Idosas são grupo mais afetado por deficiências físicas e mentais, divulga IBGE
A maior
expectativa de vida e até a maior capacidade de reconhecer as próprias
dificuldades contribuem para que as mulheres superem os homens na
incidência de deficiências físicas e mentais, analisou, hoje (31), o
Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), na divulgação das Estatísticas de
Gênero. Com base no Censo 2010, a pesquisa contabiliza que, dos 12,8
milhões de brasileiros que declararam ter alguma deficiência severa,
mental ou intelectual, 7,1 milhões são mulheres e 5,7 milhões homens.
A
proporção dos deficientes chega a 7,3% da população feminina, enquanto
fica em 6,1% na masculina. Para chegar a esse número, o IBGE considerou
as pessoas que declararam ter grandes dificuldades ou que não conseguem
enxergar, ouvir, caminhar ou subir escadas. Também se soma a esse total
as pessoas apontadas na resposta ao questionário com deficiência mental
ou intelectual. O percentual de deficientes cresce
com o avanço da idade e a maior proporção está entre as pessoas com 65
anos ou mais. Nesse grupo, chega a 29% o percentual de mulheres que
declaram ter alguma deficiência severa, enquanto os homens são 24,8%.
Entre as idosas, a deficiência motora é a mais comum, com 17,3% de
incidência, enquanto entre os idosos, a deficiência visual é a mais
frequente, com 12,5%. O IBGE relaciona a maior proporção de mulheres com
doenças motoras à maior incidência da osteoporose. O relatório do instituto aponta: "até fatores culturais
colaboram, pois as mulheres, de forma geral, apresentam maior cuidado
com a saúde que os homens, o que implica maior reconhecimento de suas
limitações e doenças". O pesquisador da Coordenação de População e
Indicadores Sociais, do IBGE acrescenta que as “mulheres também costumam
declarar mais as doenças que elas têm, costumam reconhecer mais que tem
dificuldades e doenças".
Na faixa etária de até 14
anos, os homens têm maior proporção de deficiências severas que as
mulheres, com 2,2% contra 1,9%. Entre os meninos, a deficiência mais
frequente é a mental, com 1%. Já as meninas são mais acometidas pela
deficiência visual, com 0,8%.
O Nordeste é a região onde as
deficiências severas tem maior incidência. Nos estados nordestinos 7%
dos homens e 8,3% das mulheres sofrem de alguma deficiência severa. As
menores taxas são ocorrem no Centro-Oeste, com 5,4% para homens e 6,4%
para mulheres. Pesquisa do IBGE mostra que elas tem maior capacidade de reconhecer as próprias dificuldades do que os homensA
pesquisa também levantou o acesso à escola, e constatou que 86,3% dos
meninos e 88,4% das meninas com alguma deficiência frequentavam a
escola, percentuais bem abaixo dos 96,7% e 97,1% das crianças sem
nenhuma deficiência. Entre os tipos de deficiência, o que mais impactou a
frequência à escola de crianças de 6 a 14 anos foi a motora, com
percentuais de 67,6% dos meninos e 69,7% das meninas.
De todas as
unidades da federação, a taxa de crianças com alguma deficiência que não
frequentam a escola é menor no Distrito Federal, onde abrange 6,6% dos
meninos e 4,4% das meninas. O Tocantins é o estado onde há maior
disparidade entre os sexos, com 18,8% dos meninos fora da escola e 10%
das meninas, e o Amazonas é o que registra as taxas mais altas, com
19,5% e 17,8%.
Se as meninas têm maior acesso à escola, as
mulheres com 16 a 64 anos estão menos presentes na população
economicamente ativa que os homens. Segundo o IBGE, 56,4% dos homens,
com alguma deficiência, trabalhavam ou estavam procurando trabalho em
2010, contra 43,1% das mulheres. Entre as pessoas sem deficiência, a
participação dos homens chega a 81,8% e a das mulheres é de 61,1%. A deficiência que mais afastou os homens e mulheres do mercado
de trabalho foi a mental ou intelectual, com a qual 26,4% dos homens e
20,8% das mulheres participavam ativamente da economia. Já a deficiência
visual severa é a que menos afetou o acesso ao trabalho, com 70,7% dos
homens em idade ativa e 50,3% das mulheres. jb.com
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