Professores de três grandes escolas estaduais de Campina Grande que tiveram suas gratificações retiradas dos contracheques estão com as atividades paralisadas por tempo indeterminado: o Colégio Estadual da Prata, a Escola Premén (no bairro do Catolé) e a Escola Estadual Severino Cabral.
Estas três escolas adotaram o sistema de Educação em Tempo Integral. Porém, segundo o Blog apurou, no dia do pagamento dos servidores da Educação estadual, os professores tiveram uma surpresa nada agradável: além de não adicionar a gratificação para os professores que atuam na Educação Integral, como foi prometido a partir da implantação deste novo modelo, o Governo do Estado retirou uma gratificação antiga, implantada nos contracheques dos professores na época do ex-Governador José Maranhão.
“O Governador Ricardo Coutinho retirou a nossa gratificação, uma conquista da época do ex-Governador José Maranhão e, mais ainda, não implementou a Gratificação de Ensino Médio, como acordado. Com isso, estamos trabalhando dobrado, das sete da manhã às quatro da tarde, e ganhando menos do que ganhávamos na época de Maranhão”, reclamou o Professor Francisco de Freitas, do Estadual da Prata, em entrevista ao Jornal de Verdade, da Rádio Cidade AM.
Segundo ele confirmou, também, ao Blog, os professores destas três escolas resolveram não apenas paralisar as atividades por tempo indeterminado. Mais que isso: estão, junto com o Sindicato da categoria, convocando reunião para segunda-feira (02) na qual a extensão da greve será discutida com todos os professores das escoas estaduais de Campina Grande e demais cidades do Compartimento da Borborema.
Sem estrutura – O professor Francisco de Freitas informou que as três escolas escolhidas pelo Governo do Estado para a implantação da Educação em Tempo Integral em Campina Grande não tem condições de manter o modelo. “A implantação deste modelo carece de uma estrutura mínima de funcionamento, que não existe hoje”.
Segundo ele, o alerta foi feito pelos docentes quando da decisão do Estado de implantar o novo modelo. “Fizemos este alerta, mas o governador teimou em implantar, mesmo sem as condições. Tem que existir um refeitório, que não tem; baterias de banheiros, que não tem; utensílios para servir refeição, que não tem...”.
‘Objeto não identificado' – O professor informou que o momento da refeição, no Estadual da Prata, significa um enorme constrangimento para os alunos e professores. “Servimos a refeição num utensílio que pode ser tudo, menos um prato. Chamamos de ‘objeto não identificado' por não saber o que é. Enfrentamos um descaso, com a falta de estrutura para servir 1.400 pessoas”.
De acordo com Francisco de Freitas, todo este desconforto, gerado pela falta de estrutura para as aulas, compromete o rendimento dos alunos “pela agonia que eles passam”.
‘Governo mente' – Ele disse que a mídia do Governo do Estado, que está sendo veiculada nas emissoras de TV mostrando o Estadual da Prata como uma maravilha, não condiz com a realidade.
“O governo mente e diz que a escola está uma maravilha. Eu quero saber aonde Biliu viu essa maravilha. Só ele diz que vê isso”, declarou o professor, em alusão à mídia do Governo, com o cantor Biliu de Campina, que está sendo veiculada nas emissoras de TV da cidade.
Problema é geral – Ele afirmou ainda que os mesmos problemas enfrentados no Estadual da Prata são vivenciados, também, no Premén (no bairro do Catolé) e na Escola Estadual Severino Cabral. “No Severino Cabral a Educação Integral nem foi iniciada. No Premén, começou, mas a situação é igual à da Prata”, disse.
De acordo com o que disse o docente ao Blog, os professores estão “chamando o Governo do Estado à responsabilidade” para que resolva a questão imediatamente.
FONTE: Revista do CaririDo Blog de Carlos Magno
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