RIO - Mais cinco atentados foram registrados em Santa Catarina na sétima noite da nova onda de ataques no estado. Com isso, subiu para 60 o total de ocorrências em 19 municípios. Os casos desta quarta-feira foram registrados em São José, Tubarão, Chapecó e Indaial. Em um deles, bandidos lançaram um artefato explosivo contra a residência de um agente prisional. De acordo com a polícia, no entanto, não há registro de feridos em nenhuma das ocorrências.
Os atentados tiveram início por volta das 17h30m desta terça-feira no bairro Caeira do Saco dos Limões, em Florianópolis. Depois de quatro dias sem que fossem registrados incidentes na capital, um ônibus da empresa de transporte urbano Transol foi incendiado.
Em São José, na Região Metropolitana, um homem colocou fogo no pneu de ônibus, por volta das 23h. O proprietário conseguiu controlar o incêndio, fazendo com o veículo não fosse inteiramente danificado. Cerca de uma hora depois, no município de Tubarão, um semirreboque foi parcialmente incendiado. A Polícia Militar informou que, nas proximidades do veículo, foram avistados três homens que saíram do local assim que as chamas começaram. Tubarão, que fica no sul do estado, sofreu o segundo ataque em dois dias seguidos.
O município de Chapecó, no oeste do estado, sofreu dois ataques. Por volta da 1h, a casa de um agente prisional foi atingida por uma bomba. O carro e o muro da casa foram danificados, mas ninguém ficou ferido. Quase no mesmo horário, um ônibus de transporte coletivo, que estava abandonado, foi destruído pelo fogo, na Avenida Getúlio Vargas.
Na cidade de Indaial, ao norte da ilha, a garagem de ônibus da Empresa Rainha foi alvo de ataque com três coquetéis molotov, dos quais um explodiu, segundo a PM. Somente a parte externa de um ônibus foi queimada. A polícia informou ainda que uma testemunha viu dois homens em uma moto próximo no momento da ocorrência. Os suspeitos ainda não foram identificados.
Sete dos 60 ataques registrados nesta nova onda de violência em Santa Catarina foram registrados somente entre a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça-feira. Um dos casos aconteceu no pátio onde ficam guardados os carros da prefeitura de Ilhota. Um ônibus ficou totalmente destruído e dois ficaram parcialmente queimados.
A diretoria de Administração Prisional de Santa Catarina (Deap) recebeu esta semana um CD contendo denúncias de maus-tratos contra detentos nas unidades prisionais de São Pedro de Alcântara, de Criciúma e de Itajaí. E também investiga a informação de que a tortura a presos nas penitenciárias estaria motivando os recentes ataques a veículos e órgãos públicos de Santa Catarina. O CD traz ameaças de um suposto líder de facções de dentro dos presídios, que comandariam os ataques em várias cidades desde 31 de janeiro.
Os presos também estariam inconformados com o indiciamento de 11 pessoas, entre elas um líder de facção, pela morte de uma agente prisional, em outubro de 2012. Também haveria represália contra a transferência de um líder do grupo e a prisão de uma advogada que fazia a comunicação entre os presos e os autores dos ataques.
Em novembro do ano passado, o estado enfrentou uma série de ataques semelhantes que durou cerca de uma semana. Nesse período, a polícia registrou 68 ocorrências, entre elas, 27 ônibus incendiados, em 16 municípios.
noticias.yahoo
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