Políticos com presença nas redes sociais terão mais chances
Os
políticos que estiverem mais presentes e que forem mais atuantes nas
redes sociais terão grandes chances de conquistar novos eleitores no
pleito deste ano. É o que garantem especialistas
em marketing digital político. As interações com o público através das
redes são uma fonte inesgotável de sugestões e novos pontos de vista que
retroalimentam uma campanha. É através delas que um candidato e sua
equipe conseguem ter uma visão mais clara dos anseios da população e
quais propostas são simpáticas ou não ao eleitorado.
Apesar das redes sociais serem utilizadas com frequência na Paraíba,
desde a eleição de 2010, alguns políticos ainda não se atentaram para o
fato e mantém perfis desatualizados, mas a grande maioria trabalha
diariamente nas mais diversas ferramentas. Como exemplo, podemos
observar perfis como os do governador Ricardo Coutinho (PSB), do senador
Cássio Cunha Lima (PSDB), do ex-prefeito Veneziano Vital do Rêgo (PMDB)
e dos deputados federais Wilson Filho (PTB), Efraim Filho (DEM), Major
Fábio (PROS), Manoel Junior e Nilda Gondim, ambos peemedebistas.
Especialistas garantem que uma campanha eleitoral nas redes sociais só
faz sentido se houver plena consciência por parte do candidato e sua
equipe, de que questionamentos nesse canal precisam ser respondidos, ou
seja, é fundamental que haja interação entre as duas partes.
O eleitor atual exige uma resposta para seus questionamentos e o
silêncio por parte do candidato é um sinal imediato de desrespeito com
esse eleitor, o que joga por água abaixo todo o trabalho de marketing
político nas mídias sociais.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconheceu o uso das redes sociais
para a campanha dos candidatos que disputarão as eleições deste ano. A
minirreforma eleitoral garante a liberação do uso das novas mídias, mas
criou um tipo criminal quando a plataforma é usada para denegrir a
imagem de um candidato, partido ou coligação.
As propagandas eleitorais estarão liberadas apenas em julho, mas não há
nada que impeça de os ocupantes de cargos eletivos e possíveis
candidatos usarem as redes sociais para divulgarem as suas atividades.
Para especialistas em mídias sociais, o uso das redes é imprescindível
como meio de interação com os eleitores.
O professor doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas da
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Fernando Firmino, ressaltou que
os políticos não podem ignorar as redes sociais como uma das principais
ferramentas para uma relação com os eleitores, tanto para disseminar
informações como prestar contas do seu trabalho. “Desde a eleição de
Barack Obama nos Estados Unidos que os políticos despertaram para a
necessidade de investimento
nesse segmento como forma de manter contato direto e decisivo com os
eleitores e a população”, destacou.
Fernando avaliou que, nas eleições deste ano, as redes sociais estarão
presentes fortemente nas campanhas, tanto na chapa majoritária, quanto
nas proporcionais. Para o professor, posts no Facebook, Twitter,
YouTube e Instagram poderão ser decisivas.
Estratégias variam, mas são essenciais
Para ter êxito nas redes sociais, não basta a figura política criar um
perfil, mas é preciso montar estratégias. O professor da UEPB, Fernando
Firmino, informou que elas podem variar desde a forma mais pessoal, em
que o candidato se comunica diretamente com o seu público,
ou de forma impessoal, em que uma assessoria ou estrategistas de redes
sociais estão atualizando o conteúdo.
O deputado federal Efraim Filho (DEM), por exemplo, é quem gerencia seus
perfis no Twitter, Facebook e Instagram. Diariamente ele dedica um
tempo para atualizar as informações e interagir com seus seguidores.
“Até hoje ainda tento conduzir as minhas contas nas redes sociais. Eu
costumo dizer que não é perder tempo, mas investir duas horas do meu dia
nesse diálogo com o cidadão. De forma geral, os jovens, mas tem pessoas
de meia idade e até mesmo aposentados que tem encontrado na internet
uma forma de participação”, disse. O perfil do deputado no Twitter
possui 18,5 mil seguidores.
Assim como Efraim, o deputado federal Wilson Filho (PTB) também é o
responsável pelo gerenciamento e atualização de seus perfis nas redes
sociais. “Eu faço postagens minutos antes de subir ao Plenário da Câmara
para manter as pessoas informadas sobre o que está acontecendo em
Brasília. Deixa a gente mais próximo não só do eleitor, mas do povo da
Paraíba”, afirmou.
Para o professor Fernando Firmino, o ideal seria uma estratégia híbrida
com a participação direta do político, que proporciona um sentimento de
proximidade com o leitor e uma noção de pertencimento daquele candidato
com os lugares. “E ainda um trabalho profissional em background para
poder gerenciar toda a complexidade que um conjunto de redes sociais e
de outras estratégias digitais exige”, afirmou.
Ele destacou que um dos erros fatais cometidos pelos políticos é
acreditar que basta apenas atualizar periodicamente a página, sem
interagir com as pessoas.
O professor explicou que a comunidade virtual, que gira em torno daquele
perfil, espera ver atualizações e interações e que é preciso
compreender que a lógica das redes sociais é diferente dos meios de
comunicação de massa, que é de mão-única, sem esperar um feedback.
O professor citou o exemplo de um vídeo que mostra o prefeito do Rio de
Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), jogando lixo na rua. O vídeo tornou-se um
viral rapidamente, principalmente porque a cidade tem uma lei que multa
quem joga lixo no chão.
“O prefeito teve que agir rápido para tentar evitar o desgaste de sua
imagem junto à população tendo em vista uma lei municipal de multa para
quem joga lixo nas ruas. Este é um exemplo do dinamismo das redes
sociais. Se o político não estiver preparado ou bem assessorado pode
começar a perder a eleição por aí”, explanou.
Correio da Paraíba
pb agora
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