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sábado, 30 de junho de 2012

Irmão assume a culpa e humorista deixa a sede da PF



Horas depois de o irmão de Mução assumir a culpa pelo envolvimento no esquema investigado pela Operação Dirty-Net, o radialista teve o pedido de prisão temporária revogado e deixou a sede da Polícia Federal de Pernambuco, no Cais do Apolo, Bairro do Recife, em um carro particular, na noite dessa sexta-feira (29), por volta das 22h. Ele deverá falar com a imprensa neste sábado.
Carro de Mução
Carro particular que deixou a sede da PF-PE conduzindo o humorista
Fotos: Bernardo Soares/JC Imagem 
De acordo com a Polícia Federal, o irmão do radialista, cujo nome não foi divulgado, teria confirmado que utilizava os computadores e dispositivos eletrônicos de Rodrigo Vieira Emerenciano, de 35 anos, o Mução, para criar perfis de usuários, contas de e-mails e transferir dados.
Advogados de Mução
Desde o início da operação, os advogados Waldir Xavier e Bruno Coelho alegaram inocência de Mução
A delegada que investiga o caso, Kilma Caminha, disse que Mução ficou bastante emocionado ao saber que o irmão confessou o crime. A suspeita de que uma outra pessoa utilizava os computadores do radialista para o envio de vídeos e imagens contendo pornografia infantil surgiu durante o depoimento de Mução.
Delegados da PF/PE
Os delegados Nilson Antunes e Kilma Caminha investigam o caso
"Diante dos fatos, ele [Rodrigo Vieira] chegou à conclusão de que a única pessoa que teria acesso às residências e ao escritório dele seria o irmão", afirmou. A partir disso, segundo Kilma, foram realizadas buscas e verificou-se a possibilidade de que o novo suspeito tenha criado perfis falsos com dados do irmão e acessado conteúdos de pedofilia na internet.
O conteúdo do iPhone e de um tablet apreendidos em Fortaleza com o radialista serão analisados no Recife. Mídias como CDs, DVDs, e HD também foram recolhidas do escritório do humorista na capital pernambucana para a investigação.
Em depoimento à PF, o irmão do radialista, que trabalhava na produção do Programa do Mução, assumiu a responsabilidade pela participação no esquema que conta com envolvidos em 11 estados e no Distrito Federal.
A delegada Kilma Caminha informou que o irmão do comunicador pode pegar de quatro a dez anos de reclusão por disponibilizar imagens de crianças e adolescentes na internet, segundo o artigo 241 B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Ao todo, a Operação Dirty-Net cumpriu quatro mandados de busca e apreensão, três sendo da Justiça Federal do Ceará e um da Justiça Federal de Pernambuco. Os outros dois presos no Ceará, que não tiveram seu nomes divulgados assim como o pernambucano, também foram encaminhados à sede da Polícia Federal no Recife.
A OPERAÇÃO
As prisões fazem parte da Operação Dirty-Net, da Polícia Federal, que foi deflagrada na quinta em 11 estados brasileiros, além do Distrito Federal, para cumprir 50 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão. Segundo a PF, integrantes do grupo trocavam arquivos contendo cenas degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de abuso sexual.
Se condenados, os presos podem ter pena de 4 a 10 anos de reclusão, pela Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que criminaliza quem “possuir ou disponibilizar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”.
O esquema desarticulado pela Operação Dirty-Net (rede suja), envolvia 160 pessoas: 63 brasileiros e 97 estrangeiros.
Irmão pode pegar até 10 anos de prisão 
Polícia Federal informou, em entrevista coletiva na noite desta sexta (29), que o irmão do humorista Rodrigo Vieira Emerenciano, conhecido como Mução, 35 anos, confessou ter usado login e senha do e-mail do radialista para divulgar material pornográfico na internet. As imagens de sexo explícito envolviam crianças, adolescentes e até bebês.
O suspeito não teve o nome divulgado, mas a polícia confirmou que ele é engenheiro da computação e ocupava um cargo de diretoria na empresa de Mução, no Ceará. O radialista, preso em Fortaleza na quinta-feira (28), teve a prisão revogada pela 13ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária de Pernambuco e foi liberado, mas não poderá sair do Recife porque as investigações continuam.
A delegada responsável pelo caso, Kilma Caminha, informou que o irmão do comunicador pode pegar de quatro a dez anos de reclusão por disponibilizar imagens de crianças e adolescentes na internet, segundo o artigo 241 B do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Mução deixou a sede da PF, no Cais do Apolo, Bairro do Recife, por volta das 21h, sem dar entrevistas, mas seus advogados afirmaram que ele deve se pronunciar neste sábado (30). De acordo com os investigadores da PF, ao saber da participação do irmão no crime, Mução ficou emocionado e chorou.
O apresentador de um programa humorístico de rádio era tido como um dos acusados de integrar uma rede virtual de pedofilia que atuava em 11 Estados e no Distrito Federal.
Escoltado por três agentes federais, Mução chegou pela manhã ao Aeroporto Internacional do Recife, na Zona Sul. De lá, seguiu para a sede da PF acompanhado por um advogado. Os policiais apreenderam, para fins de investigação, um iPhone e um tablet, que estavam na casa do radialista.
Mução
Mução deve dar entrevista coletiva neste sábado
 
Durante as buscas e interrogatórios, que se estenderam ao longo do dia, o humorista levantou a possibilidade de pessoas muito próximas a ele (com acesso amplo e irrestrito aos seus locais de residência e trabalho e aos seus dados pessoais) estarem envolvidas no caso. A partir de então, a PF fez novas diligências e acabou chegando ao irmão de Mução.
“Fizemos a intimação e, quando se apresentou, no Ceará, o irmão do investigado acabou confessando”, afirmou o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Nilson Antunes. Ele não chegou a ser detido porque se apresentou espontaneamente e não houve configuração de flagrante. Responsável pelo setor de informática da empresa, o irmão do humorista tinha acesso a senhas e dados de todos os funcionários. Ele chegou a criar perfis falsos em redes sociais com o nome de Mução ou iniciais que lembrassem o nome dele.
O delegado Nilson Antunes negou que o radialista tenha sido preso injustamente. Segundo a PF, investigações apontavam seu envolvimento no caso e a prisão temporária foi decretada para agilizar os trabalhos.
Mução
Mução (de boné) chega a Recife escoltado por agentes da PF
Com informações da Rádio Jornal e de Cidades/JC
NE10 

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