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domingo, 2 de novembro de 2014

Idosas são grupo mais afetado por deficiências físicas e mentais, divulga IBGE

Agência Brasil
A maior expectativa de vida e até a maior capacidade de reconhecer as próprias dificuldades contribuem para que as mulheres superem os homens na incidência de deficiências físicas e mentais, analisou, hoje (31), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na divulgação das Estatísticas de Gênero. Com base no Censo 2010, a pesquisa contabiliza que, dos 12,8 milhões de brasileiros que declararam ter alguma deficiência severa, mental ou intelectual, 7,1 milhões são mulheres e 5,7 milhões homens.
A proporção dos deficientes chega a 7,3% da população feminina, enquanto fica em 6,1% na masculina. Para chegar a esse número, o IBGE considerou as pessoas que declararam ter grandes dificuldades ou que não conseguem enxergar, ouvir, caminhar ou subir escadas. Também se soma a esse total as pessoas apontadas na resposta ao questionário com deficiência mental ou intelectual.
O percentual de deficientes cresce com o avanço da idade e a maior proporção está entre as pessoas com 65 anos ou mais. Nesse grupo, chega a 29% o percentual de mulheres que declaram ter alguma deficiência severa, enquanto os homens são 24,8%. Entre as idosas, a deficiência motora é a mais comum, com 17,3% de incidência, enquanto entre os idosos, a deficiência visual é a mais frequente, com 12,5%. O IBGE relaciona a maior proporção de mulheres com doenças motoras à maior incidência da osteoporose.
O relatório do instituto aponta: "até fatores culturais colaboram, pois as mulheres, de forma geral, apresentam maior cuidado com a saúde que os homens, o que implica maior reconhecimento de suas limitações e doenças". O pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais, do IBGE acrescenta que as “mulheres também costumam declarar mais as doenças que elas têm, costumam reconhecer mais que tem dificuldades e doenças".
Na faixa etária de até 14 anos, os homens têm maior proporção de deficiências severas que as mulheres, com 2,2% contra 1,9%. Entre os meninos, a deficiência mais frequente é a mental, com 1%. Já as meninas são mais acometidas pela deficiência visual, com 0,8%.
O Nordeste é a região onde as deficiências severas tem maior incidência. Nos estados nordestinos 7% dos homens e 8,3% das mulheres sofrem de alguma deficiência severa. As menores taxas são ocorrem no Centro-Oeste, com 5,4% para homens e 6,4% para mulheres.
Pesquisa do IBGE mostra que elas tem maior capacidade de reconhecer as próprias dificuldades do que os homens
Pesquisa do IBGE mostra que elas tem maior capacidade de reconhecer as próprias dificuldades do que os homens
A pesquisa também levantou o acesso à escola, e constatou que 86,3% dos meninos e 88,4% das meninas com alguma deficiência frequentavam a escola, percentuais bem abaixo dos 96,7% e 97,1% das crianças sem nenhuma deficiência. Entre os tipos de deficiência, o que mais impactou a frequência à escola de crianças de 6 a 14 anos foi a motora, com percentuais de 67,6% dos meninos e 69,7% das meninas.
De todas as unidades da federação, a taxa de crianças com alguma deficiência que não frequentam a escola é menor no Distrito Federal, onde abrange 6,6% dos meninos e 4,4% das meninas. O Tocantins é o estado onde há maior disparidade entre os sexos, com 18,8% dos meninos fora da escola e 10% das meninas, e o Amazonas é o que registra as taxas mais altas, com 19,5% e 17,8%.
Se as meninas têm maior acesso à escola, as mulheres com 16 a 64 anos estão menos presentes na população economicamente ativa que os homens. Segundo o IBGE, 56,4% dos homens, com alguma deficiência, trabalhavam ou estavam procurando trabalho em 2010, contra 43,1% das mulheres. Entre as pessoas sem deficiência, a participação dos homens chega a 81,8% e a das mulheres é de 61,1%.
A deficiência que mais afastou os homens e mulheres do mercado de trabalho foi a mental ou intelectual, com a qual 26,4% dos homens e 20,8% das mulheres participavam ativamente da economia. Já a deficiência visual severa é a que menos afetou o acesso ao trabalho, com 70,7% dos homens em idade ativa e 50,3% das mulheres.

jb.com

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