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domingo, 23 de dezembro de 2012

Android, Chrome, Orkut e Maps; o que esperar do Google em 2013?


O Google oferece aos internautas um grande leque de produtos e serviços que, em sua maioria, são gratuitos. Sendo proprietário de algumas das ferramentas mais utilizadas no planeta, como o Google Search, YouTube, Chrome e Gmail, todos os novos lançamentos e problemas enfrentados pela companhia acabam, de uma maneira direta, afetando os seus usuários. Pensando nisso, listamos as principais previsões para 2013 da gigante das buscas.
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Previsões para o ano de 2013 de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo (Foto: Reprodução)Previsões para o ano de 2013 de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo (Foto: Reprodução)
Android
Líder mundial no segmento de sistema operacional para dispositivos móveis, o Android não deve ter muito com o que se preocupar no próximo ano. Apesar da recente reviravolta nos Estados Unidos, quando o iOS ultrapassou o Android em participação de mercado após o lançamento do iPhone 5, o sistema do robozinho verde tem muitas cartas na manga, o que deve garantir a sua liderança em todo o mundo.
Um dos principais motivos da fragmentação do SO, a sua capacidade de aparecer embarcado em todos os tipos de hardware – dos mais simples aos tops de linha, – permite que abocanhe uma fatia generosa do mercado, principalmente em países emergentes, onde o poder aquisitivo da população tende a ser menor. Isso acaba fazendo com que a compra de dispositivos de entrada se dê com mais facilidade.
Um outro mercado em que o Android deverá elevar significativamente a sua participação é o de tablets. Mais uma vez, se aproveitando do baixo custo dos hardwares com o sistema móvel embarcado e de uma grande variedade de marcas e modelos que utilizam a plataforma, o robozinho verde deverá roubar parte do mercado que hoje é dominado pelo iPad, da Apple.
No Brasil, juntamente com a oferta de gadgets de baixo custo, o Google tenderá a abocanhar uma fatia ainda maior do mercado ao trazer serviços relacionados com a sua plataforma móvel. No início de dezembro, a empresa anunciou o lançamento dos “setores” de livros e filmes no Google Play, loja online focada nos usuários da plataforma móvel da empresa.
Mas com o sucesso é provável que o Android também ganhe um problema. E sério. Atualmente, a plataforma já é alvo de apps maliciosos que tentam se passar por aplicações legítimas com o intuito de se apropriarem dos dados dos usuários. Com o crescimento contínuo de sua popularidade, é possível que o sistema operacional se torne uma espécie de Windows para smartphones e vire o foco dos ataques.
Android continuará dominando o mercado de OS mobile (Foto: Divulgação)Android continuará dominando o mercado de OS mobile (Foto: Reprodução)
Chrome
O Chrome, um dos navegadores mais populares no mundo e líder de mercado no Brasil, não terá muita moleza em 2013. De acordo com os dados divulgados pela "Net Apllications" no início de novembro, o navegador do Google já havia registrado uma perda de 0,31% de mercado, enquanto o Internet Explorer, da Microsoft, dominava o mercado com 54,13% de participação (levando em conta todas as versões).
Com o lançamento do Windows 8 no final de outubro e, consequentemente, com a liberação do Internet Explorer 10 aos usuários, a tendência é de que o Google Chrome ganhe um bom e atualizado concorrente e perca ainda mais a sua participação. Não é possível descartar também o Firefox, que tem recebido excelentes atualizações da Mozilla.
É sabido que o Google tem investido muito no navegador e focado não somente nos computadores pessoais, mas também em smartphones e tablets. A empresa também sempre demonstrou um grande interesse em tornar o seu navegador mais rápido e estável do que seus concorrentes, oferecendo uma infinidade de extensões que permitem aprimorar a sua utilização, bem como extensões desenvolvidas pela própria companhia. Com isso, a gigante das buscas tenta ganhar espaço entre os seus usuários mais assíduos ao tornar a experiência com os seus produtos e serviços ainda mais integrada.
Diante de tal cenário, certamente teremos uma briga muito acirrada dos três principais desenvolvedores de navegadores do mundo. E, como em toda briga de “gente grande”, o usuário é quem acaba ganhando (quase) sempre.
Apesar da queda em sua participação de mercado, os usuários do Chrome deverão ganhar uma excelente novidade: integração com o Google Now. O famoso assistente virtual do Android deverá levar todos os dados relevantes sem qualquer necessidade de consulta, experiência já obtida pelos usuários do Android 4.1. Segundo Andy Rubin, vice-presidente de mobile da empresa, o “Google Now pode dizer o tempo antes de você iniciar seu dia, condições do trânsito e resultados do seu esporte favorito”.
Com a chegada do IE 10, Google Chrome deverá perder terreno (Foto: Divulgação)Com a chegada do IE 10, Google Chrome deverá perder terreno (Foto: Reprodução)
Google+
Lançado no meio de 2011, o Google+ é uma espécie de “menina dos olhos” do Google. Desde o seu lançamento, a empresa tem demonstrado o seu empenho em integrar os seus mais diversos produtos e serviços com o projeto social. Ao longo de aproximadamente 18 meses, vimos a adição ou aperfeiçoamento da integração da ferramenta com o YouTube, Orkut, Picasa, Blogger, dentre outros.
A empresa tem objetivado também levar a integração para além dos serviços web, adicionando funcionalidades aos seus aplicativos para Android e iOS, que permitem que o usuário consuma o conteúdo compartilhado pelos seus amigos ao mesmo tempo em que pode interagir com o conteúdo criado por outras pessoas sem deixar, é claro, de gerar o seu próprio conteúdo a partir das diversas opções de compartilhamento.
A última cartada da empresa para aumentar o número de usuários do seu projeto social, que já conta com mais de 500 milhões de inscritos e 135 milhões de usuários ativos, foi aimplementação de comunidades no início de dezembro. Com elas, o Google espera gerar muito mais conteúdo em seu serviço e talvez tornar as comunidades um dos grandes diferenciais do Google+, assim como já foram um dia do Orkut.
Para o próximo ano, podemos esperar muitas outras integrações entre os mais diversos produtos e serviços do Google com o Google+. A empresa não descansará até levar ao serviço social todo o conteúdo disponível nas outras soluções da companhia.
Google+ continuará a ser integrado aos demais produtos e serviços do Google (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)Google+ continuará a ser integrado aos demais produtos e serviços do Google (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)
Orkut
Fenômeno. Talvez esta seja a melhor definição para o que o Orkut foi no Brasil. Líder durante muitos anos, a rede social do Google caiu no gosto dos brasileiros e indianos e virou uma febre nos dois países. Mas as coisas mudaram radicalmente entre a metade de 2011 e a de 2012. Com um avanço a passos largos, o Facebook abocanhou uma fatia incrível de mercado e fez com que a participação do Orkut despencasse incríveis 33,69% em apenas um ano, passando de 46,11% para 12,42%.
Em junho de 2011, quando o Google+ foi lançado, a empresa afirmou que continuaria trabalhando “em aprimoramentos e recursos tanto para o Orkut quanto para o projeto Google+, pois ambos são muito importantes para os usuários”. Mas lá atrás talvez ela não esperasse a fuga em massa de sua base de usuários. Ou esperava e foi apenas uma maneira de tentar acalmar os ânimos das pessoas.
O fato é que, desde o lançamento do Google+, a rede social do Google ganhou apenas alguns retoques em doses homeopáticas. Nenhuma das novidades foi capaz de gerar um buzz e deixar os usuários (mesmo aqueles que não tiram os pés de lá) entusiasmados. A impressão é de que as novas (e pequenas) funcionalidades tinham o objetivo apenas de dar mais um pouquinho de fôlego, mas isso não parece mais surtir efeito.
Em maio deste ano, o Google anunciou a possibilidade de os usuários integrarem os seus perfis do Orkut e Google+ e assim compartilhar todo o conteúdo produzido no G+ na rede social. Sim, a funcionalidade tem mão única. Se o usuário do Orkut quiser interagir com o conteúdo do site de relacionamento, terá que acessar o serviço social. As pessoas que optarem por não fazer a integração, resta a opção “ignorar por enquanto”, o que não deixa dúvidas de que, em breve, a conexão dos perfis será compulsória.
Como dito no tópico anterior, a empresa implementou no Google+ um dos grandes diferenciais do Orkut sobre os seus concorrentes, inclusive sobre o Facebook: as comunidades. Um ambiente mais focado em determinados assuntos, que visa permitir que os usuários criem conteúdo relevante e travem discussões acaloradas sobre o tema foco da comunidade. Um claro sinal de que os dias da rede social devem estar perto do fim.
Integração entre os perfis do Google+ e orkut deixará de ser uma opção (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)Integração entre os perfis do Google+ e Orkut deixará de ser uma opção (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)
Picasa web
Assim como o Orkut, o Picasa web pode ser uma outra “vítima” do Google+. Desde o início, o serviço social do Google conta com uma integração com o Picasa web, exibindo as fotografias dos usuários armazenadas lá, bem como utilizando o recurso para guardar as imagens compartilhadas pelos usuários no Google+.
Conhecida como “Fotos”, a funcionalidade do Google+ foi, aos poucos, recebendo melhorias e incorporando funcionalidades que, até então, somente estavam disponíveis dentro do Picasa web. Em alguns casos, a funcionalidade da rede social ganham recursos que sequer existiam (e continuam não existindo) no Picasa web.
Ao analisar todas as modificações sofridas no “Fotos” e levando em consideração a falta de novidades no Picasa web (que nem a nova interface dos produtos do Google recebeu), é razoável acreditar que o serviço venha a ser descontinuado pela gigante das buscas em breve. Aos usuários do Google+, uma vez que poderão continuar editando os arquivos através da opção “Fotos”, praticamente nada mudará.
E com aqueles que não têm perfil no Google+? De duas, uma: ou o Google obrigará, com o tempo, todos os seus usuários a terem um perfil na rede social (o que é pouco provável), ou a empresa criará um “módulo” da opção de fotos que poderá ser acessado por qualquer pessoa.
Picasa web deverá ser “migrado” para o Google+ Fotos (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)Picasa web deverá ser “migrado” para o Google+ Fotos (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)
Google Maps for iOS
Quando o iOS 6 foi anunciado pela Apple durante o WWDC 2012 e a empresa avisou que a partir daquela versão trocaria o Google Maps por um serviço próprio de mapas, os fãs da empresa "gritaram" no Twitter “Chupa, Google!”. A euforia durou somente até o lançamento da primeira versão Beta do sistema operacional móvel.
Quando os primeiros desenvolvedores começaram a testar a nova versão notaram que, principalmente, no Brasil, a qualidade dos mapas era lamentável e ficava muito aquém dos mapas oferecidos pela gigante das buscas. O buzz foi ainda maior quando a versão foi disponibilizada aos usuários finais, quando muitos, sabendo do problema, se recusaram a adotar a nova versão para não deixarem de ter o serviço “nativo” do Google.
Desde então, um dos rumores que está sempre em evidência é sobre a “iminência” de o Google lançar o seu próprio app do Google Maps para iOS. Oficialmente, a empresa não confirma se o aplicativo está em desenvolvimento, muito menos quando ele poderá ser anunciado. Aproveitando a desaprovação dos usuários com o novo mapa nativo e a ausência de um novo app da gigante das buscas, a Nokia saiu na frente e lançou o Here Maps para iOS. De acordo com a opinião de muitas pessoas, o programa não é tão ruim quanto o Apple Maps, mas também não é tão bom quanto o Google Maps.
É certo que o Google não ficará fora dessa e, obviamente, lançará o seu aplicativo de mapas para iOS. Se a Apple não se mexer e melhorar consideravelmente a qualidade do seu app nativo, dificilmente ela conseguirá se recuperar disso.
Heres Maps foi lançado para concorrer com o Apple Maps (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)Heres Maps foi lançado para concorrer com o Apple Maps (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)
Pequenas empresas
As pequenas empresas serão o foco do Google no próximo ano. Sabendo do grande potencial que elas têm, a gigante das buscas focará os seus esforços para fazer com que adotem os seus mais variados produtos e serviços, como o investimento em publicidade segmentada através do AdWords.
Um exemplo da movimentação do Google neste sentido foi o anúncio do fim do Google Apps Standard. O serviço, que é uma solução completa no segmento de TI, era oferecido gratuitamente para empresas e permitia a criação de até dez usuários, mas não havia suporte especializado, somente um fórum de ajuda.
Notando a demanda por um suporte mais profissional e por recursos não oferecidos na versão gratuita, o Google optou por descontinuar a versão básica e focar na qualidade da prestação de serviço e, principalmente, na satisfação do usuário.
Google News
Em outubro deste ano, a Associação de Jornais do Brasil (AJB) anunciou o rompimento da parceria que tinha com o Google para exibição, nos resultados do Google News/Notícias, do conteúdo publicado pelos veículos da Associação.
Representando 90% dos jornais nacionais, a AJB queria que o Google pagasse pela exibição do conteúdo em seus resultados de pesquisa, uma vez que, segundo a Associação, ao ler a primeira linha da matéria, o usuário consumiria a informação e deixaria de acessar o site do jornal.
Mas este tipo de problema não está restrito ao Brasil. No parlamento alemão, um projeto de lei quer criar o “imposto Google”, que taxaria todos os motores de busca pela exibição de conteúdos de “propriedade intelectual”. Segundo a associação dos jornalistas da Alemanha, o acesso gratuito gerado viola os direitos dos editores.
Mesmo tendo comparado a cobrança pela exibição do conteúdo no Google News com um restaurante cobrando pelo fato de um taxista levar um cliente até a sua porta, certamente o Google enfrentará muitos obstáculos na tentativa de “organizar as informações do mundo e torná-las mundialmente acessíveis e úteis”.
Google News enfrentará problemas com associações de jornais ao redor do mundo (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)Google News enfrentará problemas com associações de jornais ao redor do mundo (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)
O futuro é mobile
No início de novembro, o Google lançou um redesign da sua página de resultados. As mudanças, que foram relativamente pequenas, são apenas a ponta do iceberg. Focada em tornar a experiência do usuário única, independente do meio por onde está acessando os serviços da empresa, veremos de agora em diante uma padronização das páginas da gigante das buscas.
Em uma primeira análise, a decisão da empresa pode parecer a mais acertada. Afinal, se o usuário puder contar com a mesma experiência, independente de acessar o site via dispositivo móvel ou computador, saberá exatamente onde fica cada opção. Mas os “benefícios” param por aí. Ao “nivelar por baixo”, o Google acaba penalizando os usuários que contam com telas maiores, uma vez que os obriga a dar vários cliques para acessar algo que, até então, estava visível na tela.
Padronização para versão mobile prejudica usuários com telas maiores (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)Padronização para versão mobile prejudica usuários com telas maiores (Foto: Reprodução/Ricardo Fraga)
Monopólio
Quanto maior a empresa, maior a probabilidade de os seus produtos e serviços serem mais conhecidos e por tabela mais utilizados. Quanto mais mercado uma empresa têm, maior a probabilidade de ela ser acusada de monopólio. Há muitos anos, temos visto isto ocorrer com a Microsoft (em relação ao Internet Explorer) e, mais recentemente, o Google começou a ser acusado. E em vários segmentos.
Além de muitos questionamentos quanto à falta de concorrência no seguimento de buscas online, o Google também é alvo de queixas sobre a sua ferramenta de monetização de sites, o AdSense, e mais recentemente do Google Shopping, um serviço da empresa que exibe os produtos pesquisados pelos usuários com uma relação de preços e das lojas que o comercializam. No Brasil, o processo movimento pelo Buscapé contra o Google acabou sendo considerado improcedente pela justiça brasileira.
Similar ao caso do Google Shopping, em que a empresa é acusada de privilegiar, nos resultados das pesquisas, o seu próprio serviço de comparação de preços, há atualmente outras 16 queixas contra o Google na União Europeia provenientes de pequenas empresas concorrentes, que julgam que a gigante das buscas tem dado preferência aos seus próprios serviços ao exibir aos usuários os melhores resultados para uma determinada consulta.
Com uma fiscalização mais severa das agências que regulam a livre concorrência, principalmente na Europa, certamente o Google enfrentará muitos outros processos semelhantes aos já enfrentados, inclusive sobre o caso do Buscapé. Um outro campo no qual a empresa sofrerá com ações “antitrust” é no de patentes relacionadas ao Android, questão que já motivou, recentemente, muitas brigas entre Apple e Samsung.
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Processos de monopólio darão dor de cabeça aos advogados do Google (Foto: SeongJoon Cho/Bloomberg)Processos de monopólio darão dor de cabeça aos advogados do Google (Foto: SeongJoon Cho/Bloomberg) globo.com

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