YOKOHAMA, 31 Mar (Reuters)
- O aquecimento global constitui uma crescente ameaça à saúde, às
perspectiva econômicas e aos recursos hídricos e alimentares de bilhões
de pessoas, disseram cientistas influentes em um relatório que defende
uma ação imediata para fazer frente aos efeitos das emissões de carbono.
O novo trabalho do órgão da ONU Painel Intergovernamental para a
Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) diz que os efeitos do
aquecimento estão sendo sentidos em todo lugar, contribuindo para
possíveis crises de escassez alimentar, desastres naturais e guerras.
"O mundo, em muitos casos, está mal preparado para os riscos
decorrentes de uma mudança climática", disse o IPCC nesta segunda-feira,
após chegar a um acordo sobre o texto final.
O relatório acrescenta que o aquecimento, ao se agravar, pode
desencadear consequências graves e disseminadas, que podem ser
irreversíveis e/ou surpreendentes.
Os cientistas projetam que o aquecimento poderá reduzir o PIB
global em 0,2 a 2 por cento ao ano, caso as temperaturas medianas subam
até 2 graus Celsius -- uma estimativa que muitos países consideram
modesta demais.
"Ao longo da próxima década, a mudança climática terá impactos
majoritariamente negativos", disse Michel Jarraud, secretário-geral da
Organização Meteorológica Mundial (OMM), citando cidades, ecossistemas e
o abastecimento hídrico como áreas de risco.
"Os pobres e vulneráveis serão mais afetados", acrescentou.
Entre os principais riscos estão a inundação permanente de pequenas
ilhas e áreas costeiras.
O IPCC foi criado em 1988 pela OMM e pelo Programa de Meio Ambiente da ONU.
O relatório enfatiza os riscos e aponta as reduções das
emissões de gases do efeito estufa como uma espécie de apólice de
seguros para o planeta.
http://br.reuters.com
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