Com a proposta central de chamar a atenção da população sobre os efeitos de uma sociedade machista, a manifestação iniciou o protesto em frente à Catedral Metropolitana, às 10h, e ganhou as ruas da cidade até a avenida Beira-Mar Norte, onde dispersou por volta das 15h. Não só trajadas como cotidianamente, as participantes usaram o próprio corpo para externar o manifesto. Vestindo blusas transparentes, lingerie, saias, apenas de sutiã, ou sem blusa, elas exibiram frases como “mulher não é enfeite”, “o corpo é meu” e “feminismo liberta”.
Eduardo Valente/ND
Movimento repudiou os assédios, os estupros e as formas de opressão
Entoando palavras de ordem, o movimento repudiou os assédios sofridos pelas mulheres, os estupros e as formas de opressão de gênero. “A violência obstétrica é uma dessas violências contra a mulher, não podemos nos calar. Eu sou uma apoiadora desse movimento, acho que temos que vir mesmo pras ruas ampliar esse debate”, contou Gisele Correia, 32, que participou da marcha com o filho bebê. Ao passo que ia cruzando as ruas da cidade, o movimento ganhava mais adeptos e arrancava reações —de aprovação, espanto e curiosidade— de quem estava de fora do manifesto. O movimento chegou a reunir cerca de 500 pessoas durante a marcha.
O grupo cruzou a avenida Mauro Ramos e desembocou na Beira-Mar Norte. O trânsito chegou a ser bloqueado por cerca de 20 minutos, e só foi liberado depois do grupo ser pressionado pela Polícia Militar.
O ato iniciou quase que paralelo ao evento de abertura do ciclo do Divino Espírito Santo, que também foi realizado na manhã de sábado em frente a Catedral Metropolitana. As feministas entoaram, em coro, críticas à igreja e a criminalização do aborto. A Polícia Militar chegou a formar um cordão humano para que a marcha não invadisse o espaço que era ocupado pelos religiosos. Apesar do clima de tensão, não houve registro de conflitos entre os dois grupos.
O evento teve início em 2011, depois de diversos casos de crimes sexuais na Universidade de Toronto, e logo se espalhou por diversas partes do mundo. No Brasil, a marcha é realizada anualmente em mais de 20 cidades.
Manifestantes protestaram contra personalidades | Foto: Eduardo Valente/ND
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