Natural no Rio de Janeiro, onde nasceu de uma família nobre em 5 de outubro de 1930, d. Luciano era jesuíta e foi bispo auxiliar do cardeal d. Paulo Evaristo Arns, em São Paulo, antes de ser nomeado arcebispo de Mariana, em 1988. Foi secretário-geral da CNBB durante oito anos e, seguida, presidente da entidade, por outros oito anos. Morreu de câncer, no Hospital das Clínicas, em São Paulo, em 27 de agosto de 2006.
"Pedi à Santa Sé, com apoio de 307 bispos brasileiros, autorização para a abertura do processo de beatificação, em agosto de 2011, cinco anos após a morte de d. Luciano, como determina a lei da Igreja", disse d. Geraldo à reportagem, nesta quinta-feira, 15, por telefone. Com a permissão do Vaticano, que consultou todos os órgãos da Cúria Roma, poderá ser instalado o tribunal diocesano, primeiro passo para levar a causa adiante.
O processo de beatificação de dom Luciano foi autorizado (Foto: Divulgação)
O tribunal será instalado no dia 27 de agosto, na Arquidiocese de Mariana, onde serão ouvidas testemunhas, analisados escritos e examinados relatos de graças alcançadas por intercessão de d. Luciano, para reconhecimento de um eventual milagre, necessário para a beatificação. D. Geraldo disse que há centenas de relatos sobre fatos extraordinários e é possível que um deles seja considerado milagroso.
"D. Luciano morreu com fama de santo, como comprovam as centenas de visitas a seu túmulo, onde as pessoas depositam flores, fotografias e bilhetes, com agradecimentos e pedidos de intercessão", informou o arcebispo. D. Luciano, que a partir de agora passa a ser chamado servo de Deus, está sepultado na cripta da Sé de Mariana, ao lado de d. Antônio Ferreira Viçoso, também servo de Deus, cujo processo de diocesano para beatificação já está encerrado. "Mariana tem a perspectiva de ver dois de seus ex-arcebispos serem canonizados", observou d. Geraldo.
Dezenas de testemunhas serão convocadas pelo Tribunal Eclesiástico para falar da vida de d. Luciano. Quem julga que possa contribuir para a causa com informações também pode pedir para ser ouvido. Apesar do grande número previsível de depoimentos, d. Geraldo acredita que o processo não demore muito tempo, porque está tudo muito bem documentado. Entre os escritos a serem analisados, estão catalogados mais de mil artigos de jornal assinados por d. Luciano.
"D. Luciano sempre agiu de acordo com as leis e a doutrina social da Igreja, mesmo quando tratou de questões políticas, como ao tomar posição contra a privatização da estatal Vale do Rio Doce", disse d. Geraldo. Na sua avaliação, vai pesar sobretudo a ação pastoral de d. Luciano, em defesa dos pobres, dos menores abandonados e de todos os excluídos.
diariodolitoral
Nenhum comentário:
Postar um comentário