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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Nevasca: "tivemos muita sorte", diz prefeito de Nova York


Cerca de três meses depois da passagem do Furacão Sandy, a cidade de Nova York teve sorte diante de outra calamidade em potencial. Essa é a opinião do prefeito da cidade, Michael R. Bloomberg, diante da tempestade de neve que tem deixado mortos, causado atraso em voos e provocado o corte de energia, afetando milhares de pessoas nos Estados Unidos e no Canadá.
"Eu acho que é justo dizer que nós tivemos muita sorte", declarou Bloomberg ao jornal The New York Times.
Em Nova York, onde a neve caiu continuamente na tarde e noite de sexta, os serviços meteorológicos anunciaram possíveis acúmulos e 25 a 35 cm. Em alguns supermercados já há falta de produtos básicos, e longas filas se formavam diante dos postos de gasolina.
O prefeito Bloomberg, criticado por sua lenta resposta a outra tempestade similar em 2010, recomendou aos nova-iorquinos que estoquem produtos de primeira necessidade e fez referência a possíveis cortes de energia. Ele pediu que a população não entre em pânico por causa de uma possível falta de gasolina, já que as reservas são suficientes e isso não deve ocorrer.
O jornal Boston Globe, de Boston, Massachusetts, deu amplo destaque em sua capa deste sábado para a forte nevasca 
O jornal Boston Globe, de Boston, Massachusetts, deu amplo destaque em sua capa deste sábado para a forte nevasca 
A Fashion Week, que está em seu apogeu na cidade, manteve os desfiles, mas por não ter recebido alguns acessórios, o estilista Marc Jacobs adiou seu desfile até quinta-feira.
Cortes de energia e suspensão nos aeroportos
No total, mais de 635 mil clientes ficaram sem o abastecimento de energia elétrica nos Estados Unidos, segundo a CNN. Pelo menos sete pessoas morreram, 4,5 mil voos foram cancelados e os três aeroportos de Nova York (JFK, La Guardia e Newark) continuavam fechados para pousos e decolagens até a tarde deste sábado. Diversas áreas do país estão sob 60 centímetros de neve e espera-se mais.
Esta é a primeira grande tempestade de neve deste ano nos Estados Unidos. De acordo com a agência AP, ao menos sete pessoas morreram desde sexta-feira nos Estados Unidos e no Canadá. Já a rede de notícias CNN aponta seis mortes. Uma das mortes ocorreu em Poughkeepsie, Nova York, quando uma jovem perdeu o controle de seu carro, matando um homem de 74 anos que caminhava sobre a neve. Em Auburn, New Hampshire, um homem morreu ao perder o controle de seu veículo e bater contra uma árvore. Em Connecticut, uma mulher de 81 anos morreu após ser atropelada enquanto removia a neve de sua casa em Prospect.
Em Boston, Massachusetts, o Corpo de Bombeiros afirmou que um menino de 11 anos morreu intoxicado por monóxido de carbono enquanto esperava dentro de um carro ligado por seu pai, que removia a neve com uma pá. O exaustor do carro estava coberto pela neve, o que fez com que a fumaça se concentrasse dentro do veículo.
No Estado canadense de Ontário, uma mulher de 80 anos desmaiou e morreu enquanto removia a neve de sua casa. Dois homens também morreram em acidentes de carro.
Os governadores de Nova York, New Hampshire, Connecticut, Massachusetts e Rhode Island declararam estado de emergência. Mais de 800 soldados da Guarda Nacional foram acionados para ajudar no trânsito, em situações de emergência e primeiros-socorros, de acordo com o Departamento de Defesa. As autoridades desses Estados aconselharam os moradores a permanecerem em casa e a ficar preparados para falta de energia.
O Estado mais afetado pelo corte de energia foi Rhode Island, onde cerca de 180 mil clientes ficaram sem energia em uma população de pouco mais de 1 milhão de habitantes.
Alguns governadores anunciaram restrições no trânsito. Deval Patrick, em Massachusetts, ordenou que todos os veículos considerados "não essenciais" devem deixar de circular após as 16h, e avisou que os moradores devem se preparar para ficar presos em casa por causa da neve por dois dias.
Segundo a CNN, Massachusetts abriu 18 abrigos de emergência para receber pessoas afetadas pela tempestade. Até o sábado de manhã, mais de 250 pessoas ocupavam as instalações. O Estado pode enfrentar fortes precipitações de neve hoje.
Mais de 28 centímetros de neve se acumularam na região central de Connecticut na madrugada deste sábado. O serviço meteorológico nacional (NWS) estima que neste sábado a neve possa atingir até 60 centímetros de espessura e os ventos podem chegar a 110 km/h de Nova Jersey até o Maine, na fronteira com o Canadá, em uma faixa litorânea que inclui os Estados de Nova York, Connecticut, Rhode Island e Massachusetts.
Apesar da suspensão de todos os voos, os aeroportos continuavam tecnicamente abertos, informou à AFP um porta-voz da autoridade aeroportuária. Mais de 4,5 mil voos foram cancelados entre sexta-feira e sábado nos aeroportos do nordeste dos Estados Unidos, segundo o site especializado Flightaware.com. Cerca de 1,5 mil cancelamentos correspondiam a voos nos três aeroportos nova-iorquinos.
Por outro lado, os trens que partiam de Nova York para Washington foram suspensos, indicou a companhia ferroviária Amtrak. Também foram suspensos os trens que circulavam entre Nova York e Boston, onde os transportes públicos foram interrompidos e escolas fechadas.
'Presos' no hotel
Apesar dos transtornos, as autoridades estavam aliviadas com o fato de a tempestade ter atingido a região no fim de semana, evitando maiores problemas para a população que precisa se deslocar para o trabalho. No entanto, para um grupo de empresários da Europa, passar ao menos dois dias sem poder sair do hotel não está sendo fácil.
A meteorologia estima que neste sábado a neve possa atingir até 60 centímetros de espessura e os ventos podem chegar a 110 km/h de Nova Jersey até o Maine
Os seis funcionários do banco Santander tiveram seus voos de volta à Espanha cancelados e não puderam ao menos sair para jantar ou visitar alguns pontos turísticos de Nova York. "Não estamos acreditando", disse Tommaso Memeghini, 29 anos, um italiano que vive em Barcelona. "Nos disseram que pode ser a maior tempestade de neve dos últimos 20 anos."
A expectativa é que a situação melhore no domingo, mas não há previsão de quando os aeroportos devem voltar a operar. 
jb.com

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