Carlos Costa, diretor de marketing da Telexfree, embolsou no ano passado US$ 3 milhões
(Reprodução)
A Divisão de Valores Mobiliários da Secretaria de Estado de
Massachusetts, onde a TelexFree está sediada, descreveu em um longo
documento de 50 páginas como a empresa pode ser facilmente identificada
como um esquema de pirâmide financeira. Divulgado nesta terça-feira, o
documento pede que a empresa pague uma multa (a ser definida) pelas
práticas fraudulentas e que ressarça todos os investidores que tiveram
prejuízos no Estado americana.
"A TelexFree é apenas um velado esquema de pirâmide financeira cujo
foco foi a comunidade de trabalhadores dos Estados Unidos e do Brasil",
assinou o representante principal da Secretaria, Patrick Ahearn. O texto
ainda traz a informação de que apenas no Estado americano a empresa
chegou a levantar aproximadamente 90 milhões de dólares com
divulgadores. No mundo todo, em especial nesses dois países, a empresa
arrecadou 1 bilhão de dólares. A TelexFree está sob investigação desde
o ano passado por prática de pirâmide no Brasil, com os bens bloqueados e
impedida de funcionar por uma decisão da Justiça do Acre.
"Apesar do capital ser impressionante, as operações da TelexFree são
insustentáveis, sem um fluxo contínuo de capital novo", diz o relatório.
"A base financeira da empresa é o recrutamento de novos membros e a
postagem de anúncios na internet e não a venda de serviços de
telecomunicação por Voip", acrescenta para, em seguida, descrever o
esqueleto dessa pirâmide. "Mesmo sem ter de vender um Voip, o
participante tem um retorno garantido de 200% a 250%."
Em 2012 e 2013, a TelexFree comercializou 4.845.576 de programas
Voip, rendendo pouco mais de 238,39 milhões de dólares, um faturamento
bem menos substancial do que a entrada de novos participantes. "O
fundador da TelexFree, Calor Wanzeler, contudo, não conseguiu
identificar o número de Voips vendidos para pessoas que não são
divulgadoras", diz o texto, considerado esse mais um indício do esquema
fraudulento.
No texto consta ainda o destaque para a participação de um divulgador
em especial, Sann Rodrigues, que já fui acusado de prática de pirâmide
nos EUA em 2006.
Vale ainda ressaltar que a autoridade americana descobriu que Carlos
Costa, diretor da Ympactus (nome real da subsidiária brasileira
da TelexFree) embolsou 3 milhões de dólares no ano passado quando vendeu
sua participação no grupo americano.
"As operações da TelexFree tornaram-se um risco que as instituições
financeiras não estão mais dispostos a suportar", finaliza o sumário do
estado americano.
veja.abril