A Mata Atlântica brasileira serve de lar para um tipo curioso de
anfíbio: um pequeno sapo colorido com apenas um centímetro de tamanho.
Pouco se sabe sobre esse bicho, que vive somente no topo de morros muito
altos e está sempre escondido pela vegetação fechada. Depois de quase
cinco anos de exploração, um grupo de pesquisadores do país foi capaz de
identificar sete novas espécies em Santa Catarina e no Paraná. A
descoberta é a maior da história do gênero Brachycephalus e aumenta para
28 o número de tipos de anfíbios do grupo em miniatura.
Os
pesquisadores passaram horas seguidas buscando o canto dos sapos e
revirando folhas no chão da mata. “Uma vez identificada a localidade, a
gente começa a busca. Através da vocalização, vemos onde ele pode estar
cantando e nos aproximamos muito vagarosamente”, conta Luiz Fernando
Ribeiro, professor da Faculdade Dom Bosco, de Curitiba, e principal
autor do estudo. “E, muitas vezes, a gente conta com a sorte, porque não
tem outro jeito. É comum passarmos o dia inteiro na mata e não
encontrarmos nenhum”, ressalta.
Depois de gravar, fotografar e
coletar os sapinhos de cada região, os pesquisadores descreveram cada um
deles e realizaram testes genéticos para comprovar que pertenciam a
espécies diferentes. Dos sete novos tipos identificados, seis foram
encontrados nos municípios de Garuva, Joinvile, Ilhota e Blumenau, em
Santa Catarina. Uma, em Tijucas do Sul, no Paraná. Os dados sobre os
bichos foram publicados no jornal científico PeerJ.
Embora sejam
muito similares, os Brachycephalus formam uma coleção diferenciada
principalmente pelas cores de pele de cada um. Os tons variam do verde
ao laranja e ao amarelo, e podem formar diferentes desenhos. As cores
chamativas dos sapinhos, explicam os pesquisadores, servem como forma de
avisar que eles são venenosos.
diariodepernambuco.com
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