Segundo ministério, cabe ao médico contratar pacote de dados para ativar serviço 3G do equipamento
PUBLICADO EM 15/12/13 - 12h09
Sem contar com Wi-Fi nos postos de saúde onde trabalham, profissionais
do programa Mais Médicos não conseguem usar parte dos recursos
oferecidos no tablet dado pelo Ministério da Saúde para auxiliá-los no
atendimento aos pacientes.
No aparelho ficam disponíveis materiais de consulta referentes a
protocolos clínicos, informações sobre doenças e tradutor
português-espanhol, entre outros recursos. Parte do material, porém, só
pode ser acessada se o aparelho estiver conectado à internet sem fio,
tecnologia inexistente na maioria das Unidades Básicas de Saúde (UBSs)
onde os médicos atuam.
Levantamento feito pela reportagem nas 48 cidades do Estado de São
Paulo que receberam profissionais do programa mostra que apenas a
minoria conta com o serviço. Das 36 prefeituras que responderam, apenas
oito têm internet Wi-Fi em todos os seus postos de saúde. Outras seis
têm a tecnologia em algumas unidades e 22 não possuem o serviço em
nenhuma UBS.
"O tradutor do espanhol para o português, por exemplo, só funciona se
tiver internet. Isso acaba dificultando um pouco nosso trabalho porque,
quando surge alguma dúvida, temos de interromper a consulta, às vezes
sair da sala, para pedir ajuda a um colega. Todos são sempre muito
solícitos, mas o serviço no tablet facilitaria", diz uma médica cubana
que trabalha na zona norte de São Paulo.
Com cem profissionais do programa Mais Médicos, a capital é um dos
municípios que não têm internet Wi-Fi em nenhum de seus postos de saúde.
Em todo o Estado, são 356 profissionais já em atendimento, além de 216
que devem começar a trabalhar ainda neste mês. Aplicativo. Outro recurso
do tablet indisponível para os médicos que não têm internet em seus
postos é o aplicativo Telessaúde, no qual os profissionais podem enviar
suas dúvidas para os supervisores.
O Código Internacional de Doenças (CID-10) também só pode ser
consultado quando há rede Wi-Fi disponível. Médicos de cidades em que as
UBSs têm internet dizem que os recursos do tablet facilitam o trabalho.
"Quando preciso consultar detalhes sobre alguma doença ou então tirar
uma dúvida do idioma, o tablet já está na mão, agiliza a própria
consulta", afirma a médica cubana Mercedes Perez Calero, de 44 anos, que
trabalha em Guarulhos, onde 20 dos 67 postos têm internet grátis.
Investimento. Segundo o Ministério da Saúde, até agora, 4.974 médicos
já receberam o tablet em todo o País. Cada aparelho custou R$ 1.450, num
investimento total de R$ 7,2 milhões. Outros cerca de 1,6 mil médicos
que estão no Brasil pelo programa também vão receber o equipamento, diz a
pasta.
Questionado sobre a dificuldade de uso do material pelos médicos, o
ministério informou que todo o material está disponível para acesso
remoto. O Estado navegou no tablet e confirmou que o tradutor, o
aplicativo Telessaúde e o CID-10 não funcionam sem internet. Já as
portarias e vídeos sobre os programas do ministério, protocolos
clínicos, cadernos de atenção básica e produções científicas estão
disponíveis no tablet mesmo no formato offline.
Agência Estado
otempo
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