Mobilização
marca nova estratégia da pasta de estender, ao longo do ano, a campanha
de incentivo à prevenção, combinando camisinha, testagem e tratamento.
Durante
todo este mês de junho, o Ministério da Saúde realiza campanha de
prevenção das DSTs e Aids nas festas juninas do mês de junho no
Nordeste. A ação, que começou desde o início do mês e vai até
terça-feira (30), tem como objetivo chamar a atenção e conscientizar a
população, especialmente os jovens, sobre a importância de usar
camisinha, fazer o teste de HIV e o iniciar o tratamento, em caso de
soropositividade.
A
campanha já está em andamento nas cidades do Campina Grande e João
Pessoa (PB); Caruaru e Recife (PE) e em Salvador, com veiculação de
filme na Televisão durante este mês e utilização de redes sociais de
compartilhamento dos conteúdos, no mesmo período.
De
acordo com pesquisa do Ministério da Saúde, 95% das pessoas da Região
Nordeste sabem da importância do uso do preservativo para prevenção
contra aids. Mesmo assim, 49% da população sexualmente ativa da região
não fez uso da camisinha em todas as relações sexuais com seus parceiros
casuais, no último ano.
O
diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita,
destaca a importância da campanha publicitária. “Pela primeira vez,
temos uma ação de prevenção ao HIV e Aids que se estende ao longo de
todo o ano, abrangendo grande parte das festas populares brasileiras”,
ressalta o diretor.
Os
dados da Região Nordeste, comparativos com pesquisas anteriores,
mostram que o uso do preservativo na última relação sexual, ocorrida nos
últimos 12 meses, tem diminuído: 70% em 2004, 52% em 2008 e 62% em
2013. Além disso, houve um crescimento significativo de pessoas que
relataram ter tido mais de 10 parceiros sexuais na vida. Esse percentual
subiu de 20%, em 2004, para 22% em 2008, chegando a 39% no ano de 2013.
Lançada
em 1º de dezembro do ano passado (Dia Mundial de Luta contra Aids), a
campanha estará em todas as regiões do país, contemplando das festas
juninas do nordeste, outras como Octoberfest, em Blumenau-SC, e Festa do
Peão de Barretos (SP) Os materiais usam a gíria “#partiu teste”,
linguagem típica da faixa etária dos jovens, prioritária para a
campanha. As peças publicitárias para rádio, rede sociais cartazes em
aeroporto e rodoviária, entre outros, reforçam o conceito de prevenção
combinada “camisinha + teste + medicamento”.
Novo
protocolo - Em um ano, foi registrado aumento de 30% no número de
pessoas que iniciaram o tratamento com antirretrovirais no Brasil. No
período de um ano, o número de novos pacientes com acesso aos
antirretrovirais passou de 57 mil, em 2013, para 74 mil novos
tratamentos, em 2014.
Na
região Nordeste, o aumento foi de 29%, passando de 7,9 mil para cerca
de 10 mil novos tratamentos. Atualmente, cerca de 404 mil pessoas usam
estes medicamentos, ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo
67,6 mil no Nordeste do país. O crescimento foi observado após a
implantação do Novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e
Aids, lançado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2013.
“É
fundamental, nesse momento, olhar pra atrás e reconhecer nossas
conquistas. Esses dados de aumento de testagem e do número de novos
tratamentos demonstram a importância da adoção do novo protocolo”,
explica a ministra interina da Saúde, Ana Paula Menezes. De acordo com
ela, o novo protocolo possibilita que as pessoas sejam tratadas de forma
mais precoce, o que contribuirá para a redução da carga viral, baixando
a probabilidade de transmissão na população.
ÓBITOS
– O incentivo ao diagnóstico e o combate ao tratamento tardio também
refletiu na redução da mortalidade e a morbidade do HIV. Desde 2003,
houve uma queda de 15,6% na mortalidade dos pacientes com aids no país. A
taxa caiu de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2003 para 5,7 óbitos
por 100 mil habitantes em 2013. Na região Nordeste, a taxa de
mortalidade por 100 mil habitantes subiu de 3,1 óbitos, em 2003, para
4,4 óbitos, em 2013.
PANORAMA
BRASIL/NORDESTE – Desde os anos 80, foram notificados 757 mil casos de
aids no país. Na Região Nordeste, foram 108.599 casos no mesmo período. A
epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de
20,4 casos de aids, a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de
39 mil casos novos ao ano. No Nordeste, a epidemia apresenta 16 casos a
cada 100 mil habitantes, abaixo da média nacional.
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