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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Governo central tem déficit primário de R$10,473 bi em setembro, pior em 17 anos

BRASÍLIA, 31 Out (Reuters) - Influenciado pelo elevado rombo nas contas da Previdência Social, o governo central --formado pelo governo federal, Banco Central e Previdência Social-- registrou déficit primário de 10,473 bilhões de reais no mês passado, o pior resultado para setembro em 17 anos, indicando risco ainda maior de descumprimento da meta para o ano.
Nos nove primeiros meses de 2013, a economia feita para o pagamento de juros acumula superávit de 27,943 bilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira. O resultado é 49 por cento menor que o montante economizado em igual período do ano anterior.
Em setembro, a Previdência Social apresentou déficit de 11,763 bilhões de reais. O rombo foi provocado, entre outros fatores, pelo pagamento da segunda parcela do 13º salário aos aposentados e pensionistas do INSS.
Com o péssimo resultado de setembro, que foi também o pior resultado desde dezembro de 2008 para meses correntes, o governo chega aos últimos meses de 2013 com risco iminente de descumprimento da meta ajustada de superávit primário.
O objetivo cheio era de 155,9 bilhões de reais no início do ano, cerca de 3,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), para todo o setor público consolidado --que, além do governo central, inclui Estados, municípios e estatais.
Mas o baixo crescimento levou o governo a ajustar o alvo a 2,3 por cento PIB, considerando a possibilidade de desconto de 45 bilhões de reais com desonerações e investimento.
O Tesouro informou ainda que os gastos com investimentos públicos em setembro somaram de 4,4 bilhões de reais, acima dos 3,3 bilhões de reais no mês anterior, acumulando no ano 46,5 bilhões de reais, com alta de 2,9 por cento sobre o mesmo período do ano passado.
Os gastos com custeio ficaram em 15,5 bilhões de reais em setembro, 12,3 por cento a mais do que em agosto. Nos nove primeiros meses do ano, os gastos chegam a 134,4 bilhões de reais, 21,1 por cento a mais do que igual período de 2012.

(Por Luciana Otoni e Nestor Rabello)

reuters.com

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