Dominguinhos durante show em 2012 (Foto: Luna Markman / G1 PE)
A obra conta com a codireção do montador e diretor de vídeos de peças teatrais Joaquim Castro, do pianista e compositor Eduardo Nazarian e da cantora Mariana Aydar. Juntos, o trio montou um curta sensorial, indo além de arquivos e depoimentos, para passar ao público um retrato ímpar da vida do sanfoneiro. Eles conseguem, logo no início do documentário, levar o espectador ao aconchego do sertão em um show de sons sertanejos e narrativas, quase cronológicas, da vida de Dominguinhos.
O filme é focado na história do cantor, contada por ele mesmo através de depoimentos dados pelo próprio para a equipe do longa ou para programas de TV, especialmente o canal Cultura, que é coprodutora do curta. Várias imagens de arquivo são utilizadas para ilustrar a vida de José Domingos de Morais; migrantes nordestinos partindo em caminhões pau de arara; o Rio de Janeiro dos anos 1960 e 1970; os protestos durante a ditadura militar, entre outras coisas.
Apresentações raras e inusitadas do músico são o grande trunfo do documentário, como por exemplo, o ensaio intimista de Nana Caymmi chorando ao cantar com ele “Contrato de Separação”. Vídeos de duetos entre ele e outros grandes cantores da MPB, como Djavan, Hermeto Pascoal, Hamilton de Holanda e Yamandu Costa, foram apresentados ao público. As parcerias com Gal Costa, Elba Ramalho e Gilberto Gil também foram registradas e executadas no filme.
A relação profissional e pessoal com seu padrinho musical, o rei do baião, Luiz Gonzaga, de quem herdou a missão de eternizar a sanfona na música brasileira, e a compositora e cantora Anastácia, com quem manteve um relacionamento, é contada no documentário. Talvez seja o mais próximo que o público chegue da vida pessoal de Dominguinhos no documentário, pois o mesmo dá mais enfoque ao lado musical do artista.
Com carreira extensa e preenchida de boas músicas e uma grande contribuição não apenas para a música nordestina mas também para a música brasileira, os 48 minutos de exibição se tornaram pouco perto do que Dominguinhos representou, porém encaixam os momentos principais do músico
O final emociona, com a fala Dominguinhos sobre sua família e a solidão do artista junto às lágrimas vertidas ao tocar com a Orquestra Jazz Sinfônica um belo arranjo para De Volta Pro Meu Aconchego, trazendo a tona a sua forma de superar a solidão aos passos do mestre: “Saudade, meu remédio é cantar”.
Com informações do G1.
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