A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) fará concurso público no próximo ano. As informações foram confirmadas nessa terça-feira (06), pela reitora da instituição, professora Margareth Diniz, no programa ’27 Segundos’, exibido na RCTV. Ela anunciou que vai contratar novos servidores para atividades técnico-administrativas.
Margareth disse que há muitos profissionais que estão se aposentando e, por isso, há a necessidade de abrir concursos para preencher as vagas que vão surgir. “De acordo com um decreto estabelecido pelo Governo Federal em 2010, vagas poderão ser abertas e preenchidas através de concursos públicos em casos de morte e aposentadoria de servidores de cargos administrativos. Vamos contratar novos profissionais em 2014 porque há muitos colegas que estão se aposentando”.
Hospital
Quanto ao Hospital Universitário Lauro Wanderley, que teve as cirurgias eletivas suspensas em julho deste ano, a reitora reconhece que há graves problemas na unidade, como carência de profissionais e escassez de insumos. Contudo, lembra que vai fazer concurso para ampliar o quadro do HU e já solicitou R$ 2 milhões em Brasília só para compra de materiais.
Segundo ela, equipamentos de última geração que estavam guardados na caixa há mais de três anos serão ativados. “O HU terá equipamentos de ressonância, tomografia, três raios X teleguiados e dois mamógrafos. Com relação às cirurgias, apenas as eletivas foram suspensas, mas as que precisam ser feitas sob urgência ou emergência continuam normalmente. Já estamos resolvendo os problemas com as cirurgias eletivas e elas deverão ser reativadas na próxima semana. Uma das medidas adotadas para normalizar o atendimento é a reorganização do quadro interno de anestesistas, que nós já estamos executando”, enfatizou.
As dificuldades identificadas no HU também são alvos de reclamações por parte dos alunos. O estudante de medicina Renato de Sousa diz que “falta material, sempre há uma máquina importante quebrada, existem poucas vagas para atender a todas as necessidades do hospital e às vezes faltam exames laboratoriais que são importantíssimos”.
O estudante de medicina Daniel Uchôa também concorda que o HU enfrenta graves dificuldades, mas acredita no trabalho da reitoria e entende que há burocracias que precisam ser vencidas até que tudo se resolva. "A reitora já mostrou que está mudando essa situação, porém, nada se resolve tão fácil; conhecemos bem a burocracia, mas acredito que ela possa realizar mudanças satisfatórias durante a gestão".
Obras inacabadas
Durante a entrevista, a reitora explicou como está trabalhando para acelerar a conclusão das 180 obras da instituição que estão inacabadas. Margareth disse que não são somente aquelas que estão inacabadas, mas muitas que foram entregues e estão com problemas na estrutura ou estão inativas por falta de equipamentos. Ela promete acelerar os procedimentos para que todas as construções sejam concluídas e que a UFPB amplie a funcionalidade das instalações até o próximo ano. “Infelizmente não será possível terminar e corrigir as 180 obras que estão paralisadas, inacabadas ou vão necessitar de correções até o final deste ano. Vamos correr para que o maior número possível seja resolvido ainda em 2013, mas só em 2014 que todos esses problemas com obras serão resolvidos”, disse.
O estudante Daniel Uchôa reclama das obras inacabadas e daquelas que estão prontas, mas apresentam falhas ou se tornaram ineficientes devido à falta de equipamentos. "São muitas construções que não terminam e algumas estão prontas, mas não têm utilidade porque os locais estão vazios, sem materiais". Já o aluno Renato de Sousa defende que a estrutura física da UFPB é muito boa. "As salas têm ar-condicionado, cadeiras confortáveis, um espaço bastante adequado. Entretanto, em outros centros mais antigos, não há toda essa qualidade nos ambientes", observa.
Bolsas
Segundo a reitora, no Nordeste, a UFPB é a que mais oferece bolsas em diversas modalidades, inclusive ultrapassando o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Os valores das bolsas foram unificados para evitar a migração de alunos. “Para iniciação científica, são 505 bolsas oferecidas pela UFPB e 495 ofertadas pelo CNPQ. Ainda há o Programa de Melhoria de Ensino Médio, que, junto com o Governo do Estado, disponibiliza 400 bolsas para que universitários trabalhem auxiliando professores do ensino básico", disse.
Margareth ainda acrescentou que há 430 bolsas de extensão e outro número significativo de bolsas de monitoria. "Todas estão com valor de R$ 400,00 para evitar que os alunos mudem de projetos buscando valores mais altos e atrapalhando o andamento das pesquisas”, afirmou.
O estudante Renato diz que “a bolsa de iniciação científica realmente é algo bem interessante na universidade porque permite adquirir a experiência de participar em pesquisas sérias e realmente funciona, dependendo do orientador envolvido. O valor de R$ 400,00 funciona mais como um incentivo”.
Liberação de verbas
Margareth Diniz conclui afirmando que conseguiu a liberação de R$ 10 milhões que estavam bloqueados devido àsirregularidades identificadas na Fundação José Américo em gestões anteriores e mais R$ 22 milhões junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia, com o desarquivamento de processos relativos à Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Extensão da Universidade Federal da Paraíba (Funape), sem prejuízos financeiros para a instituição.
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