Economista do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), André Braz destacou que a carne na Grande São Paulo apresentou inflação de 18,58%. Ele apresentou duas situações de 2014 que contribuíram para este avanço de preços. “A estiagem, que comprometeu as pastagens e aumentou o custo para o pecuarista, que passou a comprar mais ração, e o aumento da exportação de carne bovina, que reduziu a oferta de carne no mercado brasileiro, contribuindo para o aumento do preço.”
A coordenadora de índices de preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes, disse, por nota, que os alimentos com alta de 8,03%, principalmente as carnes, junto com os valores desembolsados para morar (grupo de habitação, com 8,80%), ficaram na “liderança, com os principais impactos”.
NO LIMITE - O resultado do ano ficou abaixo do teto da meta de inflação do governo federal por 0,09 ponto percentual. O presidente do BC (Banco Central), Alexandre Tombini, se pronunciou por nota avaliando que “esse patamar de inflação reflete a ocorrência de dois importantes processos de ajuste de preços relativos ora em curso na economia brasileira, a saber: o realinhamento dos preços domésticos (dentro do Brasil) em relação aos preços internacionais e o realinhamento dos preços administrados (que são controlados pelo governo, como água, luz e combustível) em relação aos preços livres”.
No entanto, Tombini destacou a continuidade na busca por menor inflação. “Embora a inflação tenda a mostrar resistência no curto prazo, o Banco Central reafirma que irá fazer o que for necessário para que, neste ano, a inflação entre em longo período de declínio, que a levará à meta de 4,5% em 2016.”
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que abrange os preços para quem tem renda familiar entre um e cinco salários mínimos, acumulou alta de 6,23%, acima dos 5,56% de 2013.
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