Câncer de mama: índice de mortalidade aumentou de 11,88 para 12,10
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Os dados mostram um pequeno aumento no último ano incluído no documento. De 2011 a 2012, o índice de óbitos a cada 100 000 homens aumentou de 100,47 para 103,2. Entre as mulheres, a alta foi de 83,99 para 86,92. Nesse período, a quantidade de homens que morreu em decorrência da doença elevou-se de 94 649 para 98 033, e a de mulheres subiu de 82 455 para 86 040.
Esse crescimento, entretanto, está relacionado à melhora da qualidade da informação estatística. "O aumento discreto não significa uma elevação real. Ele se deve a mais notificações, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, que melhoraram o diagnóstico e atualmente têm mais precisão em informações médicas", explica o cirurgião oncologista Thiago Celestino Chulam, coordenador do Programa de Prevenção do Câncer do Hospital A. C. Camargo.
Tumores — O câncer de estômago foi o que apresentou a maior diminuição de mortalidade na década. A queda foi de 2,95% entre os homens e 2,49% entre as mulheres. De acordo com o Inca, esta redução se deve à melhoria do saneamento básico e conservação de alimentos no Brasil, que diminuiu a incidência da bactéria Helicobacter pylori, o maior fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer.
No mesmo período, as taxas de mortalidade por câncer de próstata caíram 0,39% e de colo de útero, 1,62%, enquanto os dados de câncer de mama se mantiveram praticamente estáveis. Segundo o Inca, os casos de câncer de mama, próstata e colo de útero no Brasil estão aumentando. As taxas de mortalidade estáveis ou em queda demonstram o maior acesso ao diagnóstico precoce e tratamentos no país.
Entre os tipos de câncer mais letais, o índice ligado aos tumores de intestino apresentou crescimento. Subiu 1,65% entre os homens e 0,37% entre as mulheres. O Inca explica esse aumento pela elevação da taxa de obesidade no país. Já o câncer de pulmão apresentou uma diminuição de mortalidade de 1,65% na população masculina e aumento de 1,47% entre as mulheres. A tendência é que a mortalidade feminina e masculina se tornem semelhantes e, de acordo com o Inca, reflete o padrão de tabagismo das duas últimas duas ou três décadas.
Letalidade — Entre 2011 e 2012, a taxa de letalidade aumentou nos cinco tipos de cânceres mais incidentes no sexo feminino: mama, brônquios e pulmões, colo de útero, estômago e cólon. Para cada 100 000 mulheres, o índice de mortes subiu 11,88 para 12,10 no caso do câncer de mama e de 7,81 para 8,18 no de carcinoma de brônquios e pulmões.
Entre o sexo masculino, dos cinco dos carcinomas mais letais, o índice de óbitos do período teve uma leve queda apenas no caso do tumor de esôfago: de 6,54 para 6,53. No caso do câncer de pulmão, o mais fatal entre eles, subiu de 15,01 para 15,54. A taxa elevou-se de 13,50 para 13,65 no tumor de próstata, o segundo mais letal. Já os números de câncer de estômago subiram de 9,36 para 9,39 e os de fígado, de 4,98 para 5,46.
Sobrevida — Na terça-feira, um grande estudo publicado no periódico The Lancet constatou que as pessoas estão vivendo mais depois de serem diagnosticadas com câncer no mundo. De acordo com os pesquisadores, porém, a sobrevida varia muito de país para país, e é menor na América do Sul, América Central, África e Ásia do que na Europa, América do Norte e Oceania.
A pesquisa revelou que em 18 países mais de 85% das mulheres sobrevivem pelo menos cinco anos após a descoberta do câncer de mama. É o caso do Brasil: de 1995 a 1999, 78,2% das pacientes tinham esse tempo de sobrevida; entre 2005 e 2009, 87,4% delas viviam mais de cinco anos.
O Brasil também é referência no caso do tumor de próstata, ao lado dos Estados Unidos. Nos dois países, 95% dos pacientes vivem cinco anos ou mais depois do diagnóstico.
Os números brasileiros pioraram, no entanto, no caso do câncer de estômago. O índice de pacientes que sobrevivem cinco anos ou mais após o diagnóstico da enfermidade caiu de 33,1% entre 1995 e 1999 para 24,9% de 2005 a 2009.
O país também está mal avaliado no caso do câncer de ovário: apenas 31,8% das mulheres sobrevivem cinco anos ou mais. Nesse tipo de tumor, o país que apresenta o melhor índice na América do Sul é o Equador, onde 40% das mulheres com a doença vivem pelo menos cinco anos.
veja.abril.com
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