Pelo menos 55 pessoas morreram nesta quinta-feira (10) e 372 ficaram feridas devido à explosão de dois carros-bomba na região de Qazaz, na periferia de Damasco, segundo um comunicado do Ministério do Interior da Síria citado pela rede estatal de televisão.
Segundo a nota, os dois veículos tinham mais de uma tonelada de material explosivo e eram conduzidos por terroristas suicidas. O atentado ocorreu em uma autoestrada movimentada, atingindo um complexo de inteligência do presidente Bashar al Assad.
A TV síria culpou "terroristas" pelos ataques realizados durante a manhã, que foram os mais violentos na capital desde o início da revolta contra Assad, há 14 meses. Os prédios oficiais atingidos estão envolvidos com o comando da repressão do governo aos protestos.
Imagens da televisão mostraram carros retorcidos e queimados, alguns com restos humanos carbonizados. A emissora estatal acrescentou que mais de 170 pessoas ficaram feridas.
Uma das explosões abriu uma cratera de 10 m no solo e lançou destroços sobre uma vasta área. Corpos ensanguentados e partes de corpos podiam ser vistos na estrada.
Os ataques aconteceram um dia após uma bomba ter explodido perto de observadores da ONU que monitoram um cessar-fogo, que as duas partes do conflito são acusadas de desrespeitar, e duas semanas depois de as autoridades terem afirmado que um homem-bomba matou pelo menos nove pessoas em Damasco.
"Esse é mais um exemplo do sofrimento causado ao povo sírio pelos atos de violência", disse o general Robert Mood, chefe da missão de monitores da ONU, que visitou o local.
— Temos visto isso aqui em Damasco e também em outras cidades e vilarejos em todo o país. Peço a todos, dentro e fora da Síria, que ajudem a acabar com a violência.
O regime sírio considerou este ataque como uma prova de que vem combatendo terroristas que tentam derrocá-lo, e não uma revolta popular.
Uma equipe de observadores da ONU se transferiu para inspecionar o lugar dos atentados. No local, o chefe da missão, o general norueguês Robert Mood, afirmou que "este ato terrorista" não representa uma solução para os problemas da Síria.
Cerca de 9.000 pessoas foram mortas por forças de segurança sírias desde o início dos protestos contra Assad, segundo a ONU, e o governo sírio diz que insurgentes mataram 2.600 policiais e agentes de segurança.
Logo após o atentado, o emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, emitiu um comunicado condenando os atentados.
— Estes atos odiosos são inaceitáveis e a violência na Síria deve parar.
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