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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
OMS registra redução de casos da malária, mas desafios permanecem
Washington — A luta contra a malária salvou 3,3 milhões de vidas em todo o mundo desde o ano 2000, mas a doença transmitida pelo mosquito Anopheles ainda mata 627.000 pessoas no ano passado, sobretudo crianças na África, informou nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o Relatório da OMS sobre a Malária 2013, a escassez de financiamento e de medidas básicas como mosquiteiros significam que a malária ainda é uma grande ameaça, particularmente na África e no sudeste da Ásia.
"O fato de tantas pessoas serem infectadas e mortas por picadas de mosquito é uma das maiores tragédias do século XXI", afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
Um aumento no financiamento global ao longo da última década permitiu grandes avanços contra a malária, mas até mesmo níveis tão elevados quanto os US$ 2,5 bilhões de 2012 ainda representaram a metade do que se necessita para assegurar que todos em risco de desenvolver a doença tenham acesso a intervenções, destacou o informe da OMS.
"Este avanço notável não é motivo para complacência: números absolutos de casos e mortes de malária não vão cair tão rápido quanto poderiam", disse Chan.
Em 2012, estimava-se que houvesse 207 milhões de casos de malária, provocando cerca de 627.000 mortes, uma redução com relação à estimativa da OMS de 660.000 mortes em 2011.
A malária é causada por um parasita e os sintomas incluem febre, vômitos, diarreia e icterícia.
A República Democrática do Congo, a Nigéria e a Índia são os países mais afetados.
Estima-se que 3,4 bilhões de pessoas estejam em risco de desenvolver malária em todo o mundo, com 80% da ocorrência de casos situados na África.
O progresso tangível foi visto em cerca da metade dos 103 países com transmissão contínua de malária, onde se observou uma redução na taxa de incidência desde 2000, segundo o informe.
Em todo o mundo, a mortalidade caiu 45% entre 2000 e 2012 em todos os grupos etários e 51% nas crianças até os cinco anos de idade.
"Isto é muito surpreendente para uma doença que tem sido negligenciada e abandonada", disse Robert Newman, um pediatra que chefia o Programa Global de Malária da OMS.
As principais medidas de combate à malária são a pulverização em ambientes fechados, a testagem para diagnóstico, terapias combinatórias de medicamentos baseados em artemisinina e mosquiteiros tratados com inseticidas.
No entanto, os parasitas da malária têm demonstrado sinais de resistência a inseticidas em 64 países.
Outra preocupação importante é a resistência emergente à artemisinina, componente básico de medicamentos antimalária, em Tailândia, Vietnã, Mianmar e Camboja, acrescentou a OMS.
Apesar das recomendações da OMS de que as pílulas contendo artemisinina só sejam retiradas do mercado quando substituídas por terapias combinadas para proteger melhor da resistência emergente, nove países - seis deles na África - continuam a disponibilizar estas drogas.
O relatório também chamou atenção para "uma desaceleração, pelo segundo ano consecutivo, na expansão de intervenções para controlar os mosquitos", particularmente no que diz respeito à distribuição de mosquiteiros.
Em 2011, apenas 92 milhões dos 150 milhões necessários anualmente foram distribuídos por fabricantes em países onde a malária é endêmica na África subsaariana e apenas 70 milhões foram distribuídos em 2012.
"Em 2013 vimos um forte crescimento, mas isto não atendeu aos dois anos em que não tivermos mosquiteiros suficientes lá", disse Newman.
Especialistas afirmaram que uma reestruturação do Fundo Global, um alto financiador dos esforços antimalária, foi a grande responsável pelo recuou, mas estes problemas foram solucionados desde então.
AFP
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