O
presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse neste sábado, 29, que os
políticos comprovadamente envolvidos nas denúncias de corrupção na
Petrobras serão expulsos da legenda, de acordo com declarações
publicadas no site do partido.
A Petrobras é alvo de investigações da Polícia Federal no âmbito da
operação Lava Jato, que já resultou na prisão de ex-diretores da estatal
acusados de participarem de um suposto esquema de desvio de recursos
envolvendo políticos e empreiteiras.
"Concluídas as investigações, queremos que os corruptos comprovadamente provados possam ser punidos. Se houver alguém do PT implicado com provas, ele será expulso", afirmou Falcão no segundo dia de reuniões do Diretório Nacional do PT em Fortaleza.
O partido aprovou neste sábado um documento de combate à corrupção no qual se mostrou a favor da continuidade das investigações de denúncias de corrupção na petroleira "dentro dos marcos legais e sem partidarismo".
"Temos o compromisso histórico de combater implacavelmente a corrupção", disse Falcão no site do partido.
Deflagrada em março de 2014, a Lava Jato foi lançada inicialmente para investigar um esquema de lavagem de dinheiro em vários Estados, que seria comandado pelo doleiro Alberto Youssef.
Dias após a prisão de Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi preso por suspeita de destruir documentos.
Costa e Youssef firmaram acordos de delação premiada com a Justiça e os depoimentos dados por ambos levaram a uma nova fase da operação em que foram feitas novas prisões.
Abertura de diálogo
Falcão disse ainda que a abertura do diálogo proposta pela presidente Dilma Rousseff após ser reeleita em outubro, foi concretizada em discurso da presidente no encerramento do primeiro dia de reuniões do Diretório Nacional na sexta-feira.
"A disposição de Dilma foi materializada de forma muito direta e correspondeu às expectativas que a direção do partido tinha sobre o comportamento dela em relação à sociedade e aos partidos", disse Falcão.
De acordo com o site do PT, Dilma afirmou na sexta-feira que é preciso ter união e governar com generosidade, olhando para todos os brasileiros, sejam eles eleitores do PT ou não, e que é preciso ter "responsabilidade" em relação aos partidos aliados.
"Eu fui eleita para continuar mudando o Brasil, defendi as nossas realizações. Não teria vencido se não fosse pelo apoio da militância, do PT, dos partidos aliados e dos movimentos sociais", disse Dilma.
A presidente voltou a rebater críticas feitas pela oposição durante a disputa eleitoral considerada a mais acirrada desde a redemocratização do país.
"Foi um processo de desinformação, de disputa e falsidade em relação ao Brasil", disparou.
Sobre o cenário econômico, Dilma disse não estar satisfeita com a atual situação da economia e disse ser preciso fazer um esforço "imenso" em relação à inflação.
"Os últimos dados mostram que a inflação vai fechar abaixo do teto máximo da meta esse ano, mas isso não significa que estamos contentes. O Brasil tem de inovar, melhorar a competitividade?, disse.
Na quinta-feira, Dilma anunciou os nomes que integrarão a nova equipe econômica no seu segundo mandato. Foram nomeados Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa para o Planejamento, além da manutenção de Alexandre Tombini na presidência do Banco Central.
A presidente disse ainda que é preciso ter compromisso com a reforma política e voltou a enfatizar a necessidade da participação da população no debate.
"Nada nesse combate à corrupção construído nos últimos anos será efetivo se não fizermos uma verdadeira reforma política. Eu pessoalmente só acredito em reforma política com participação popular", acrescentou.
correiodoestado.com
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