Da esquerda para a direita, Martin Karplus, Michael Levitt e Arieh Warshel (Foto: AFP PHOTO / TT NEWS AGENCY / CLAUDIO BRESCIANI)
O Prêmio Nobel de Química de 2013 foi oferecido nesta quarta-feira (9) a Martin Karplus, Michael Levitt e Arieh Warshel por "colocarem as fundações dos poderosos programas que são usados para entender e prever processos químicos".
"Nos anos 1970, eles colocaram as fundações de poderosos programas que são usados para entender e prever processos químicos. Os modelos de computador que espelham a vida real se tornaram cruciais para a maioria dos avanços feitos na química atualmente", justificou em comunicado a Real Academia Sueca de Ciências, que concede o prêmio.
"Nos anos 1970, eles colocaram as fundações de poderosos programas que são usados para entender e prever processos químicos. Os modelos de computador que espelham a vida real se tornaram cruciais para a maioria dos avanços feitos na química atualmente", justificou em comunicado a Real Academia Sueca de Ciências, que concede o prêmio.
"Desenvolvemos um método de olhar para uma proteína e ver como exatamente ela faz o que faz. Isso pode ser usado, por exemplo, para desenhar drogas", citou Warshel, por telefone, ao ser questionado por uma jornalista sobre quais avanços seu trabalho trouxe.
Os trabalhos do trio premiado se aplicam a todos os tipos de química - podem ser usados na pesquisa de processos em seres vivos, assim como em técnicas industriais, por exemplo.
As reações químicas ocorrem muito rapidamente. A química clássica não conseguia mapear exatamente cada passo dos processos químicos. Os métodos desenvolvidos pelos cientistas ganhadores do Nobel deste ano permitem que os computadores analisem detalhadamente como ocorre, por exemplo, a purificação da fumaça que passa num catalisador, ou mesmo a fotossíntese que ocorre nas folhas das plantas.
Quântica e clássica
A academia sueca considerou as pesquisas desse trio merecedoras do prêmio porque permitiram associar a física clássica, com cálculos mais fáceis e precisos, capaz de calcular moléculas realmente grandes, mas inviável para prever reações, com a mecânica quântica, que demanda grande poder de cálculo e, por isso, só podia ser usada para moléculas pequenas. "Os vencedores do Nobel deste ano pegaram o melhor dos dois mundos e desenvolveram métodos que usam física clássica e quântica".
Isso significa que num cálculo de como um medicamento vai agir sobre uma proteína do corpo, por exemplo, o computador vai fazer uma simulação quântica de como os átomos da proteína que entram em contato com a droga vão interagir. O resto da molécula é simulado usando os preceitos da física clássica.
Martin Karplus naceu em 1930, em Viena, e é cidadão americano e austríaco. É vinculado à Universidade de Estrasburgo, na França, e à Universidade Harvard, nos EUA. Michael Levitt nasceu em 1947, em Pretória (África do Sul), e é cidadão britânico e americano. Atualmente está na Universidade Stanford, nos EUA. Arieh Warshel é americano e israelense. Ele nasceu em 1940 em Kibbutz Sde-Nahum (Israel), e trabalha na Southern California University, nos EUA.
Confira abaixo os vencedores do Nobel de Química dos últimos anos:
2012: Robert Lefkowitz e Brian Kobilka (EUA)
2011: Daniel Schechtman (Israel)
2010: Richard Heck (EUA), Ei-ichi Negishi e Akira Suzuki (Japão)
2009: Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz (EUA), Ada Yonath (Israel)
2008: Osamu Shimomura (Japão), Martin Chalfie e Roger Tsien (EUA)
2007: Gerhard Ertl (Alemanha)
2006: Roger Kornberg (EUA)
2005: Yves Chauvin (França), Robert H. Grubbs e Richard R. Schrock (EUA)
2004: Aaron Ciechanover e Avram Hershko (Israel) e Irwin Rose (EUA)
2003: Peter Agre e Roderick MacKinnon (EUA)
globo.com