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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Mamografia 3D é considerada mais eficaz para diagnosticar câncer de mama Pesquisa é a mais ampla realizada até agora sobre a eficácia desta técnica de diagnóstico


Em comparação com uma mamografia bidimensional, a mamografia digital 3D por tomossíntese aumenta em 41% a taxa de detecção dos tumores mamários invasivos e em 29% o diagnóstico de todos os cânceres de mama (REUTERS/Eric Gaillard)
Em comparação com uma mamografia bidimensional, a mamografia digital 3D por tomossíntese aumenta em 41% a taxa de detecção dos tumores mamários invasivos e em 29% o diagnóstico de todos os cânceres de mama
A mamografia tridimensional permite diagnosticar muito mais cânceres de mama e reduzir a quantidade de diagnósticos errados do que a radiografia convencional, confirmam os resultados de um amplo estudo clínico divulgado nesta terça-feira. Em comparação com uma mamografia bidimensional, a mamografia digital 3D por tomossíntese aumenta em 41% a taxa de detecção dos tumores mamários invasivos e em 29% o diagnóstico de todos os cânceres de mama.

Esta técnica de imagenologia (exames de imagem) tridimensional, aprovada pela agência americana encarregada do controle de medicamentos (FDA) em 2011, também permitiu uma redução de 15% dos diagnósticos equivocados (tanto positivos quanto negativos), explicaram os autores deste estudo, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) com data de 25 de junho.

Esta pesquisa, a mais ampla realizada até agora sobre a eficácia desta técnica de diagnóstico, foi feita com cerca de meio milhão de mulheres em treze hospitais americanos. "O estudo confirma o que já sabíamos, que com a mamografia 3D são diagnosticados mais cânceres invasivos e se evita às mulheres a ansiedade e o custo de exames adicionais para confirmar o que se revela um falso alarme", destaca Donna Plecha, diretora do serviço de exames de imagens no hospital universitário do Case Medical Center em Cleveland (Ohio).
"Sabíamos que as mamografias salvam vidas e este estudo nos dá dados sólidos que mostram que a mamografia em 3D dá um melhor diagnóstico para o câncer de mama, suficientemente precoce, quando ainda é tratável", explicou. Este sistema, que combina a mamografia digital com exame de imagem por tomossíntese, permite obter imagens muito mais detalhadas e precisas do seio. É usado para recriar imagens de um milímetro de espessura que podem ser visualizadas em uma reconstrução da mama em 3D.

Não há muita diferença entre este exame e uma mamografia convencional, dura apenas alguns segundos mais. A 3D permite melhorar o diagnóstico, ajudando os radiólogos a identificar as estruturas dos seios e ver bem as áreas que ficam apagadas na mamografia bidimensional, que podem revelar um tumor mas também ocultá-lo. O momento em que se descobre o câncer de mama determina as possibilidades de sobrevivência da paciente, daí a importância que as mulheres de 40 anos façam uma mamografia anual, segundo eles. Se um câncer for detectado suficientemente cedo e não se estendeu para além do seio, a taxa de sobrevivência em cinco anos é de 97%, afirmam os autores deste estudo.

Técnica dispensa biópsia para detectar câncer de mama
Outro estudo divulgado recentemente mostrou que o câncer de mama poderá ser diagnosticado a partir da combinação de quatro imagens específicas, evitando, assim, a realização de biópsias. A proposta vem de um grupo de pesquisadores da Universidade Médica de Viena. “Ao avaliar muitos processos funcionais envolvidos no desenvolvimento do câncer, descobrimos que o uso de múltiplas imagens do tumor ao mesmo tempo permite uma melhor diferenciação entre benignos e malignos. Portanto, biópsias de mama desnecessárias podem ser evitadas”, explica Katja Pinker, professor associado de radiologia no Departamento de Imagens Biomédicas e Terapias Guiadas por Imagens da instituição austríaca.

O câncer de mama poderá ser diagnosticado a partir da combinação de quatro imagens específicas, evitando, assim, a realização de biópsias (REUTERS/Eric Gaillard)
O câncer de mama poderá ser diagnosticado a partir da combinação de quatro imagens específicas, evitando, assim, a realização de biópsias
A nova técnica, chamada multiparamétrico PET-MRI, apresentou 96% de precisão na hora de auxiliar os médicos a definirem os tumores fotografados como malignos ou benignos. Os resultados foram consideravelmente superiores aos obtidos a partir de combinações de dois ou três ângulos de imagem. Pinker estima que essa técnica possa reduzir a quantidade de biópsias de mama recomendadas pelos médicos que utilizam os métodos comuns em mais de 50% das suspeitas. “O DCE-MRI, mais utilizado para fazer imagens de tumores de mama, é muito sensível, mas limitado e não consegue visualizar as propriedades funcionais da células cancerígenas, como a PET-MRI faz”, garante o pesquisador.

Além disso, Pinker lembra que a possibilidade de compreender a biologia do câncer com maior precisão possibilita que terapias sejam adaptadas às necessidades do paciente, permitindo uma abordagem mais individualizada. Tudo isso, sem a necessidade de intervenção cirúrgica. E o melhor: qualquer hospital bem equipado poderá realizar o exame combinando equipamentos mais antigos. “Desde que tenha um equipamento de tomografia PET-CT e um scanner de ressonância magnética, a técnica poderá ser implementada imediatamente”, explica o oncologista.

Pinker e os cientistas liderados por ele recrutaram 76 pacientes que tiveram resultados suspeitos ou inconclusivos oriundos de mamografia ou de ultrassonografia da mama. Eles, então, realizaram um exame de PET-MRI em todas as voluntárias. Para determinar a combinação de parâmetros de imagem que produziram os resultados mais precisos, combinaram os dados de duas, três e quatro imagens. Todos os resultados foram comparados com o diagnóstico histopatológico para avaliar qual combinação seria a mais eficiente. A com quatro resultou em diagnósticos com maior sensibilidade e especificidade. Dos 76 tumores, 53 eram malignos e 23, benignos. Os resultados do experimento foram divulgados no Clinical Cancer Research, um jornal da Associação Americana para Pesquisa do Câncer.

Com informações da AFP/uai.com 

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