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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Fator ambiental é tão importante quanto o genético para risco de autismo Pesquisadores descobriram que a genética explica 50% dessa probabilidade - um peso menor do que estimativas anteriores, que eram de até 90%

Pesquisadores descobriram que a genética explica 50% dessa probabilidade - um peso menor do que estimativas anteriores, que eram de até 90%

Autismo: Fatores ambientais têm influência maior do que se pensava no risco do transtorno
Autismo: Fatores ambientais têm influência maior do que se pensava no risco do transtorno (Thinkstock)
Fatores ambientais são tão importantes quanto os genéticos para determinar o risco de uma pessoa ter autismo, sugere uma pesquisa publicada neste domingo no periódico Journal of the American Medical Association (Jama). 
De acordo com o estudo, a maior análise genética já realizada em torno do autismo, a hereditariedade explica apenas 50% da probabilidade de uma pessoa desenvolver o transtorno — um peso menor do que estimativas anteriores haviam sugerido, de 80% a 90%.
A outra metade do risco é, portanto, influenciada por fatores ambientais. A pesquisa não analisou individualmente cada um desses fatores, mas os autores afirmam que eles podem incluir, por exemplo, o nível socioeconômico da família, complicações no parto e uso de drogas pela mãe antes ou durante a gravidez.

"Ficamos surpresos com o resultado porque não esperávamos que os fatores ambientais fossem tão importantes para o autismo", diz Avi Reichenberg, pesquisador do Centro para Pesquisa em Autismo da Faculdade de Medicina Mount Sinai, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo. “As pesquisas recentes se concentram mais em estudar os genes relacionados ao autismo, mas agora percebemos que precisamos também identificar quais são esses fatores ambientais.”

Análise — O novo trabalho foi feito no Instituto Karolinska, na Suécia, e contou com a colaboração de especialistas suecos, britânicos e americanos. Ele se baseou nos dados de mais de 2 milhões de crianças nascidas na Suécia em 1982, que foram acompanhadas até 2006. Durante esse tempo, houve 14 516 diagnósticos de autismo, uma prevalência de 0,7%.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores compararam o risco de autismo entre crianças que tinham algum parente com autismo e crianças sem casos do transtorno na família. O estudo também indicou que o risco de uma pessoa ter autismo aumenta quanto mais próximo for o grau de parentesco com alguém que tem o distúrbio. Os pesquisadores observaram, por exemplo, que a chance de autismo foi dez vezes maior em crianças que tinham um irmão com o transtorno e duas vezes maior entre aquelas que tinham um primo autista.

Os médicos ainda não sabem exatamente o que causa o autismo, mas cada vez mais estudos sugerem que o distúrbio é resultado de uma soma de fatores genéticos e ambientais. Um levantamento do governo dos Estados Unidos divulgado neste ano indicou que uma em cada 68 crianças tem autismo no país, uma prevalência 30% maior do que a registrada no ano anterior. No Brasil, não há dados epidemiológicos sobre o transtorno.

veja.abril

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