No local onde existiu o maior garimpo do
mundo, ainda há muito ouro. Em 2013, esse tesouro começou a ser
explorado de forma organizada e com tecnologia moderna.
Vinte e cinco anos depois do fechamento do
garimpo, “Serra Pelada” voltou a produzir ouro. No lugar de 100.000
homens de todas as partes do Brasil que se amontoaram nos terraços
enlameados de uma cratera cavada no sul do Pará em busca do metal
precioso, em condições precárias, tem maquinários modernos operados por
funcionários com carteira assinada e protegidos por equipamentos de
segurança.
Em vez de garimpeiros agachados em frente a
uma fogueirinha fervendo o mercúrio em uma panela para separar as
partículas de ouro da terra, são utilizados complexos processos não
poluentes de decantação, flotação e fundição para produzir barras de
ouro de 25 quilos com 80% de pureza.
A mineradora canadense “Colossus
Minerais”, que investiu 800 milhões dereais em” Serra Pelada”, concluiu a
medição da reserva intocada que escapou às escavações artesanais dos
garimpeiros na década de 1980. Os técnicos do Ministério de Minas e
Energia estimaram em 50 toneladas a quantidade de ouro ainda existente
no local. Se o cálculo for confirmado, será mais do que se conseguiu
extrair nos sete anos entre 1980 e 1987 (40 toneladas).
Os velhos métodos, contudo. Não servem
mais. O ouro remanescente encontra-se misturado com uma camada de
argila, a 200 metros de profundidade que se estende a sudoeste da
cratera durante os anos 1980. Os garimpeiros não sabiam disso e já não
conseguiam encontrar uma quantidade significativa do minério, e
atingiram um lençol freático. O governo então mandou interromper as
atividades no local.
Para retomar a exploração, a cooperativa
teve de criar a “Serra PeladaCompanhia de Desenvolvimento Mineral”, uma
joint venture com a empresa Canadense. Os 38.000 garimpeiros cooperados
não precisarão fazer nada além de dividir entre si 25% dos lucros da
operação.
Na Vila Serra Pelada situada no município
de Curionópolis-Pá, há uma gameleira de 15 metros de altura que serve de
ponto de encontro de homens que há trinta anos sonham com o Eldorado. A
árvore ganhou o apelido de “Pau da Mentira”, por causa das histórias
improváveis contadas à sua sombra e agora poderia ter seu nome mudado
para “Pau da Esperança”.
Os representantes da mineradora se
preocupam com as expectativas dos seus sócios brasileiros. Não temos
dúvida de que esta mina tem potencial para se tornar uma das mais
produtivas do mundo, mas infelizmente não serão capaz de enriquecer
esses 38.000 homens, diz a canadense Ann Wilkinson, vice-presidente da
Colossus.
A dificuldade técnica e o alto custo da
extração na “Nova Serra Pelada” são compensadores de duas formas.
Primeiro, o ouro não é o único tesouro do local. Há quantidades
significativas de platina e paládio, metais de grande valor industrial e
para confecção de joias. Só são conhecidas outras duas minas no mundo
aonde ouro vem acompanhado desses metais, diz o presidente da Colossus, o
canadense Cláudio Mancuso.
A segunda compensação é a crescente
demanda pelo ouro, motivada pela desvalorização do dólar e pela
instabilidade nas bolsas de valores em 2012. Da preferência dos
investidores do século XXI à febre que levou milhares de brasileiros a
abandonar a família para tentar a sorte em “Serra Pelada” nos anos 80, o
ouro é desejado por uma razão simples. Ele é raro. Todo o ouro já
extraído no planeta, 160.000 toneladas, caberia em apenas duas piscinas
olímpicas.
Em março de 1980, foramencontradas enormes
pepitas de ouro no local denominado “Morro da Babilônia” – uma delas é a
maior em todo o mundo, com 62.1 quilos e que pode ser vista no Museu de
Valores doBanco Central.
Com a retomada dos trabalhos pela empresa
canadense, foramdeslocados para a região do garimpo, Novos maquinários,
como Escavadeiras, Rompedores hidráulicos, Guindastes, Empilhadeiras,
esteiras, entre outros equipamentos de última geração, como uma máquina
chamada de“JUMBO“, perfura o rochedo com uma broca do tamanho de um
automóvel pequeno. O Projeto Serra Pelada atingiu 100 % da implantaçãoe
segue corretamente o seu cronograma para a evolução do processamento
mineral da mina subterrânea que toda é protegida em concreto para evitar
desmoronamento e atingir a capacidade máxima de produção prevista para o
final de março de 2014, com processamento de 250 toneladas de material
mineralizado por dia, e a expectativa é alcançar 1.000 toneladas por
dia.
Em geral, cada funcionário permanece até
seis horas dentro da mina, sob a iluminação que se assemelha à de uma
casa à noite. Protetores de ouvido e colete sinalizador são de uso
obrigatório, além de máscara para respiração e outra chamada de máscara
de fuga, que tem vida útil de 25 a 120 minutos de oxigênio, em caso de
possível desmoronamento. Antes de entrar na mina todos ainda precisam
verificar a pressão arterial.
Além das ações de qualificação de mão de
obra, de amparo ao desenvolvimento local e as ações sociais, a Colossus
faz a doação de 300cestas básicas por mês a moradores da comunidade de
Serra Pelada, adquiridos no comércio local como forma de fortalecer a
economia local e levou a experiência do SENAI e SEBRAE para qualificação
do pessoal. Está em cartaz esta semana em Porto Velho neste mês de
outubro o “O Filme ALenda da Montanha de Ouro” tendo como diretor Victor
Lopes.
cariri ligado
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