Rogério foi diagnosticado com "hiperidrose", doença caracterizada pelo suor excessivo em determinadas partes do corpo, como mãos, axilas e rosto. Ele cursava direito, quando decidiu fazer a cirurgia. O procedimento foi realizado por meio de um pequeno corte embaixo das axilas, mas o rapaz teve uma parada cardiorrespiratória e falta de oxigênio no cérebro.
Com isso, Rogério entrou em coma. "Ele fez a cirurgia de madrugada e voltou para o quarto. À tarde, apresentou dificuldades para respirar e colocaram um balão de oxigênio [nele]. À noite, me ligaram dizendo que ele tinha apresentado um coágulo no pulmão e que precisaria de outra cirurgia. Depois do procedimento, ficou na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e entrou em coma", lembra a mãe, a dona de casa Abadia Silva.
Depois de 2 meses, o quadro foi revertido e o jovem recebeu alta médica. No entanto, estava tetraplégico e com paralisia cerebral. Desde então, a mãe luta para cuidar do filho. "Eu tenho problemas na coluna e, mesmo assim, me esforço muito para ajudá-lo", diz.
Com o filho tetraplégico, tudo precisou ser adaptado em casa. A porta do banheiro foi trocada para a passagem da cadeira de rodas, e o quarto recebeu uma cama hospitalar, onde Rogério passa a maior parte do tempo.
Rapaz cursava direito quando passou por cirurgia,
em Anápolis (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O pai do jovem, Solimar Teodoro da Silva, também é doente e precisou
deixar o trabalho para cuidar do filho. O gasto mensal com alimentação e
medicamentos chega a quase R$ 4 mil, razão pela qual a família pede
ajuda. "Ele entrou andando no hospital, feliz da vida, e saiu desse
jeito. Só pode ter havido algum erro, pois se fosse um acerto ele não
estava assim", afirma.em Anápolis (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O Hospital Jardim América, onde foi feita a cirurgia, chegou a ser processado, mas a família perdeu a ação em primeira instância e o caso foi arquivado em 2012.
Segundo o advogado que representa o hospital, João Bosco Luz, a unidade deu toda a assistência financeira à família na época da operação, até que uma perícia comprovou que não houve erro médico. Ainda de acordo com o advogado, a análise do especialista comprovou que as complicações foram causadas porque Rogério fazia uso de remédios para emagrecer e não comunicou os médicos sobre isso antes da cirurgia. Por esse motivo, a Justiça deu ganho de causa para o hospital.
Sem perspectivas de melhoras do quadro físico de Rogério, a família tenta se conformar com as antigas lembranças de um jovem sorridente que tinha muitos planos, entre eles o de ser cantor sertanejo. O rapaz chegou a gravar um CD e a formar dupla com um colega, mas os projetos foram interrompidos em função das sequelas da operação.
Pai abandonou o emprego para ajudar a cuidar do filho e pede ajuda (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
globo.com
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