorros) beberem água não devem ficar mais do que um dia com a água.

portal correio

Dezesseis milhões de chinesas têm marido gay, diz estudo


Dezesseis milhões de chinesas têm marido gay, diz estudo

Pesquisa na China diz que muitos homens homossexuais se casam com mulheres por pressão social; pedidos de anulação de casamento sobem.


A modernização da sociedade chinesa nos últimos anos ainda não foi suficiente para acabar com um dos fenômenos mais comuns relacionados aos homossexuais no país: o casamento de fachada, para atender às normas tradicionais da sociedade e às expectativas familiares.

Um estudo feito no ano passado por Zhang Beichuna, da Universidade de Qingdao, estima que existam 16 milhões de mulheres casadas com homens homossexuais.

'Muitos gays se envolvem em casamentos com heterossexuais para atender às pressões sociais - em especial de seus pais -, mas continuam mantendo relações homossexuais fora do casamento', conta Xu Bin, presidentedo grupo GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) Common Language, de Pequim.

Conforme a tradição cultural chinesa, jovens devem se casar em torno dos 25 anos e ter filhos, para dar continuidade à linhagem familiar. O casamento é um dos pilares sociais mais importantes no país - além de ser visto como uma garantia de segurança financeira e emocional para muitos idosos, que dependem financeiramente dos filhos para sobreviver, já que o sistema de previdência social chinês é ainda pouco desenvolvido.

 

Mas um dado que pode ser visto como um sinal de modernização da sociedade chinesa é o aumento, segundo o estudo da Universidade de Qingdao, dos casos de jovens pedindo divórcio ou anulação do casamento por descobrirem que seus parceiros são homossexuais.

Em janeiro, a Primeira Corte Intermediária de Pequim, que lida com divórcios e anulações de matrimônios, divulgou que o número de pedidos de anulação de casamentos em curto prazo está crescendo, ao passo que o de divórcios está diminuindo. O estudo liga o dado à disposição de jovens esposas a não aceitar o casamento de fachada. Mas Xu Bin, presidente do grupo GLS, diz que muitas mulheres tentam a anulação para evitar o estigma social. 'O pedido de anulação mostra que as mulheres entendem que ser divorciada diminui seu valor na sociedade', analisa Xu Bin. Sem relações Uma jovem de 32 anos de sobrenome Ying, de Pequim, pediu o divórcio de seu marido no final de 2012. Depois de um ano casados e sem manter relações sexuais, Ying descobriu que seu esposo era homossexual. 'Ele chegou a pedir para que ficássemos ainda casados e tivéssemos filhos, para que a família dele não fosse prejudicada. Mas eu não podia viver assim', diz.

No grupo coordenado por Xu Bin, um programa de assistência via telefone atende diversas mulheres que alegam terem descoberto que seus maridos são homossexuais. A situação inversa também é comum. 'Muitas chinesas se casam mesmo sabendo que são lésbicas. Mas elas não têm coragem de assumir sua posição perante a família e acabam seguindo a tradição, ainda que mantenham relações e namoradas fora do casamento', conta a ativista.

Casos assim são comuns na comunidade GLS chinesa e criam confrontos entre gays mais jovens e mais velhos. Em fóruns de discussão na internet, lésbicas da geração pós-1990 criticam a posição de mulheres de gerações anteriores que se mantêm casadas em função de pressão social. Xu Bin tenta criar encontros entre a comunidade para a troca de experiência, pois 'as jovens cresceram em uma China já mais aberta, e é difícil para elas entender que gerações mais velhas lidavam com preconceito de uma forma muito pior'.

A homossexualidade era considerada doença mental na China até 2001. Até 1997, manter relações homoafetivas na China era considerado crime. Ainda há preconceito contra relações entre pessoas do mesmo sexo e, em zonas rurais, é ainda comum o caso de pais tentarem 'tratar' filhos gays através da medicina.

O número de homossexuais no país, no passado estimado em 29 milhões, seria hoje em dia de mais de 50 milhões, de acordo com Xu Bin. No estudo conduzido pelo professor Zhang, há estimativas de que 70% dos homens gays chineses sejam casados.

Casar-se ou não é ainda uma questão de difícil abordagem no país, mesmo dentro de grupos de apoio aos homossexuais. Uma das saídas encontradas em cidades como Dalian e Xangai foi a criação de bailes dirigidos a homens e mulheres gays, para que estes pudessem se conhecer e eventualmente armar um 'casamento', podendo manter suas relações fora do casamento livremente e sem a pressão do cônjuge. Em Xangai há também um baile semanal voltado apenas a homens gays que são casados.

Borboleta da Sibéria


O artista plástico Xiyadie (seu nome artístico significa Borboleta da Sibéria) é um dos casos mais famosos de gays casados da China. Aos 48 anos, o artista já expôs seus trabalhos em Los Angeles e Estocolmo. Xiayadie se dedica ao jianzhi, a arte do corte de papel, que é um dos tesouros culturais chineses. A temática de sua obra, porém, é sua vida ao lado de seu companheiro de oito anos.

'A primeira vez que descobri ter sentimentos por meninos foi ainda criança, na escola. Eu achava que era doente, um cafajeste', conta. Aos 24 anos, o jovem de origem humilde cedeu às pressões familiares e se casou, após ter sido apresentado a dezenas de meninas pelos seus pais. 'Naquela época eu já tinha certeza de que era gay, mas não tinha coragem de assumir, então tinha meus relacionamentos às escondidas. Era como se eu soubesse que precisasse comer do prato, mas também queria comer direto da panela.'

Apenas há dez anos o artista encontrou forças de conviver com seus sentimentos. Apoiado por um especialista em jianzhi de sua cidade natal, Yan'an, na província de Shanxi, o berço da arte milenar, Xiyadie mudou-se para Pequim, deixando para trás sua esposa e seus dois filhos.

Ele ainda não consegue viver de sua arte, então mantém um trabalho regular em um estúdio do cineasta Xiang Ting, em Songzhuang, leste da capital, onde trabalha como segurança, cozinheiro e zelador por 1,5 mil yuans mensais (R$ 490) e, à noite, faz seus recortes dentro de sue quarto de dois metros quadrados. E não está divorciado.

'Minha esposa e minha filha sabem que sou homossexual. Minha filha conhece meu namorado e eles se dão bem', conta. O filho mais velho tem 23 anos e é deficiente mental.

Questionado sobre o que faria se voltasse aos 24 anos e tivesse de escolher entre casar ou assumir sua orientação sexual, Xiyadie diz que mudaria pouco. 'Acho que fugiria dos meus pais. Voaria para longe para viver a minha vida. Não cederia a eles, mas também não contaria a verdade sobre mim.'  



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