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A Coreia do Norte anunciou ter efetuado testes nucleares. O mundo prepara-se para aplicar medidas de resposta. Entretanto, tudo decorre tranquilamente em Seul: a Coreia do Sul não vê para si qualquer ameaça nos novos ensaios nucleares de norte-coreanos.
Comunicando sobre os testes bem-sucedidos de uma máquina nuclear menor por dimensões em comparação com o anterior, mas, contudo, mais potente, a KCNA, agência oficial da Coreia do Norte destacou que “os ensaios irão contribuir para garantir a segurança na Península da Coreia”.
Quanto à Península da Coreia, o único efeito negativo dos testes nucleares norte-coreanos foi por enquanto uma queda provisória, de meia hora, do principal índice sul-coreano “KOSPI Composite Index” em quase 10 pontos. Na opinião de peritos, foi possível evitar uma queda mais dramática do índice, porque o mercado foi notificado antecipadamente sobre os próximos ensaios. Ao mesmo tempo, a população de Seul, cidade situada apenas a 40 quilômetros da fronteira com a Coreia do Norte, não foi impressionada de forma alguma com os testes, testemunha o conhecido perito russo em problemas coreanos, professor da Universidade de Seul, Andrei Lankov:
“O ambiente em Seul é calmo, tal como após o primeiro e o segundo ensaio nuclear ou após lançamentos de foguetes. Estes assuntos nucleares impressionam poucas pessoas em Seul. Todos são convencidos aqui, e não sem razão, de que estas ações sejam voltadas em primeiro lugar contra os Estados Unidos e não contra a Coreia do Sul. Por isso não se sentem na Coreia do Sul grandes receios em relação ao seu vizinho ou a suas armas nucleares. Seul vive uma vida comum. Passadas algumas horas após a explosão, visitei o câmpus de uma universidade de Seul. Aqui se fala de tudo – exames, encontros, esporte, menos de bombas atômicas. A notícia sobre a explosão provocou comentários negativos. Oficialmente, os ensaios serão condenados em expressões bastante duras. Contudo, isso não se interpreta como um problema grave que diga respeito a cada um. Estes testes, tanto como os anteriores, não levarão a uma piora na atitude dos sul-coreanos para com a Coreia do Norte”.
Ao mesmo tempo, a reação da comunidade mundial aos ensaios nucleares da Coreia do Norte é previsivelmente muito negativa. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, mostrou-se profundamente preocupado com as ações de Pyongyang, declarando que o Conselho de Segurança da ONU reagirá devidamente aos ensaios norte-coreanos. Nas palavras do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte ameaçam todo o mundo. O líder americano qualificou os testes nucleares da Coreia do Norte como “ato provocador” que faz dinamitar a estabilidade regional, aumenta o risco de proliferação e viola numerosas resoluções do CS da ONU e compromissos internacionais da Coreia do Norte. As ações de Pyongyang foram censuradas duramente em Moscou, Londres, Pequim, Tóquio e Seul.
Nestas condições, para a Coreia do Norte é vitalmente importante a posição da China. Nas últimas semanas, nos meios de comunicação social apareceram informações de que, no caso de a Coreia do Norte ter efetuado ensaios nucleares, Pequim poderia até suspender ajuda econômica ao país. Terça-feira, um diplomata chinês declarou na sede da ONU em Nova Iorque que a Coreia do Norte, ao ensaiar o engenho nuclear, ignorou “advertência dura” da China de os testes levariam a sérias consequências para Pyongyang. Na opinião do representante chinês, agora a China, a Rússia e os Estados Unidos irão entender-se depressa no Conselho de Segurança da ONU quanto a um recrudescimento da posição em relação à Coreia do Norte. “As ações empreendidas atualmente pela Coreia do Norte são um grande desafio lançado aos chineses”, ressaltou o diplomata.
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