Presidenta
Dilma Rousseff durante cerimônia de abertura do Encontro Global
Multissetorial sobre o Futuro da Governança da Internet - NET Mundial
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
A presidente Dilma Rousseff sancionou o Marco Civil da Internet durante
a NETMundial, encontro realizado em São Paulo que reúne representantes
de mais de 90 países, entre eles 27 ministros. "A internet que queremos
só é possível em um cenário de respeito aos direitos humanos, em
particular a privacidade e a liberdade de expressão. Os direitos que as
pessoas têm offline também devem ser protegidos online", declarou Dilma."A NETMundial vem impulsionar esse esforço. E essa reunião responde a um anseio global por mudanças da situação vigente e pelo fortalecimento sistemático da liberdade de expressão na internet e a proteção a direitos humanos básicos, como é o caso do direito a privacidade. E sem sombra de dúvida também ao tratamento das discussões na internet de forma respeitosa, garantindo seu caráter democrático e aberto. Para além da sua contribuição ao crescimento econômico, a internet tem permitido a reinvenção permanente no modo como as pessoas e as instituições interagem, inclusive politicamente", disse a presidente.
Abertura do evento
O evento, que existe para debater a chamada "governança de rede", começou nesta quarta-feira (23) com um agradecimento a Edward Snowden.
Exilado na Rússia desde 1º de agosto de 2013, após receber asilo do governo russo, Snowden é acusado de espionagem por vazar informações sigilosas de segurança dos Estados Unidos e revelar em detalhes alguns dos programas de vigilância que o país usa para espionar a população americana – utilizando servidores de empresas como Google, Apple e Facebook – e vários países da Europa e da América Latina, entre eles o Brasil, inclusive fazendo o monitoramento de conversas da presidente Dilma Rousseff com seus principais assessores.
Documentos vazados por ele continuam repercutindo na imprensa ao redor do mundo, e novas informações sobre a espionagem de presidentes e chanceleres de países da Europa foram reveladas. Snowden teve acesso às informações que vazou para a imprensa quando prestava serviços terceirizados para a Agência de Segurança Nacional (NSA) no Havaí.
No início da NETMundial, Nnenna Nwakanma, representante da sociedade civil, defendeu a liberdade na rede e agradeceu a revelação de Snowden dos casos de espionagem realizados pelos Estados Unidos. "E para todos nós que amamos a internet, e todos nós que estamos aqui, e a alguém chamado Edward, Edward Snowden, obrigado".
Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de
abertura do Encontro Global Multissetorial sobre o
Futuro da Governança da Internet - NET Mundial
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
O Brasil sedia o encontro entre países, empresas, grupos técnicos e
acadêmicos para discutir quem "manda" na internet e qual deve ser a
extensão desse poder. Representantes debatem no NETMundial para propor
uma carta de princípios sobre questões técnicas, como domínios de rede
(".com" e ".br"), e sócioculturais, como privacidade e liberdade de
expressão.abertura do Encontro Global Multissetorial sobre o
Futuro da Governança da Internet - NET Mundial
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
"Nós estamos comprometidos com a aliança para uma internet que possa ter um baixo custo. Meu objetivo é estabelecer a web aberta como um bem global público e um direito básico", disse Nwakanma. "Quase dois terços da população mundial não está conectada à internet. A penetração nos países desenvolvidos é de cerca de 31%, mas na África é de 16%", completou.
Vint Cerf, vice-presidente do Google e representante do setor privado, lembrou o 40º aniversário da revelação pública da internet e o 31º ano de operação. "Robert Kahn e eu acreditávamos fortemente que o design e os protocolos de internet precisavam ser disponíveis livremente e abertamente a qualquer interessado, sem nenhuma barreira de adoção e uso. A abertura da internet tem sido a chave de seu crescimento e valor. Inovação sem permissão é a principal fonte do poder econômico da internet. Nós precisamos achar formas de proteger os valores da internet, incluindo os direitos dos seus usuários", afirmou.
globo.com
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