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terça-feira, 27 de maio de 2014

Cientistas realizarão testes de animação suspensa em humanos em Junho

Cientistas realizarão testes de animação suspensa em humanos em Junho

O conceito de «animação suspensa» é comum na ficção científica, mas está prestes a sair do papel. Cientistas devem tentar, em Junho, suspender a vida de um humano utilizando uma técnica que tem o intuito de salvar vidas, e não apenas manter uma pessoa em repouso para viagens espaciais. Os testes irão acontecer no UPMC Presbyterian Hospital, em Pittsburgh, nos EUA.

O objectivo é aplicar a nova técnica em 10 pacientes que sofrerem ferimentos que seriam letais em condições normais. O teste deve tentar arrefecer o organismo, reduzindo os sinais vitais e, consequentemente, diminuindo a necessidade de oxigénio e, possivelmente, prolongando o tempo de acção dos médicos.
A diferença entre a vida real e a ficção é que a técnica prevê o arrefecimento do corpo por dentro. Para isso, uma equipa de cirurgiões deve remover todo o sangue do paciente e substitui-lo por uma solução salina gelada, que deve diminuir as funções corporais. Uma máquina de circulação é usada para restaurar o fluxo sanguíneo e a oxigenação no processo de ressuscitação.
Por enquanto, porém, um humano só poderia ser mantido nestas condições por algumas horas, mantendo a realidade ainda bem longe do que é visto no cinema.
Os cientistas, no entanto, não gostam muito do termo «animação suspensa», justamente pela aproximação com a ficção. Por isso, em entrevista à New Scientist, Samuel Tisherman diz preferir o uso do termo «preservação e ressuscitação de emergência».
O desenvolvimento da técnica começou em 2000, quando Peter Rhee aplicou-a em porcos com ferimentos fatais. Eles tiveram artérias cortadas e o sangue de alguns deles foi substituído por uma solução salina que fez descer a temperatura corporal para 10° Celsius. Os porcos que permaneceram com a temperatura normal morreram; já os outros tiveram uma percentagem de sobrevivência de 90%, sem perda de capacidade física ou cognitiva.
O processo é arriscado e só deve ser usado em pacientes com paragem cardíaca depois de um ferimento sério, com hipóteses mínimas de sobrevivência. Estas pessoas terão os resultados comparados com outro grupo que não receberá o mesmo tratamento para validar os testes.


diariodigital.sapo

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