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sábado, 25 de maio de 2013

Marcha das Vadias será neste sábado; veja como foi a última reunião em SP iG acompanhou a última reunião das integrantes do movimento que organiza a Marcha das Vadias em São Paulo. Após ameaças, local é divulgado apenas para quem vai ao encontro










Agência Estado
Protesto defende autonomia sobre o próprio corpo e a não culpabilização da vítima pela violência

No último domingo (19), 14 mulheres com idades entres 18 e 34 anos estavam reunidas em uma casa no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo. Durante pouco mais de duas horas, elas debateram ideias, dobraram folhetos e combinaram os últimos detalhes do evento do próximo fim de semana: a 3ª Marcha das Vadias, que acontece neste sábado (25), em São Paulo, a partir das 12h, na praça dos Ciclistas - assim como em outras cidades do Brasil.
Até pouco tempo atrás, as reuniões eram feitas em lugares públicos divulgados por redes sociais, mas por motivos de segurança, após o grupo sofrer ameaças, os encontros ocorrem em locais "secretos", divulgados apenas às mulheres que entram em contato com o grupo e pedem o endereço. Nos encontros, em que só mulheres são aceitas, não há hierarquia e todas as ações são decididas em conjunto. 
E são nesses encontros que as integrantes planejam a marcha e discutem sobre questões feministas. “A Marcha das Vadias é um movimento político, mas apartidário”, define uma das responsáveis do grupo que reivindica autonomia sobre o próprio corpo e a não culpabilização da vítima pela violência sexual. Em São Paulo, o movimento ocorreu pela primeira vez em 2011. No ano passado , a marcha contou com 2 mil pessoas e assumiu a forma de um coletivo feminista.
O tema desta edição é "Quebre o Silêncio" e o símbolo da campanha é um megafone. O coletivo quer incentivar que as mulheres que sofrem violência sexual denunciem os agressores. Durante o movimento serão distribuidos panfletos com informações sobre a marcha e explicações sobre os diferentes tipos de violência que a mulher pode sofrer e como a denúncia pode ser feita. Além disso, elas vão entregar, somente para as mulheres, cartões com guia de endereços e telefones.
O grupo, que existe há um ano, realiza reuniões quinzenais. Em entrevista ao iG , três integrantes do movimento, Maiara Moreira, Lieli Loures e Samantha Dias comentaram um pouco mais sobre a Marcha das Vadias e sobre a violência contra a mulher, tema da edição deste ano.
Lieli, que é jornalista e ativista feminista, explica que a Marcha das Vadias começou em Toronto, no Canadá, em 2011, com o nome Slutwalk, devido a uma onda de violência que acontecia na cidade. Durante uma palestra realizada por um policial no campus de uma universidade para explicar como as pessoas poderiam se proteger, ele disse que ajudaria muito se as meninas não se vestissem como vadias. Depois disso, um grupo de universitárias canadenses se reuniu e fez uma marcha protestando contra a culpabilização da mulher pela violência sexual.
“No Brasil, nós ficamos sabendo da Slutwalk e a identificação com o tema foi imediata. No mesmo período, o Rafinha Bastos tinha acabado de dar a declaração para a revista Rolling Stones falando que o estuprador de mulher feia merecia um abraço e que a mulher feia deveria agradecer pelo estupro. Então imediatamente começou uma mobilização pela internet. O grupo da Marcha das Vadias de São Paulo surgiu no ano passado, quando resolvemos nos encontrar e organizar tudo presencialmente”, disse Maiara, que é historiadora.
Sobre o topless que algumas mulheres realizaram no ano passado, Lieli disse que é algo espontâneo: “Não é preciso tirar a roupa para protestar, mas quem quiser tirar também estará protestando. É uma maneira de dizer que meu corpo me pertence e ele não pode ser usado para justificar uma violência que outra pessoa comete contra mim, e isso é totalmente legitimo”.

Agência Estado
Integrante faz topless durante marcha no ano passado, em São Paulo

De acordo com a também jornalista Samantha, a escolha do tema deste ano foi algo bastante discutido pelo coletivo. “Segundo dados do Mapa da Violência, 65% dos casos de violência sexual o estuprador era parente ou conhecido da mulher. Nós partimos do princípio de que os números que estão sendo mostrados são o número de denúncias, ou seja, o que vem aumentando é a quantidade de mulheres encorajadas que se sentem seguras para denunciarem”.
“Com base nos dados, fica mais fácil entender porque é tão difícil denunciar alguém que tenha uma relação de proximidade com você. A mulher entra em conflito e a partir disso, tem toda uma estrutura que vai se aproveitar para colocar a culpa da agressão na mulher. E o nosso objetivo maior é incentivar que as mulheres quebrem o silêncio e denunciem”, completa Lieli. 
ultimosegundo.ig 


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