A Faculdade de Direito da USP decidiu impedir, ao menos temporariamente, a formatura neste ano de cerca de 50 estudantes da graduação.
A suspeita é que houve irregularidades na composição das cargas horárias deles. Anualmente, cerca de 430 alunos se formam na escola.
O problema detectado pela escola foi que, para compor a carga horária mínima para formatura ("créditos"), alunos usaram aulas cursadas em outras unidades da USP, antes do ingresso em direito.
A faculdade permite que cerca de 5% do curso seja feito em outras unidades (os "créditos livres"), desde que ao mesmo tempo que a graduação em direito.
Não é permitido, por exemplo, um estudante que se formou em história em 2003 usar essas disciplinas para compor agora o curso de direito.
Um aluno atingido pela medida afirmou, sob a condição de anonimato, que de fato usou créditos cursados antes do ingresso em direito.
Ele diz, porém, que o procedimento foi aceito pela seção de alunos da escola e que os estudantes não tinham conhecimento da restrição.
Segundo ele, toda a relação administrativa dos estudantes com a faculdade era feita por essa seção.
O problema foi detectado pela comissão de graduação da própria unidade.
SINDICÂNCIA
Ao ser informado da situação, o diretor da faculdade, Antonio Magalhães Filho, determinou "abertura de sindicância para para apuração de irregularidades no cadastramento de créditos em disciplinas livres", segundo comunicado enviado a estudantes, professores e funcionários.
Determinou também a suspensão temporária desses créditos. Assim, até que a análise do caso seja concluída por uma comissão, os estudantes não poderão se formar.
A Folha não conseguiu contatar o diretor ontem.
Também ontem estava prevista para ocorrer a festa da colação de grau da turma.
Segundo a reportagem apurou, além dos cerca de 50 estudantes impedidos de se formar, mais 100 estudantes de outras séries também tiveram os créditos suspensos, pela mesma razão.
folha.uol
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