A presidente interina do Congresso, Rose de Freitas, deu prazo até a próxima terça para os partidos indicarem os membros da CPI
O Congresso Nacional criou na manhã desta quinta-feira (19) a CPI mista que vai investigar os braços político e empresarial do esquema de contravenção do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro.
Após a leitura do requerimento, assinado por deputados e senadores, a presidente interina do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), deu prazo até o próximo dia 24 (terça-feira) para os partidos indicarem os nomes dos membros da comissão e convocou sessão no mesmo dia, às 19h30, para que a CPI seja instalada. O documento teve apoio de 337 deputados (de um total de 513) e de 72 senadores (de um total de 81).
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Rose assumiu o cargo devido à licença médica do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e é a primeira mulher a presidir o Congresso.
O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), resume em uma frase curta o atual momento: “CPI não é boa para ninguém.” Formalmente, a CPI é criada com a leitura do requerimento assinado por deputados e senadores.
Apesar de ser tradicionalmente um instrumento de oposição para investir no Poder Executivo, a CPI do Cachoeira nasceu, em princípio, com o apoio de setores do governo. Na última semana, porém, houve uma discussão no Palácio do Planalto para abortá-la.
Apesar de ser tradicionalmente um instrumento de oposição para investir no Poder Executivo, a CPI do Cachoeira nasceu, em princípio, com o apoio de setores do governo. Na última semana, porém, houve uma discussão no Palácio do Planalto para abortá-la.
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Como o iG antecipou no domingo, o governo teme perder o controle das investigações. Isso porque um dos alvos das apurações será a Delta Engenharia, empresa que detém a maior parte das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O governo teme também que o PMDB, dono da maior bancada do Senado e da segunda maior na Câmara, use a CPI para negociar cargos, emendas e outros pedidos. Na segunda-feira, o iG também mostrou que peemedebistas podem atrapalhar petistas envolvidos com Cachoeira.
A presidenta Dilma Rousseff não gostou da criação da CPI. Ela estava fora do País quando integrantes do PT e do Ministério bateram o martelo a favor da comissão. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, chegou a dizer que a CPI mostraria “a farsa do mensalão”.
Setores do PT acreditam que a CPI poderá revelar que Cachoeira comandava um esquema de arapongagem que teria “fabricado” escândalos. É creditado ao grupo de Cachoeira a autoria do vídeo em que o dirigente dos Correios recebe propina, caso que detonou “o mensalão”.
Apesar de apoiar a CPI desde o início das discussões sobre o assunto, a oposição não se encontra numa situação confortável. Então líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO) é apontado como uma espécie de lobista de Cachoeira no Congresso.
Em gravações feitas pela Polícia Federal com autorização judicial, Demóstenes aparece conversando com Cachoeira sobre projeto de interesse do bicheiro. A revelação fez com que ele fosse pressionado a deixar o DEM. Foi aberto um processo de quebra de decoro contra ele.
Outro partido de oposição, o PSDB também enfrenta problema. O governador de Goiás, Marconi Perillo, é suspeito de nomear pessoas indicadas por Cachoeira na sua administração. Além disso, o deputado tucano Carlos Leréia (GO) também aparece em gravações suspeitas.
FONTE: ULTIMOSEGUNDO.IG
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