Sobral Oito cidades cearenses conseguiram zerar o índice de infestação pelo mosquito da dengue este ano. Os Municípios que alcançaram esta meta são Sobral, Alcântaras, Meruoca, Pacujá, Cruz, Carnaubal, Deputado Irapuan Pinheiro e Granjeiro. Autoridades locais destacam a participação dos moradores no combate ao Aedes Aegypti. Em Sobral, por exemplo, o apoio foi fundamental. "Isso aconteceu graças à compreensão dos moradores que estão, há três anos, sem registro óbito. São os sobralenses, os principais responsáveis pelo índice zero", afirma o secretário de Saúde e Ação Social de Sobral, Carlos Hilton.
"Aumentamos de 300 para mais de 400 armadilhas para pegar o mosquito em fase gestacional, mas de nada adiantaria todos os esforços para combater o mosquito se a população não participasse. É dela todos os méritos dessa vitória de infestação zero", elogia o secretário. Mas ele alerta: "não podemos dormir nos loiros da batalha vencida. A guerra contra a dengue é diária com os cuidados para não darmos vez à reprodução do mosquito, que data do Egito Antigo, daí o nome Aedes aegypti, ou seja, o Egito disse não ao mosquito".
Além das armadilhas artesanais (baldinhos atrativos das fêmeas em câmara escura), todas caixas d´água de Sobral foram teladas. O secretário diz que, no começo, as pessoas estavam tirando as telas para pescar. "Mas depois conscientizamos e hoje todas as caixas estão com as telas protetoras", assegura.
Agentes de endemias da Prefeitura Sobral estão autorizados, por meio de decisão da Justiça, a entrar em todos imóveis e terrenos abandonados para a inspeção contra a dengue. "Claro que, se for preciso, entramos no espaço que esteja trancado. Vamos arrancar o cadeado, fazer a inspeção e mandar a conta para o dono do imóvel", adverte o secretário de Saúde.
Sobral registrou este ano 89 casos de dengue clássica, mas foram todos importados de outras cidades da Zona Norte. "Teve um surto em Massapê e em Itapipoca e acabamos importando estes casos este ano. Porém, desde 2008, não registramos óbito aqui e estamos sempre alerta para evitar que a epidemia volte", diz Carlos Hilton.
Como médico, o secretário municipal tem uma opinião clara sobre a dengue. "Ela só será erradicada de vez se soubermos dar atenção à prevenção. A dengue tipo um, dois, três e quatro estão aí. O vírus é mutante. Portanto, todo cuidado é pouco. O Poder Público faz a parte dele, mas tem que ter a colaboração efetiva das pessoas. Coisa que, graças aos sobralenses, está acontecendo aqui".
Visitas
Sobral está fazendo seis ciclos de visitação às casas no combate à dengue. Além das visitas, uma das armas utilizadas para o combate à dengue é uma armadilha específica para o vetor. O artefato atrai o mosquito pela água e por uma palheta onde ele pode pôr os ovos.
Semanalmente, os agentes de endemia visitam as casas, onde tem 412 armadilhas, para saber se há mosquito na região. A cada semana, é trocada a palheta e levada ao laboratório para ser examinada.
Carlos Hilton ensina que a alternativa para controlar a dengue em qualquer Município não terá sucesso se não for dividida com a sociedade. "Em 2007 nós tivemos uma grande epidemia de dengue aqui em Sobral. 2.190 casos de dengue, oito óbitos e muitos recursos gastos de uma forma angustiante", relata. Segundo o secretário, o registro de uma epidemia reflete a crise na saúde pública. As emergências dos hospitais ficam lotadas e a população aflita. Para evitar este quadro de caos, desde 2008 o Município de Sobral realiza um processo de correspon-sabilização social.
A meta é fazer com que cada morador do Município se conscientize de sua responsabilidade no combate ao mosquito transmissor da dengue.
FONTE: DIARIODONORDESTE.GLOBO.COM
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