Publicidade
Mas nem todo mundo já pode dizer “ufa!”. Advogados, por exemplo, ainda reclamam do sufoco que é ficar circulando entre tribunais de terno e gravata. No TRT, eles ainda são obrigados a usar o traje formal nas audiências. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Felipe Santa Cruz, não vê a hora de se ver livre do paletó também em outros tribunais. Ele promete enviar requerimentos ao Tribunal de Justiça e ao Tribunal Regional Federal solicitando a liberação, mesmo nas audiências.
— O mais importante é liberar agora para as audiências. O advogado só fica no ar-condicionado quando está na sala. A Justiça do Trabalho é lá na Rua do Lavradio e a gente tem que caminhar a Avenida Chile toda debaixo do sol, num verdadeiro deserto do Saara, já que não tem quase mais táxi no Centro — faz queixa o advogado. — Usando só calça e blusa social o advogado preserva a formalidade e solenidade de audiência. Terno no verão, pingando de suor, é deselegante. Mas do que isso: é insalubre.
Na Câmara, vereadora quer permitir peça para visitantes e funcionários
Mudanças à vista também na Câmara de Vereadores? Lá, é proibido entrar de bermuda. Mas a vereadora Teresa Bergher (PSDB) promete apresentar um projeto alterando o regimento:
— A Câmara é a casa do povo. Não faz sentido proibir as pessoas de entrar de camiseta ou bermuda numa cidade onde a sensação térmica passa de 50 graus.
No Jardim Botânico, a queixa é sobre a proibição de os homens circularem sem camisa, algo que parece contraditório com o clima. Ainda mais quando se compara com parques da Europa, onde há gente até de biquíni no verão. O choque é grande entre turistas. Mas a instituição faz uma ressalva: “Considerando apenas as altas temperaturas do Rio durante o verão, seria realmente absurdo proibir a visita sem camisa no Jardim Botânico. Porém, o que para os visitantes parece ser apenas um parque é um instituto de pesquisa, sujeito a normas e regulamentos, como ocorre em instituições de outros países. A proibição em questão foi regulamentada em portaria de 20 de julho de 2011”, justifica.
O Zoológico do Rio também proíbe a circulação sem camisa. No Parque Madureira, só não pode roupa de banho. O Parque Lage não faz restrições, e na Quinta da Boa Vista, segundo a direção, “vale o bom senso”.
Publicidade
Não é de hoje que funcionários municipais e rodoviários são liberados para o uso da bermuda no verão. Mas, justamente entre uma das classes que mais sofrem com o calorão carioca, a moda não pegou.
— Nunca soube de uma empresa que tenha feito uniforme com bermuda. Acho que isso dificulta — avalia Oswaldo Garcia, que integra a União Geral do Trabalhadores Rodoviários, completando: — O que alivia mesmo é o ar refrigerado funcionando.
No Rio, como já mostrou O GLOBO, só 30% dos ônibus são refrigerados. Para a Fetranspor, a não adoção da bermuda tem a ver com desinformação das empresas e falta de hábito entre os funcionários. A lei aprovada na Alerj, de Marcos Soares (PSD), libera a peça para servidores e rodoviários do transporte sob concessão do estado. O projeto ainda não foi sancionado pelo governador Luiz Fernando Pezão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário