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domingo, 8 de dezembro de 2013

Campo de Tubarão Martelo deve render até US$ 11 bilhões Em seu plano de recuperação judicial, a OGX informou dever R$ 11,2 bilhões

A OGX, petroleira de Eike Batista, informou que começou a produzir petróleo no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, na quinta-feira (5). Após dar um calote neste ano, a empresa está agora em processo de recuperação judicial. Segundo a petroleira, a expectativa é de que Tubarão Martelo forneça 87,9 milhões de barris de petróleo no total. Em 2012, a OGX havia divulgado que o campo forneceria 285 milhões de barris, o triplo do que se estima agora. A informação antiga continua em seu site.
Por conta da expectativa em torno de Tubarão Martelo, em seu plano de recuperação, a OGX apresentou o campo como uma base para a companhia continuar no mercado em um item intitulado “olhando para o futuro”. No documento, a empresa declarou dever R$ 11,2 bilhões, descritos como os “passivos consolidados”.
Apesar da queda na estimativa de produção, chegando a menos da metade do que divulgado primeiramente, as reservas devem render à OGX até US$ 11 bilhões, embora a empresa não especifique em que período isso irá acontecer. Luciano Losekann, professor de Economia da UFF, explica que o tempo médio da produção de um campo é de 10 anos. “Existe a fase inicial de produção, mas, geralmente, rapidamente se alcança o pico. Após isso, o número de barris se torna constante. O espaço entre o início e a estabilidade da produção costuma se dar em 3 anos”, conta. Ele acrescenta ainda que algumas características do campo devem ser levadas em consideração, como seu tamanho.
A OGX não divulga, por enquanto, a extensão de Tubarão Martelo e nem de quanto será a produção diária quando o campo atingir seu pico. “Não existe uma correlação direta entre o número de barris totais que serão produzidos com o número de barris diários. Só é possível ter alguma noção após a primeira produção, quando podemos pegar poços que se comportaram de maneira parecida para fazer uma estimativa”, explica Marcelo Colomer, pesquisador do grupo de economia da energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele conta que alguns campos do país chegam a produzir 100 mil barris por dia.
A plataforma FPSO OSX-3 será a responsável por desenvolver e escoar a produção dos blocos BM-C-39 e BM-C-40. Ainda é cedo prever por quantos anos o poço produzirá, mas Marcelo explica que há diversas formas de estender esse prazo. “Primeiramente, utilizamos a produção primária, com a pressão natural do reservatório trazendo o óleo. Quando essa pressão começa a cair, entramos na fase de estimulação secundária, com injeções de gás e CO2. Isso aumenta a taxa de produção. Quando ela começar a cair novamente, ainda há a estimulação terciária, com a inversão de produtos químicos. Tudo isso ajuda a prolongar a vida de um poço. Alguns campos da Petrobras já produzem há 20 anos”, completa.

jb.com

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