A organização não governamental mexicana Conselho Cidadão para a
Segurança Pública e Justiça Penal divulgou um estudo que relaciona as 50
cidades mais violentas do mundo em 2013, dentre aquelas com mais de 300
mil habitantes. 16 delas são brasileiras, sendo nove na região Nordeste
do Brasil. A capital nordestina que não está na relação é Teresina (PI)
e a única cidade de interior dessa Região que consta na lista é Campina
Grande.
Conforme a pesquisa, nenhum outro país teve tantas
cidades incluídas na listagem. Depois do Brasil, o segundo colocado foi o
México, com nove cidades, quantitativo que corresponde, apenas, aos
municípios nordestinos brasileiros constantes do rol.
O estudo
mexicano aponta que a média da região é de 54,6/100 mil e corresponde a
mais que o dobro da média nacional, que está em torno 26/100 mil. Os
piores dados partem de Maceió (AL), que tem índice de homicídios de
79,76 por 100 mil habitantes, seguida de muito perto por Fortaleza (CE),
com 72,81 por 100 mil.
De acordo com o bacharel em direito
e pesquisador em segurança pública Fabrício Rebelo, a justificativa
para esses resultados estão relacionadas ao tráfico de drogas e ao erro
nas estratégias de combate à criminalidade.
Segundo ele, o
tráfico “se instalou [no Nordeste] de forma rápida e com pouca
resistência”. Rebelo explica ainda que “há pouco mais de uma década,
quadrilhas de tráfico de drogas eram quase exclusividade da região
Sudeste do país. Com a forte repressão que ali começaram a sofrer,
notadamente com as políticas de pacificação no Rio de Janeiro e a
desarticulação das organizações em São Paulo, os criminosos viram-se
forçados a migrar para outros estados, inicialmente em fuga. E o destino
foram as cidades nordestinas”.
O pesquisador afirma que,
atualmente, os estudos das secretarias de segurança pública estaduais
indicam que mais de 60% dos homicídios têm ligação direta com o tráfico
de drogas.
Sobre os erros nas formas de combate à
violência, “com fama de região de “pistoleiros”, herdada de uma já
remota época em que o Cangaço era a sua marca, o Nordeste serviu de
celeiro para o que o governo federal considerava – ou dizia considerar -
a solução para altos índices de homicídio: o desarmamento civil”, diz o
especialista.
Dados do Ministério da Justiça indicam que,
no recolhimento de armas, o Nordeste teve uma ótima adesão. Nas
primeiras edições da campanha, Sergipe e Alagoas foram os estados com
maior número de armas entregues, mas isso não produziu nenhum efeito no
número de homicídios. As capitais dos dois estados surgem agora entre as
50 cidades mundialmente mais violentas.
Exemplo diferente
Apesar
das duas maiores cidades da Paraíba figurarem a lista das 50 mais
violentas do mundo, o estado conta com o município que está entre os
mais tranquilos do país.
Sossego, localizada a 158 km de João Pessoa, no Curimataú, não registra um homicídio há três anos.
Sem
Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) desde 2011, o município
comemora os números, que passaram a ser contabilizados oficialmente com a
criação do Núcleo de Análise Criminal e Estatística (Nace) da
Secretaria de Segurança da Paraíba.
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