A seleção brasileira jamais havia sido derrotada na história pelo Irã, que vive o seu melhor momento. Antes do resultado negativo deste sábado, a equipe nacional vinha de um triunfo suado sobre os asiáticos, na sexta-feira, de duas derrotas para a Itália, em Jaraguá do Sul, e de uma vitória e uma derrota para a Polônia, em Maringá.
- O Irã mostrou qualidade e o Brasil não mostrou qualidade hoje (sábado). O nosso sistema defensivo não funcionou, o saque foi irregular. É difícil jogar a Liga sem sacar forte. O grande responsável sou eu, eu estava com a crença de que iríamos fazer melhor, mas não tivemos consistência. Agora, é correr atrás e reverter isso lá fora. Talvez, a gente consiga reencontrar o nosso jogo. Eu peço desculpas para as pessoas que vieram nos ver, é frustrante jogarmos tão mal - comentou Bernardinho, logo após a partida, ainda na quadra.
Iranianos vibram com ponto durante a vitória inédita sobre o Brasil (Foto: Divulgação/FIVB)
Depois dos dois jogos em São Paulo, a seleção, segunda colocada no Grupo A, apenas por ter feito mais jogos, já viaja na madrugada desta segunda-feira ao exterior para encarar, na casa dos rivais, o próprio Irã, a Polônia e a Itália, nos próximos finais de semana. Serão seis partidas e a chance de se recuperar na Liga Mundial. Os dois primeiros de cada grupo avançam. Atualmente, o Brasil é o terceiro colocado do Grupo A, atrás de Itália e Polônia. Como sediará a fase final, em Florença, entre 16 e 20 de julho, os italianos já estão garantidos, portanto, se eles ficarem em primeiro ou segundo, a chave classificará também o terceiro lugar.
O jogo
O Brasil começou a partida com uma formação diferente da que
iniciou o jogo de sexta-feira contra o Irã. O levantador Rapha ganhou a posição
de Bruninho e Leandro Vissotto, que fez seis pontos no tie-break, deixou
Wallace no banco de reservas. Assim, Bernardinho escalou Rapha, Maurício,
Lucarelli, Sidão, Lucão e Vissotto, além Mário Jr., o líbero. Assim como
aconteceu no dia anterior, o Irã mostrou logo nos primeiros minutos que lutaria
bastante. Os asiáticos abriram o placar com Mahmoudi, maior pontuador do
primeiro jogo, e ficaram à frente pelos primeiros nove minutos de bola rolando.
Eis que Lucarelli foi para o saque e forçou muito bem o serviço. Com a dificuldade
adversária na recepção, Brasil acertou três contra-ataques e empatou o marcador
em 9 a 9. Mas logo os visitantes voltaram a liderar, contando com ataques
eficazes de Mahmoudi e Mirzajanpour.
Quando viravam a bola, os brasileiros acabavam cedendo
pontos em saques na rede, situação que tirava Bernardinho do sério. Outro motivo de irritação do treinador eram
as constantes falhas de recepção e passe do líbero Mário Jr., que levou uma
sonora bronca do técnico durante um tempo técnico. Enquanto isso, os iranianos
iam pontuando e ficando perto de vencer o set inicial. Eles chegaram a abrir 24
a 17, após erros de Maurício e Lucarelli. Pouco depois, o primeiro torceu o
tornozelo, caiu na quadra e não pôde mais voltar para a partida, sendo
substituído pelo experiente Murilo. Enquanto os brasileiros estavam preocupados
com a lesão, Mahmoudi, sempre ele, fez o 25º ponto iraniano, fechando o
primeiro set em 25/18 para o Irã, após 27 minutos de ação.
Falhas do líbero Mário Jr. no passe contribuíram para a derrota brasileira (Foto: Divulgação/FIVB)
O segundo set começou com os visitantes novamente abrindo o
placar e se mostra mais eficaz. O Brasil continuava tendo dificuldade no passe.
Como a bola chegava mascada nas mãos de Rapha, ele não conseguia alimentar com
qualidade o ataque brasileiro, facilitando a defesa rival, que vivia bom
momento. O jeito era se entregar mais em
quadra para superar as adversidades. Foi isso que começou a fazer o sexteto da
casa, empurrado pela torcida que compareceu em grande número ao Ibirapuera. Com
raça e mais dedicação, o time da casa empatou o placar em 11 a 11 e deu pintas
de que poderia finalmente assumir a dianteira. Mas aí os erros voltaram a
atrapalhar a vida dos comandados de Bernardinho. Lucarelli sacou na rede, Sidão mandou a bola
para fora Vissotto foi bloqueado.
Os 14 a 11 do Irã irritaram Bernardinho, que
pediu tempo e deu mais uma bronca nos jogadores. Pouco depois, como já era previsto, ele
colocou Wallace e Bruninho em quadra, nos lugares de Vissotto e Rapha,
respectivamente. A equipe nacional ficou mais energizada e virou algumas bolas
boas. Porém, a cada ponto do time de amarelo, o time de vermelho respondia logo
em sequência, impedindo que a seleção brasileira seque encostasse mais no
marcador. Mesmo assim, a lutava continuava. O Irã chegou a abrir 24 a 17, o
Brasil reagiu e fez quatro pontos em sequência. Mas Sidão sacou na rede e os
iranianos venceram a segunda parcial por 25/21, em 27 minutos de set.
O
terceiro set começou com uma novidade. Ao sair na frente,
com Wallace, o Brasil ficou à frente no placar pela primeira vez na
partida. E
foi assim que o terceiro set ia caminhando. Além da entrega brasileira, o
Irã
passou a errar muito mais do que nas outras parciais, facilitando a
reação dos
mandantes. Outro fato que fundamental foi o crescimento do oposto
Wallace, que começou
a pontuar mais. Só que os iranianos aos poucos foram recuperando o bom
desempenho e empataram em 13 a 13, com um bonito bloqueio. Mas lá estava
Lucão
para não deixar que eles passassem à frente.Isso durou pouco tempo, pois
o Irã se desgarrou do placar. E, apesar de o Brasil ter feito alguns
pontos em sequência, a melhor qualidade iraniana neste sábado fez com
que o país asiático tivesse três match points para fechar o jogo. O
Brasil salvou um, mas no seguinte, Lucão errou e o Irã fechou o terceiro
set e o jogo, vencendo pela primeira vez na história a poderosa seleção
brasileira.
globo.com
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