Ao responderem na semana passada à enquete da reportagem, que perguntou
aos 32 partidos do Brasil se eles filiariam o presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, para lançá-lo
candidato a algum cargo eletivo no ano que vem, os nanicos responderam
com empolgação. A maioria dos dirigentes afirma que ter Barbosa como
correligionário seria um "sonho" ou "uma grande aquisição".
Dizem estar de portas abertas: PMN, PRP e PT do B, que juntos têm cinco
deputados federais ; e PTC, PRTB, PHS e PEN, sem representação na
Câmara. O PEN, que tentou filiar a ex-ministra Marina Silva, espera diz
esperar ter mais sorte com Barbosa. "Nosso primeiro sonho foi a Marina.
Mas ela, em vez de procurar o novo, voltou-se para o velho ao se filiar
ao PSB. Estamos no nosso segundo sonho, que é ter nas nossas fileiras, e
disputando a Presidência da República, o ministro Joaquim Barbosa",
afirma o presidente da sigla, Adilson Barroso.
O presidente do PRTB, Levy Fidelix, o homem o aerotrem, afirma que
também quer Barbosa na sua legenda. Mas, como é pré-candidato a
presidente, diz que o presidente do Supremo seria um ótimo vice em sua
chapa. "Seria um reforço tremendo. Nossa chapa ficaria muito forte e
tenho certeza de que venço a disputa", afirma. Fidelix diz que, se
Barbosa "batesse o pé", até cederia a vaga de candidato principal. "Não é
por isso que vamos brigar".
O que quiser
Divinomar do Nascimento, tesoureiro do PTC, diz que Barbosa seria "uma
grande aquisição". Antonio Neto, secretário nacional do PRP, disse que o
ministro do Supremo poderia ser o que quisesse na sigla. "Ofereceremos
legenda a ele com absoluta certeza para o que ele quiser ser:
presidente, vice-governador ou senador". Telma Ribeiro, presidente do
PMN, declarou: "Claro que daríamos legenda para ele". O deputado Luiz
Tibé (MG), afirmou: "O PT do B está aberto a Joaquim Barbosa".
As "declarações de amor" dos partidos nanicos ao presidente do
presidente do Supremo não são correspondidas pelo magistrado. Em maio,
durante uma palestra no Instituto de Educação Superior de Brasília
(IESB), Barbosa afirmou que existem no País "partidos de mentirinha".
Não foi uma referência aos partidos pequenos, mas a todo o quadro
brasileiro.
"Temos partidos de mentirinha. Nós não nos identificamos com os
partidos que nos representam no Congresso, a não ser em casos
excepcionais. Eu diria que o grosso dos brasileiros não vê consistência
ideológica e programática em nenhum dos partidos. E tampouco seus
partidos e os seus líderes partidários têm interesse em ter consistência
programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder."
atarde.uol
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