Brasileiros com ebola poderão ser tratados no país
Brasileiros eventualmente infectados pelo vírus ebola poderão ser
transferidos em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para realizar o
tratamento no País. Os detalhes da repatriação de possíveis doentes
nacionais serão acertados na segunda-feira em reunião entre autoridades
do Ministério da Saúde, da Aeronáutica e do Itamaraty. Segundo a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, o ebola não é um novo vírus, e sendo conhecido há 40 anos é uma das doenças infecciosas para as quais o Brasil tem prevenção.
O governo ressalta que não há casos de brasileiros contaminados pelo
vírus, que já provocou a morte de 961 pessoas na África Ocidental,
levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar estado de
emrgencia sanitária internacional. Nesta sexta-feira, o Ministério da
Saúde afirmou ser "improvável" que o vírus chegue ao Brasil ou que haja
risco de transmissão no País. Contudo, o Brasil elevou o nível do centro
de emergência em saúde e destacou uma equipe de resposta para eventuais
casos suspeitos, além de anunciar medidas para o desembarque de
passageiros internacionais. Seguindo recomendação da OMS, o
Brasil não restringiu viagens, mas recomendou que se evite o
deslocamento para áreas rurais nos países de risco e o contato com animais
ou pessoas doentes. Mortes pelo vírus ocorreram em Serra Leoa, Guiné,
Libéria e Nigéria. A transmissão da doença se dá por contato com sangue,
órgãos ou fluidos corporais de animais ou humanos infectados. Todos os
estrangeiros infectados trabalhavam diretamente com pacientes com ebola. Protocolo
Sem
casos suspeitos no Brasil, o governo federal vai monitorar portos e
aeroportos e colocar, a partir deste sábado, avisos sonoros
nos desembarques de passageiros internacionais. O anúncio não falará
especificamente em ebola, mas recomendará que passageiros com febre ou
hemorragia procurem agentes de saúde dos aeroportos e informem para qual
país viajaram. Também foi definido com a Anvisa um protocolo de como
proceder em caso de suspeitas em viajantes. Toda cidade
que recebe voos internacionais terá uma equipe preparada para levar o
paciente a hospitais de referência em tratamentos de doenças
transmissíveis. Em caso de necessidade, equipamentos adquiridos para a
Copa do Mundo para proteção em casos de ataques químicos poderão ser
mobilizado para as equipes de saúde. Segundo o ministério, há no País 60
especialistas autorizados pela OMS a fazer o transporte de exames de
pacientes até o Instituto Evandro Chagas, no Pará, que tem capacidade de
identificar o ebola.
O processo faz parte de uma segunda
etapa de detecção do vírus, já que triagens foram montadas nas saídas
dos países acometidos pela epidemia. Para a Vigilância Sanitária
brasileira, é pouco provável que o vírus se espalhe para outros
continentes. "Pelas características da transmissao do ebola, é
considerado pouco provável a disseminação para poucos continentes. Não é
provável que persista a transmissão como persiste na África. Pode haver
chegada de viajantes, apesar do risco ser baixo. As pessoas de lá que
adoecem são pessoas de área rural, pessoas que vivem em comunidades
distantes", disse o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
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