Uma equipa de médicos no Brasil conseguiu dar uma vida normal a uma jovem com 23 anos que nasceu sem língua. Após vários anos de tratamento, a rapariga já consegue falar, mastigar e expressar-se melhor.
Auristela Viana da Silva nasceu com uma condição muito rara, aglossia (ausência congénita da língua), que segundo um dos médicos que a tratou poderia ter conduzido à morte. «Eu diria que me assustei. Na época, com 30 anos de profissão, eu nunca tinha visto um caso igual. Quando ela abriu a boca e nós não vimos uma língua, eu imaginei como é que ela podia estar viva», disse o cirurgião dentista Frederico Salles, citado pela imprensa brasileira.
De acordo com o cirurgião maxilo-facial, muitas das crianças que têm estes problemas morrem antes de ser feito o diagnóstico, normalmente devido às dificuldades que apresentam ao nível da alimentação. Este é um dos problemas associados, entre outros, já que a ausência de língua dificulta também a respiração e a fala.
A mãe de Auristela levou-a ao médico quando a menina tinha cinco anos. A equipa que assegurou o caso descobriu apenas três casos iguais no mundo. Depois de vários anos de tratamento e pesquisas, os especialistas decidiram fazer duas cirurgias para aumentar a largura do queixo e expandir a mandíbula, dando mais espaço para os dentes. O estudo da equipa de médicos de Brasília acabou por ser publicado numa revista norte-americana.
«Descobri uma solução para paliar a ausência da língua: alargar o osso da maxila recorrendo a um equipamento semelhante àquele que se utiliza nos hospitais para o tratamento das pernas amputadas», explicou Frederico Salles ao jornal Correio Braziliense.
Hoje a jovem já consegue alimentar-se e falar melhor, embora permaneçam algumas dificuldades. «Levo uma vida normal e estou mais disposta a encarar mais desafios», disse, citada pela imprensa brasileira, acrescentando que está a estudar para ser enfermeira.
abola.pt
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