A ONU pediu nesta terça-feira ao governo brasileiro que garanta o direito às manifestações pacíficas e evite o uso desproporcional da força, e cobrou que seja realizada uma investigação independente sobre relatos de excessos policiais na repressão aos manifestantes, após os maiores protestos populares no país em mais de 20 anos.
Reuters |
ONU pede moderação a autoridades e manifestantes em protestos no Brasil |
Rupert Colville, porta-voz para a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, também pediu moderação aos manifestantes, depois de ataques contra a Assembleia Legislativa e alguns prédios históricos e uma agência bancária durante os protestos no Rio de Janeiro.
"Nós pedimos que as autoridades brasileiras tenham contenção ao lidar com os crescentes protestos sociais no país e também apelamos aos manifestantes que não recorram a atos de violência na reivindicação de suas demandas", disse o porta-voz a jornalistas em Genebra.
Mais de 200 mil pessoas tomaram as ruas de diversas capitais do Brasil na segunda-feira para reivindicar melhores serviços públicos, combate à corrupção e protestar contra os gastos com a Copa do Mundo de 2014.
Apesar de a manifestação ter ocorrido de forma pacífica na maioria das cidades, no Rio manifestantes mais exaltados depredaram uma agência bancária, lojas e restaurantes e atearem fogo a ao menos dois carros. Em Brasília, manifestantes invadiram a área externa do Congresso Nacional e a segurança do Palácio do Planalto foi reforçada.
Nesta terça-feira de manhã, funcionários da prefeitura do Rio limpavam as ruas e recuperavam as calçadas danificadas no entorno do Assembleia, enquanto as carcaças de dois carros incinerados eram removidos por reboques.
Segundo o porta-voz, o órgão da ONU está particularmente preocupado com o uso excessivo da força policial, que inclui relatos de pessoas feridas e presas, entre as quais jornalistas cobrindo as manifestações, o que "não deve se repetir".
Ele elogiou o acordo em São Paulo para que a polícia não use mais balas de borracha contra manifestantes, e pediu que as autoridades negociem com os manifestantes.
Colville ainda elogiou o posicionamento da presidente Dilma Rousseff, que na segunda-feira disse considerar legítimas as manifestações pacíficas, "próprias da democracia".
jcnet.com
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