A Coreia do Norte disse nesta quinta-feira (24) que irá realizar novos lançamentos de foguetes e testes de armas nucleares tendo os Estados Unidos como alvo, numa dramática elevação do tom das suas ameaças contra o seu "inimigo declarado".
O anúncio feito pelo principal órgão militar norte-coreano ocorre um dia depois de o Conselho de Segurança da ONU aprovar uma resolução que condena a Coreia do Norte por ter lançado um foguete em dezembro, violando sanções internacionais anteriores.
"Não estamos disfarçando o fato de que vários satélites e foguetes de longo alcance que iremos disparar e um teste nuclear de alto nível que iremos realizar estão direcionados para os Estados Unidos", disse a Comissão Nacional de Defesa da Coreia do Norte, segundo a agência estatal de notícias KCNA.
A Coreia do Sul e outros observadores acreditam que a Coreia do Norte está "tecnicamente pronta" para um terceiro teste nuclear, e a decisão de ir adiante depende do dirigente Kim Jong-un.
A China, único aliado diplomático importante da isolada Coreia do Norte, concordou com a nova resolução da ONU, assim como havia aceitado a imposição de sanções após testes nucleares feitos por Pyongyang em 2006 e 2009.
A chancelaria chinesa pediu calma e moderação à Coreia do Norte depois do anúncio da quinta-feira, e propôs a retomada da negociação multilateral para a desnuclearização da península coreana, um processo que envolveu EUA, China, Rússia, Japão e as duas Coreias.
Analistas dizem que a Coreia do Norte pode realizar seu teste já em fevereiro. Uma hipótese é que Pyongyang faça a explosão coincidir com o aniversário do falecido líder Kim Jong-il, em 16 de fevereiro.
"A Coreia do Norte vai se sentir traída pela China por ter acatado a mais recente resolução da ONU, e podem estar se voltando também ", disse Lee Seung-yeol, pesquisador-sênior do Instituto Ewha de Estudos da Unificação, em Seul.
Washington reagiu à declaração norte-coreana pedindo imediatamente a Pyongyang que não realize seu terceiro teste nuclear.
"Se a Coreia do Norte testa ou não é algo que cabe à Coreia do Norte", disse Glyn Davies, principal enviado diplomático de Washington para a diplomacia com a Coreia do Norte, durante visita a Seul.
"Esperamos que não faça isso. Pedimos a eles que não façam isso", disse Davies após reunião com autoridades sul-coreanas.
— Este não é o momento de elevar as tensões na península coreana.
noticias.r7
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